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100316 bemvFrança - Resistir - [Finnan Cunninghan] A França está em vias de uma "guerra secreta" na Líbia – em insolente violação do direito internacional.


Mas relatar este ato criminoso é considerado uma ofensa! Bem-vindo ao mundo orwelliano de pensamento dúplice em que o Estado francês entrou.

Uma reportagem do jornal Le Monde desvendou as operações clandestinas da França naquele país do Norte de África. O jornal informou que forças especiais francesas estavam a realizar missões secretas para cobrir ataques aéreos contra o grupo terrorista do Estado Islâmico.

De acordo com Le Monde a missão foi autorizada pelo presidente francês François Hollande e forças especiais estão a ser posicionadas para "ações discretas" de preparação dos ataques a alvos islâmicos. Imediatamente, o ministro da Defesa Jean-Yves Le Drian atacou violentamente o jornal, alegando que pode ter "comprometido" a segurança nacional.

O canal estatal France 24, porta-voz de Le Drian é citado como tendo dito: "Quando operações secretas estão ocorrendo, o objetivo é não serem reveladas para a segurança dos homens e das operações".

Colocando a questão mais precisamente: quando ações criminosas, ilegais, violações contra a soberania de um país e o direito internacional estão ocorrendo, o objetivo é não poderem ser reveladas ao público, caso contrário os autores de tais crimes serão vistos pelo que são: culpados de crimes de Estado. Não admira que o Sr. Le Drian tenha depois sido fotografado aparentando um ar mais irritado do que o habitual.

As consequências podem ser grave para o jornal Le Monde ou quaisquer outras fontes noticiosas que abordem este assunto. O governo francês afirma estar a investigar se houve "fuga de informação secreta". A violação das "regras de sigilo de defesa" francesas acarreta uma pena até três anos de prisão e uma multa de 45.000 €.

Então esclareçamos. Forças militares de elite francesas e agentes pertencentes ao serviço de informações do Estado, DGSE, estão presentes na Líbia e a coordenar ataques aéreos contra alvos da Jihad, de acordo com Le Monde. Contudo, informar sobre esta ilegalidade patrocinada pelo Estado é potencialmente "crime", de acordo com aqueles que são responsáveis pelo crime, maior, de violar a soberania de um país.

Esta ameaça procura sem dúvida intimidar o jornalismo independente. O Governo comete crimes, não relatá-lo, parece ser a palavra de ordem. Le Monde não é a única fonte noticiosa a divulgar a nova guerra do ocidente na Líbia. Na semana passada, o New York Times informou que forças especiais americanas, britânicas, francesas e italianas estavam a operar na Líbia. Entende-se que estas forças não têm qualquer mandato legal para a realização dessa atividade. Não há nenhum mandato da ONU para tais operações, e não há nenhuma autoridade líbia, capaz de dar a sua aprovação. Trata-se simplesmente de uma absoluta ilegalidade.

Desde que em 2011 os EUA e outras forças da NATO transformaram a Líbia num inferno de bombardeamentos durante sete meses, do qual resultaram 30 mil mortes, o derrube do governo de Muammar Gaddafi e seu assassinato pelos jihadistas suportados pela NATO, o país tem estado num absoluto estado caótico destroçado por milícias rivais.

Qualquer autoridade central que existisse na Líbia foi pulverizada pela NATO. O governo francês, em particular sob a anterior presidência de Nicolas Sarkozy, tem responsabilidades pesadas tornando a Líbia, outrora próspera, num abjeto estado falhado.

Desde então, os americanos e seus aliados ocidentais puderam bombardear a Líbia à vontade. Em novembro passado, um ataque aéreo dos EUA alegadamente matou Nabil Abu, um comandante do estado islâmico no leste do país. Na semana passada, outro ataque aéreo dos EUA a uma alegado campo de treino em Sabathra, a oeste de Trípoli, teria feito mais de 40 mortes.

Após o ataque mais recente, o chamado "governo de unidade" da Líbia, no exílio, com base em Tunes, que as potências ocidentais têm tentado remendar junto, condenou essa ação como uma violação da soberania da Líbia. As potências da NATO destruíram a soberania da Líbia, e até mesmo uma semelhança de governo que o ocidente patrocina, tem objeções à interferência militar ocidental.

Isto é orwelliano para além das palavras. Um Estado bombardeado, um Estado falhado que permanece no caos jihadista, então o ocidente volta a bombardear para alegadamente derrotar os grupos terroristas que ajudou a instalar neste estado falhado, não havendo nenhuma autoridade nacional para adequadamente objetar a estas ações porque a NATO destruiu essas autoridades. Então quando um jornal informa sobre esta última reviravolta da criminalidade patrocinada pelo Estado, fica ameaçada de "comprometer" a segurança do Estado.

Não há nenhuma outra maneira de avaliar isto. A França, como os seus outros cúmplices ocidentais liderados pelos EUA, está caindo em pleno no fascismo. Anarquia é a norma. Bombardear outros países tornou-se como que um direito dado por Deus. E se esta situação for relatada segue-se uma acusação.

E por que nos deveríamos nos surpreender? A França abraçou o fascismo há 75 anos quando o estado de Vichy se tornou um colaborador zeloso da Alemanha nazi e do seu programa de genocídio. Dezenas de milhares de cidadãos franceses foram postos em comboios pelos seus governantes para serem exterminados nos campos de morte fascistas.

Hoje, sob a rubrica de "combate ao terrorismo" – terrorismo que Paris fomentou na Líbia e na Síria, as autoridades francesas impuseram um estado de emergência aos seus cidadãos. O presidente francês Hollande e o seu estridente primeiro-ministro Manuel Valls declaram que "a França está em guerra" contra o grupo terrorista de Estado Islâmico – uma rede que nasceu graças ao ilegal patrocínio francês aos jihadistas para derrubar os governos da Líbia e a Síria.

Os "poderes de emergência" do Estado francês permitiram que milhares de lares franceses fossem invadidos sem mandatos nos últimos meses, desde os ataques de terror em Paris em 13 de novembro. Os governantes franceses dão-se poderes fascistas contra cidadãos num caso de ataque ao terrorismo – terrorismo que eles criaram em grande parte através de ilegalidade internacional.

Agora o estado patrocinador do terrorismo que destruiu a Líbia dá a si próprio carta branca para voltar à Líbia – sob o pretexto do "combate ao terrorismo" – para pilhar e bombardear aquele país com forças especiais.

Voltemos atrás para ver o que se passa. Estamos num caminho de absoluta ilegalidade, fascismo e perdição. As mesmas pessoas no governo que deveriam ser responsabilizadas e processadas por crimes internacionais estão a cometer ainda mais de tais crimes sob o critério de criminalidade por eles próprios definido. E quando o público deveria ser informado acerca disto, os patifes no governo debitam suas auto-justificações espúrias com base na "segurança nacional" e ameaçam encarcerar os "violadores".

As orgulhosas noções francesas sobre "liberdade de expressão" e "direitos humanos" são demasiado pretensiosas. Muito, muito pretensiosas. Enquanto isto, a desprezível história da participação real da França em crimes fascistas é passada por alto e empurrada para o buraco da memória. Bem, podemos saber o porque disto. Porque o mesmo establishment dominante francês está mais uma vez a abraçar a vil escuridão do passado.

29/Fevereiro/2016

O original encontra-se em www.informationclearinghouse.info/article44337.htm . Tradução de DVC.


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