O estopim foi o caso de agressão ocorrido no dia 5 contra uma mulher no CRUSP. De acordo com o relato de uma estudante, ontem a garota foi agredida pelo namorado e seu irmão, e, após gritar por ajuda, foi acudida por moradores.
O caso não foi o primeiro envolvendo eles. Em dezembro, um deles havia agredido uma outra moradora, que, após denunciar o ocorrido em murais do conjunto residencial, foi removida da moradia pela SAS, que nada fez contra o agressor. É sabido entre moradoras que casos como esse não são raros na moradia estudantil, e que a administração da universidade é conivente com os agressores.
Terça-feira, após a agressão, a menina e os dois agressores saíram escoltados pela polícia. Ela tentou dar queixa na Delegacia da Mulher, mas, por falta de atendimento 24h, foi em uma delegacia comum. Segundo relatos, os dois agressores voltaram para dormir no CRUSP, mas a menina agredida não. De acordo com moradoras, os seguranças da universidade estavam rindo da situação da menina e indiferentes quanto à presença dos agressores, dizendo que “estava tudo tranquilo”. Após um ato realizado por moradoras durante a tarde, elas decidiram formar uma comissão permanente para impedir o retorno dos agressores para o CRUSP.
Frente a isso, diversas moradoras decidiram realizar hoje uma assembleia para deliberar o como reagir ao caso. Com uma assembleia composta majoritariamente por mulheres, diversas propostas foram debatidas, como a convocação de uma audiência pública com a reitoria para tratar do caso. A maioria das presentes deliberou pela ocupação da sede do Serviço de Assistência Social, que até o momento se encontra tomado pelos moradores. A gestão da Associação de Moradores do CRUSP (Amorcrusp) – com uma gestão composta por partidos governistas – se recusou a apoiar a ocupação e se retirou, mesmo com a deliberação em assembleia e a insistência das estudantes para que permanecesse junto à ocupação.
* Correção do Diário Liberdade: No original aparece "os moradores". A correção repete-se mais vezes ao longo do texto.