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061015 arPortugal - O Diário - Os resultados das eleições legislativas de 4 de Outubro requerem uma leitura detalhada cujos dados ainda não estão inteiramente disponíveis. Podem entretanto registar-se desde já alguns elementos importantes.


O primeiro, e mais relevante nas suas consequências, é que a coligação PSD/CDS perdeu a maioria absoluta que detinha na Assembleia da República. Perdeu mais de meio milhão de votos, teve uma quebra percentual que ultrapassa os 12%. A percentagem obtida por PSD e CDS somados é a segunda mais baixa de mais de três décadas. Mas teve ainda muito mais votos do que a sua governação, voltada contra os trabalhadores, o povo e o país, merecia.

O segundo é que os partidos da troika nacional PS-PSD-CDS obtiveram a mais baixa percentagem de votos desde 1985. Esse resultado é tão relevante como o primeiro. Porque o facto de PSD e CDS terem perdido a maioria absoluta de deputados não deve fazer esquecer que, mesmo nas condições anteriores em que essa maioria existia, o PS os acompanhou na votação de muitas das mais gravosas medidas aprovadas ao longo do mandato que agora findou. Tanto o resultado de PSD/CDS como o resultado conjunto da troika nacional foi, entretanto, atenuado por uma campanha de ocultação das suas reais propostas e políticas e de escandalosa manipulação mediática e institucional.

A direita sofreu um forte revés. Todavia, o quadro institucional saído destas eleições não reúne condições para que possa verificar-se uma viragem política. A deslocação de votos para a CDU, o mais claro sinal nesse sentido, verificou-se. Mas essa deslocação favoreceu sobretudo o BE, de novo alvo de grande promoção mediática no decurso da campanha.

Não existe na AR qualquer maioria clara. O longo historial de entendimento entre PS, PSD e CDS não permite alimentar ilusões. Mas a base institucional da política de direita ficou enfraquecida e agudizaram-se as suas dificuldades internas. Adivinha-se um complexo processo de manobras políticas para o futuro imediato.

Para os trabalhadores e o povo, o que há a reter é uma lição já bem conhecida. A luta de massas pode provocar modificações mais ou menos favoráveis no plano institucional. Mas é na força criadora das próprias massas em movimento que reside, e residirá, a saída para a situação actual. O 4 de Outubro modificou a situação anterior. Cabe à luta do povo definir o sentido dessa modificação.

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