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150915 queselixePortugal - ACP-PI - Passam hoje três anos desde a primeira grande manifestação anti-austeridade Que Se Lixe a Troika, a que se sucederam protestos populares e sociais a uma escala inaudita desde o período revolucionário.


 A Associação de Combate à Precariedade orgulha-se e reivindica-se da participação dedicada a estes protestos, que colocaram a política portuguesa num período importante de decisões. Foi a partir destes protestos que o Tribunal Constitucional começou a chumbar as medidas de austeridade, que o governo Passos-Portas teve de retrair a sua retórica além da troika, que tanta gente aderiu à participação popular. Olhando para trás, não podemos deixar de olhar para a frente: há ainda um mundo de coisas por fazer para recuperarmos as nossas vidas.

Que não se diga de nós, a quem calhou viver os tempos miseráveis em que vivemos, tempos de austeridade, de migrações em massa, de políticas e políticos do mais cruel que existe há décadas, que ficámos a ver a História a passar. Não é verdade. Apesar de todos os oportunismos, da direita à esquerda, acerca da manifestação de 15 de Setembro, que dizem que a mesma foi a manifestação da TSU, que dizer do ano que lhe seguiu, em que já não havia ameaça da TSU? Das manifestações a 13 de Outubro (Que Se Lixe a Troika, Cultura é Resistência), a 2 de Março (Que Se Lixe a Troika, o Povo é Quem Mais Ordena), a 1 de Junho (Manifestação Internacional Povos Unidos Contra a Troika), a 26 de Outubro (Que Se Lixe a Troika, Não Há Becos Sem Saída)? A 15 de Setembro de 2012 a população provou o seu repúdio pela política bárbara que lhe era aplicada. O ano seguinte de manifestações, greves, protestos, grandoladas, manifestos e ocupações foi um ano que demonstrou a vitalidade de quem vive do seu trabalho, de quem desespera no desemprego mas não desiste da sua vida, de quem olha para a sua reforma mas não desiste de lutar pela sua dignidade. Esse ano mudou o perfil daquilo que é preciso fazer. Sabe-se que aquilo é possível. Agora é preciso muito mais, mais amplo, mais forte, mais incisivo. Se os efeitos obtidos com aquele período de conturbação foram, entre outros, a anulação das mais selváticas medidas de austeridade, fica em aberto tudo o que mais seria possível, construindo sobre essa experiência.

E apesar disso hoje olhamos para o mundo e aprendemos muito: que a Europa é um local cruel que esmaga alternativas políticas, que esmaga a democracia e que sufoca centenas de milhares de refugiados em fuga de guerras apoiadas e patrocinadas pela própria UE. Olhamos para a intolerância da UE perante um governo contra a austeridade como foi o grego ao mesmo tempo que olhamos para a sua tolerância com um governo fascista como o húngaro, que persegue, prende e trata refugiados como gado. O mundo mudou, a Europa mudou, para pior. O que significa que para todas as pessoas que se revêm em perspectivas progressistas, humanitárias, solidárias, isso exigirá não que pioremos também mas que, pelo contrário, sejamos muito, muito melhores do que aqueles e aquelas que exigem que aceitemos viver de volta na Idade Média. Que Se Lixe a Troika, Queremos as Nossas Vidas!


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