Gilberto Madeira disse à Angop que uma das prioridades do governo é incentivar as diversas etnias a manterem os seus laços tradicionais, como forma de preservarem a sua própria origem étnica. "Dentro deste propósito, é preciso que os povos localizados na província do Namibe, concretamente na comuna do Yona, recebam muita atenção", destacou.
O especialista acrescentou ainda que os hereros são dos poucos grupos étnicos que até hoje continuam a preservar a sua cultura tradicional, à semelhança dos mucubais, muimbas, nguedelengo, mumuila e muhimba.
O sociólogo disse ainda que "não é a globalização, nem as seitas religiosas, que podem mudar o comportamento cultural dos hereros, já que o governo tem envidado esforços para que os mesmos mantenham as suas tradições, hábitos e costumes".
Porém, realçou, é preciso que os governos locais e as direcções provinciaisda cultura criem normas que ajudem a proteger adequadamente os hábitos e costumes dos hereros.
Além disso, quando se entra em contacto com os grupos de culturas diferentes, o mais forte integra aquele que tem menos força, facto que se tem verificado quando os factores materiais são mais facilmente integrados do que os traços espirituais, sublinhou. "É uma tarefa difícil, se não mesmo impossível, mudar os hábitos e costumes dos hereros. Já registámos igrejas a tentarem evangelizar os hereros, mas até agora as suas tentativas não deram resultado, por serem povos com hábitos e valores culturais muito fortes e enraizados", disse o sociólogo.
Os hereros são um grupo étnico que vive praticamente da pecuária, que tem sido uma das fontes de riqueza e auto-sustento das suas famílias.