As informações foram repassadas ao Portal Vermelho por telefone por Rudmar Moisés, acampado da área e dirigente regional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Segundo ele, a PM e jagunços da empresa Araupel continuam no local ameaçando as famílias.
“A maior angústia é não saber quantos estão mortos e quantos estão feridos. A polícia não nos deixa chegar perto e também tem jagunços escondidos na mata”, afirmou Rudmar. “20 anos após o massacre de Eldorado de Carajás eles voltam a fazer vítimas entre os nossos companheiros”, denunciou o dirigente.
Segundo ele, a emboscada está sendo denunciada a diversos veículos de imprensa e foram mobilizados advogados, parlamentares, membros das direções estadual e nacional do MST assim como entidades de direitos humanos.
Rudmar contou que a armadilha aconteceu às 15 horas desta sexta-feira quando cerca de 30 pessoas do acampamento faziam vistoria na área e foram recebidos a tiros pelo Bope e pela PM.
Ordem para atirar
O dirigente contou ainda que nas últimas semanas foi percebida uma movimentação grande de policiais militares na cidade. Rudmar complementou que há uma semana também foi realizada uma reunião entre o secretário da Casa Civil do governo do Paraná, Valdir Rossoni, empossado em março pelo governador Beto Richa (PSDB) e os proprietários da Araupel, empresa que tenta tirar os acampados da área.
“Não tem pedido de reintegração de posse para a área. Existe decisão da justiça federal dizendo que as áreas são públicas. O pedido de reintegração que havia na justiça comum, essa justiça se julgou incompetente para julgar e mandou para a justiça federal e houve a anulação”, explicou Rudmar.
Ele denunciou que a empresa Araupel, que reclama a área, tem uma milícia privada que em duas ocasiões ameaçou os acampados. Atualmente vivem na ocupação 1060 famílias que estão no local desde julho de 2015.