A reportagem do Canalmoz esteve em Magude para junto do Comando Distrital local apurar os pormenores do incidente.
Junto da Polícia de Magude não foi possível obter informação, alegadamente porque qualquer pronunciamento só nos poderia ser feito a nível do Comando da PRM, na província de Maputo. Ou seja, por porta-vozes que nem sequer viveram o caso e que apenas se baseiam nos relatórios produzidos por terceiros, que por seu turno escondem até as ocorrências.
Entretanto, um agente afecto àquele comando distrital, confidenciou-nos, sob condição de anonimato, que vários tipos de armas foram arrancadas pela população.
"Uma AKM e uma pistola foram levados por desconhecidos envolvidos na invasão ao Comando. Foi com a coronhada da pistola que aleijaram o comandante", disse o agente.
A nossa reportagem sabe que "o roubo" das armas foi resultante de uma fúria popular depois que um agente da PRM afecto ao Comando do Distrito de Magude, identificado por Zandamela, matou uma criança a tiro, quando tentava imobilizar a viatura de um jovem que supostamente estaria a fazer manobras perigosas na vila.
Esta informação foi-nos confirmada no comando distrital pelo agente que falou ao nosso jornal sob rigorosa condição de anonimato.
A versão de alguns residentes da Vila de Magude dá conta que o agente Zandamela, a pensar que atiraria para os pneus de um carro que achou que estava a fazer manobras perigosas, acertou no braço do condutor.
"A bala atravessou o seu braço e de seguida atingiu o pescoço de uma criança que estava no colo do condutor e o menor morreu no local".
"Os familiares da criança", ainda segundo os mesmos residentes daquela vila, "furiosos," "assaltaram" o Comando da Polícia. "Agrediram gravemente o comandante e seus quatro subalternos e partiram o que encontravam pela frente. Houve tiroteio dentro da esquadra".
A nossa reportagem sabe ainda que na sequência dessa agressão, o comandante esteve internado no Hospital Central de Maputo (HCM) e já teve alta. A sua viatura foi também vandalizada pelos cidadãos furiosos.
Dos quatro agentes espancados na mesma circunstância, três também tiveram alta e encontram-se a fazer tratamento ambulatório.
No local, apurámos que para escapar da fúria popular, os agentes puseram-se em fuga e deixaram o Comando sob as rédeas dos "vândalos". As marcas físicas no edifício do comando são o testemunho mais evidente do caso. Vidros das janelas quebrados; furos de balas nas paredes, no interior do edifício do comando, entre outras destruições.
Um carro da Polícia, com a matrícula PRM 02-2-26, também foi espatifado. Só escapou de ser incendiado, devido à ausência de combustível e fósforos por perto, contaram pessoas que testemunharam o acto.
Acompanhe os detalhes desta peripécia na edição de amanhã do Canal de Moçambique, semanário que todas as quartas-feiras está à venda nas bancas.