A direita brasileira, formada pelos grandes empresários e pelo monopólio das comunicações temiam o crescimento do PT e inventaram um candidato, desconhecido até então, Fernando Collor, que, com o tempo, passou a se tornar a primeira linha de defesa da burguesia contra a ascensão popular.
Com a queda de Collor, tornou-se patente para a burguesia que não era mais hora de inventar um personagem novo. A propaganda em torno do novo deixou de ser atrativa. Então, criou-se uma nova propaganda para promover os velhos, travestidos de pessoas honestas, ilibadas. Buscou-se promover FHC, um político oriundo da sociologia. E criou-se o mito do intelectual que viria para dar credibilidade ao Brasil.
O governo de FHC foi uma continuidade do governo de Collor. FHC fez parte do governo de Itamar Franco, que era o vice de Collor.
O governo do PSDB vendeu tudo o que o Brasil tinha de valor e de produtivo. Privatizou os bancos estaduais, a Vale do Rio Doce, a telefonia, depois de uma intensa propaganda orquestrada pela imprensa.
No entanto, nada daquilo foi ideia brasileira. Foi tudo orientação vinda de fora, mais precisamente, dos países capitalistas centrais.
A imprensa procurou forçar mais um governo de FHC e conseguiu, mas não logrou dar continuidade a ele. Lula elegeu-se e iniciou um governo popular.
O governo de Lula foi um dos governos mais hostilizados da história do país. Recebeu denúncias de todos os lados, mas, mesmo assim, conseguiu manter-se, reeleger-se e eleger Dilma Rousseff para dar continuidade ao projeto do PT.
O projeto do PT, por ser um projeto popular, com todas as suas deficiências, irritou a classe média brasileira, sobretudo aquela classe média mais conservadora e reacionária. A classe média que odeia os pobres, que sente vergonha do próprio país, que sonha em morar nos EUA ou na Europa; que defende a burguesia, apesar de ser uma classe sem recursos, atolada em dívidas e sem nenhum conhecimento de política e de história.
Esse setor mais reacionário é, hoje, o principal eleitor do PSDB. Sem esse setor, o PSDB não se elege em São Paulo, por exemplo.
Mas há um outro fenômeno curioso: sem esse setor, Marina também não se elege. Marina pode ser comunista, pode ser ambientalista, defensora dos pobres, mas nada disso importa. O importante é derrotar o PT. E, depois, quando o PT estiver destruído, será a vez de destruir a própria Marina, que ajudaram a construir.
E esse classe média, tola, aparvalhada, vai dando golpes contra si mesma, fazendo de sua vida miserável algo mais miserável ainda. Mas, não importa, o importante é a satisfação de seu ódio pessoal.
Pobres otários.