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080310_mulheres.jpgMST - Cerca de 180 mulheres do MST reocuparam na manhã deste domingo (7/3) pela quinta vez a Fazenda Uberaba, no município de Bonito, brejo pernambucano. 


As mulheres estão nesse momento montando acampamento junto com suas famílias. A ação faz parte da Jornada de Lutas das Mulheres da Via Campesina, com o tema contra o Agronegócio e contra a Violência: por Reforma Agrária e Soberania Alimentar. 

A Fazenda Uberaba, de 600 hectares, é reivindicada pelo MST desde 2004. De lá prá cá já houve uma série de ocupações da área, e as famílias foram sempre violentamente despejadas. A área já foi palco de diversos conflitos. Em 2004 homens armados perseguiram militantes do MST acampados próximos à fazenda. Um dos homens foi identificado como filho da proprietária da área que mantinha pistoleiros fortemente armados vigiando a fazenda e ameaçando os trabalhadores rurais.

Jornada de lutas

As mulheres da Via Campesina entendem que a única forma de mudar a realidade de exploração e opressão é a luta e a mobilização permanente. Mas essa só dará resultados concretos se feita de forma consciente, compreendendo a realidade para poder transformá-la.

Por isso, esse ano as atividades da Jornada de Lutas das Mulheres da Via Campesina em Pernambuco unirá luta e mobilização, com estudo e debate.

Dando inicio à Jornada no Estado, mulheres das comunidades quilombolas Caluetê, Cambirinda, Castaninho, Estivas e Timbó, camponesas do MST e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) se reunirão, nesse domingo, (7/3), em Garanhuns e na Zona da Mata, para estudar e debater sobre os principais problemas que as afetam e como resolvê-los.

A essa atividade seguirão diversas mobilizações que acontecerão em todo o Estado como parte da Jornada Nacional de Luta contra o Agronegócio e contra a Violência: por Reforma Agrária e Soberania Alimentar. As camponesas irão para as ruas colocar para a sociedade seu projeto, sua alternativa pela saúde, pela autonomia, pela igualdade, pelo fim da exploração.

Dia internacional da Mulher

Há 100 anos o mundo todo comemora o dia 8 de março como Dia Internacional das Mulheres. Como todos os anos, as camponesas da Via Campesina comemoram esse dia em seu sentido principal: a luta. Foi nesse caminho que as mulheres foram para as ruas em todas as partes do mundo, inúmeras vezes: pelo direito ao voto, a salários iguais, para denunciar a violência cotidiana a que são submetidas, desde a humilhação doméstica à mais brutal violência física.

Em um país com uma das piores desigualdades sociais do mundo, com concentração de terra, renda e poder não mãos de uma elite, os impactos recaem fortemente sobre as mulheres. De acordo com uma pesquisa da UFRJ, 80% do total de pessoas sem acesso à renda no Brasil
são mulheres. No campo, essa realidade fica ainda mais marcante.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), somente 1% das propriedades rurais do mundo estão em nome de mulheres. E na Reforma Agrária também o índice é baixo: menos de 15% das terras são registradas em nome de mulheres. Cerca de 6,5 milhões de agricultoras são analfabetas. O modelo de produção priorizado pelo Estado brasileiro revelado com detalhes pelo último Censo Agropecuário faz com que existam 15 milhões de sem-terra no país. Destes, no mínimo, 50% são mulheres.


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