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050915 bandoPortugal - ACP-PI - Faz mais de um ano que fizemos a pergunta: Quem vai resgatar o BES?


 Atrevemo-nos a elaborar três cenários e apesar de todos os floreados feitos pelo governo, por Maria Luís Albuquerque e pelo reconduzido Banco de Portugal, o que aconteceu uma vez mais foi uma intervenção de 3,9 mil milhões de euros de dinheiro público. Na altura, disse Passos Coelho, esse dinheiro seria restabelecido aquando na venda. A um mês das eleições já se sabe: ninguém oferece 3,9 mil milhões de euros pelo Novo Banco e, como acontece desde o BPN, quem pagará a factura é a população portuguesa. Mais cortes? A banca privada continua a existir acima das nossas possibilidades.

O desespero pela venda final do máximo de bens públicos (o Novo Banco infelizmente e contra o interesse da população também “mal-amanhadamente” resgatado) até às eleições, que se expressa nos ajustes directos para entregar os STCP do Porto, na venda por 10 milhões da TAP, chega ao ex-BES. O banco colapsado pela liberdade de regulação dada pela UE, pelo Banco de Portugal e pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, foi resgatado com 3,9 mil milhões de dinheiros públicos (e os cofres que estavam cheios ficaram vazios) e mil milhões de um fundo da banca privada (embora naturalmente a Caixa Geral de Depósitos tenha sido o principal contribuinte para o mesmo, e portanto mais dinheiro público).

Partido o BES em banco mau, para ficar com os activos tóxicos, e banco bom, o “Novo Banco”, haveria uma venda de curto-prazo no valor mínimo de 3,9 mil milhões de euros para restabelecer o dinheiro nas contas do défice e entregar um banco limpo e saneado de volta à selvajaria dos fundos especulativos. Ora, os fundos especulativos, chineses ou americanos, estão muito interessados em receber um banco limpo (embora os prejuízos de quase 300 milhões de euros possam ter impacto negativo), mas não estão minimamente interessados em pagar. E assim sendo, a proposta mais elevada que chegou ao Governo foi de 3 mil milhões de euros. Mas não só o Estado arcaria com 900 milhões de euros de prejuízo (aquele que jamais existiria, segundo Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque), como teria ainda provavelmente de recapitalizar o Novo Banco com mil milhões de euros, sob ordens do Banco Central Europeu.

No fim, olhamos para a nacionalização do BPN, que terá custado entre 3 e 6 mil milhões de euros de austeridade, paga com cortes de salários, desmantelamento de serviços públicos e degradação do país, olhamos para a sua reprivatização por 40 milhões de euros e não podemos deixar de pensar que sim, ao contrário de todas as promessas, vamos pagar, além do BPN, o BES. E a crise das dívidas soberanas continua a ser aquilo que ela sempre foi: uma crise bancária, culpa da maneira como opera a banca privada desregulada, e que continuará a ser empurrada para cima de quem vive do seu trabalho. Vamos pagar o BES, como já pagámos o BPN, o BPP e em parte o BCP e o BPI. Faltava o Montepio?


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