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040316 pibBrasil - Esquerda Diário - [Breno Cacossi] O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou esta manhã o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2015, confirmando as expectativas quanto à sua retração.


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou esta manhã o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2015, confirmando as expectativas quanto à sua retração. O PIB apresentou uma queda de 3,8% em relação a 2014, o que é o pior desempenho desde 1990, quando a retração havia sido de 4,3%. Dos setores da economia analisados apenas a agropecuária não teve retração, a indústria teve queda da 6,2%, e o setor de serviços recuou 2,7%.

A taxa de -3,8% coloca o Brasil como tendo o segundo pior resultado da América Latina, ficando apenas atrás da Venezuela, o recuo do PIB brasileiro deve ser também o mais acentuado dos assim chamados “países emergentes”, os “Brics”.

Estes números expressam um cenário de recessão histórica, comparável às piores crises econômicas que atingiram o país. Um dos elementos que sinaliza a dificuldade de recomposição da economia é a retração de 14,1% nos investimentos dos capitalistas na produção. Desta forma, os próprios economistas burgueses não conseguem enxergar qualquer possibilidade de retorno de crescimento substancial da economia para este ano.

Quais as medidas que o governo e os economistas burgueses têm apontado diante desta crise?

Desde o início do dia, com o anúncio da retração do PIB pelo IBGE, a grande mídia tem colocado jornalistas e economistas para fazerem a análise da economia, e apontarem perspectivas, além de buscarem sinalizar as políticas do governo diante da crise.

Dentre algumas das propostas apontadas pelo governo federal nos últimos meses está a de retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), uma cobrança sobre as movimentações com uso de cheques, de cartões de débito e crédito, que deve pesar muito mais nos bolsos dos trabalhadores brasileiros, e que significaria um aumento de R$32 bilhões ao governo federal sobre as costas dos trabalhadores, cujos problemas desenvolvemos aqui. Outra proposta é uma reforma da Previdência Social, em outras palavras, um corte de gastos do governo com as aposentadorias e pensões, penalizando aqueles que trabalharam a vida toda.

Segundo os economistas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) a chave está na contenção de gastos do governo, para controlar a inflação. A quais gastos será que estes economistas se referem? Dizem ser necessário mexer na legislação trabalhista, que julgam obsoleta, não tendo como preocupação os direitos dos trabalhadores, mas sim elevar a “produtividade”, quer dizer exatamente o oposto, flexibilizar os direitos para melhor explorá-los. Apontam também a necessidade de: “contenção de custos de produção que vão desde os custos de energia, de logística, financeiros, de insumos e principalmente salarial”, afirma Flávio Castelo Branco, da CNI. Quer dizer, reduzir os salários dos trabalhadores é a mágica saída que pretendem. Apontam também reforma nas “relações de trabalho”, e melhora na infraestrutura através do aumento de “concessões”, quer dizer, de privatizações.

Entre uma ou outra proposta que se diferencie na forma, a grande chave para os grandes capitalistas e seus representantes neste debate econômico é como melhor despejar os efeitos da crise sobre as costas dos trabalhadores. Dos principais partidos da ordem (PT, PSDB, PMDB), apesar de suas disputas políticas, concordam no fundamental: salvaguardar os interesses dos grandes empresários, dos banqueiros, fazendo com que os trabalhadores paguem pela crise.

Quais saídas os trabalhadores devem buscar?

No cenário de crise atual aqueles que principalmente têm sofrido na pele são os setores mais empobrecidos da sociedade através das demissões, do desemprego, da dificuldade pagar contas e comprar itens básicos de alimentação, entre outras formas. Os trabalhadores não são responsáveis pela crise, mas são os maiores penalizados.

Em contrapartida, alguns dos grandes capitalistas têm batido recordes de lucro. Ao criarem uma expectativa desfavorável, parte dos capitalistas simplesmente deixa de investir na produção brasileira, e possivelmente passem a investir em outros negócios que considerem mais rentáveis. Alguns dos principais capitalistas até se fortalecem nestas crises, comprando empresas com dificuldades, elevando a concentração do capital em grandes monopólios.

Alegam dificuldades na produção para deixarem da pagar salários, para demissões, e até para fecharem as portas de unidades de produção inteiras, colocando as famílias trabalhadores nas ruas. Os trabalhadores devem exigir abertura dos livros de contabilidade das empresas com transparência e dados claros, pois em geral o discurso da crise encobre lucros exorbitantes dos grandes empresários, com os números claros fica claro também que os trabalhadores devem defender uma escala móvel de salários, para que estes não sejam definhados dia a dia. É necessário colocar de pé uma luta com grande unidade da classe, para inverter a lógica do governo e dos economistas burgueses: nós que tudo produzimos, que produzimos com nosso suor toda riqueza diremos que agora os patrões paguem pela crise.
Neste cenário os trabalhadores devem se organizar através dos métodos históricos de luta da classe, de forma independente dos patrões e dos governos, caminho que os operários da MABE vem apontando.


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