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060116 vitPortugal - Esquerda - Depois de uma greve espontânea e de um bloqueio ao acesso da fábrica durante dois dias, os trabalhadores da General Electric de Setúbal - a antiga Alstrom - conseguiram que a empresas e as empresas de trabalho temporário às quais recorre voltassem atrás na intenção de cortar salários e outros apoios.


Os trabalhadores subcontratados por empresas de trabalho temporário (ETT) na General Electric (GE) de Setúbal, antiga Alstom, regressam esta quarta-feira ao trabalho, dado que chegaram a acordo para a manutenção da remuneração de 12 euros/hora, revelou hoje à Lusa fonte sindical.

“A solidariedade e unidade de todos os trabalhadores foi fundamental para que as empresas recuassem na pretensão de reduzir o preço hora e desta forma viram salvaguardados os seus direitos”, lê-se no site do Sindicato das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE-SUL).

Trata-se de uma vitória que decorre do protesto que impediu a fábrica de funcionar nos últimos dois dias. Cerca de 150 trabalhadores precários da Argoweld, Raindow Equation e Industrial Modem (do grupo GE) recusavam-se a entrar ao serviço desde segunda-feira e bloquearam o acesso à fábrica. Numa greve improvisada, protestaram contra a anunciada redução do valor/hora que iriam receber a partir do dia 1 de janeiro de 2016, bem como contra outros cortes em apoios.

Na segunda-feira, o representante do SITE-SUL, Eduardo Florindo, explicou à Lusa que o grupo da General Electric, que comprou a Alstom/Setúbal assumindo a responsabilidade pela gestão da empresa no início deste ano, decidiu em função dos prejuízos daquela unidade industrial reduzir o valor pago a cerca de 150 a 200 trabalhadores em situação precária, num universo de cerca de 400 trabalhadores.

Além da redução desta valor, a General Electric queria também reduzir em 50 por cento os subsídios de transporte, reduzir o pagamento do trabalho suplementar de 100 para 50 por cento e criar um banco de horas, que, na prática, iria reduzir drasticamente o trabalho suplementar.

Eduardo Florindo sublinhou ainda a condição ultra precária, e com contornos de ilegalidade, de muitos destes trabalhadores: “Alguns dos trabalhadores precários, com um rendimento mensal entre os 700 e os 1.000 euros, prestam serviço na antiga Alstom, há mais de cinco ou seis anos” situação que qualificou como "inaceitável".

Com a fábrica bloqueada e "na sequência das reuniões dos últimos dois dias, a General Electric acabou por decidir manter o preço/hora para cada trabalhador", disse esta quarta-feira Eduardo Florindo, lembrando que a empresa pretendia reduzir o valor/hora de 12 para 10,35 euros.

"Há apenas um corte de cerca de 50% no subsídio de transporte", acrescentou o sindicalista, salientando que a empresa recuou em todas as outras matérias em que se propunha fazer cortes, que a seguirem adiante traduzir-se-iam numa quebra significativa de rendimento para muitos trabalhadores precários.

Esta segunda-feira, um trabalhador precário que participava na ação de protesto explicava as razões do protesto: “não estamos a pedir nada. Queremos apenas que não baixem os salários que auferimos”.

"Se esta redução salarial for implementada vou perder entre 350 e 400 euros por mês", frisou na altura o trabalhador precário, que pediu anonimato temendo represálias.


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