Os distritos de Mutarara (Tete), Tambara (Manica) e Chemba (Sofala) estão incomunicáveis por terrestre na sequência do aumento dos caudais dos rios que circunscrevem as regiões. Cerca de sete mil pessoas em Chemba "estão a passar fome", afirmou.
Em Sofala, várias estradas no distrito de Nhamatanda estão intransitáveis devido ao transbordo do rio Púngu. O troço Tica-hamatanda, na Estrada Nacional 6, que liga o porto da Beira ao Interland, corre o risco de se tornar intransitável devido ao aumento do caudal do Púngu.
"A situação de inundações e cheias está sob o controlo, apesar de existirem inundações localizadas, sobretudo em zonas vulneráveis. O isolamento dos distritos não vai impedir que possamos fazer assistência aos afectados, pois temos vários meios para lá chegar", assegurou, à Lusa, Casimiro Abreu, director-geral adjunto do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades.
Cerca de 35 mil pessoas, que se encontravam em locais de risco (zonas ribeirinhas e ilhas) na região centro, disse foram aconselhadas a abandonar os locais e já se encontram em zonas seguras, sobretudo nos bairros de realojamento.
"Há o fenómeno resistência em abandonar as zonas de risco, mas é de um número não muito grande de pessoas, que fazem machambas [hortas] nas ilhas e estão a fazer colheita. As pessoas têm a consciência do risco das cheias e inundações e estamos a acompanhar a situação", disse.
A Administração Regional de Águas do Centro reiterou os pedidos às populações ribeirinhas para se retirarem das zonas propensas a inundações devido à subida dos níveis das principais bacias hidrográficas da região. No sábado, aumento das descargas da Barragem Hidroeléctrica de Cahora Bassa fez com que o rio Zambeze galgasse várias zonas do distrito de Caia (Sofala), estando algumas casas submersas, mas, até agora, sem vítimas mortais.
"Estamos a monitorar e em prontidão. Quase todos os comités de gestão de risco (568 no país) estão activos e contamos com o apoio dos líderes comunitários na sensibilização das comunidades, antes, durante e depois das cheias", explicou Casimiro Abreu.
O Presidente da República pediu, no fim-de-semana, aos moçambicanos que se mantenham alerta para o risco de cheias. Armando Guebuza lembrou que aumentaram os caudais dos rios Zambeze, Púngué, Búzi, Save, Limpopo, Incomáti e Maputo, e que foram inundados campos agrícolas e destruídas "algumas infra-estruturas".