Propriedade dos heredeiros do fascista, o paço é umha luxuosa quinta de mais de seis hectares que estivo totalmente fechada ao público até que o governo do bipartido o declarou Bem de Interesse Cultural (BIC) e permitiu que pudessse ser visitado polo povo.
Após a vitória fascista de 1939, e umha vez assassinados milhares de corunheses e corunhesas, desde o autarca da cidade herculina, Soares Ferrim, a vizinhos e vizinhas anónimos que todos os dias apareciam nas valas das estradas da comarca mortos pola Falange e Guarda Civil, as pessoas sobreviventes fôrom obrigadas a pagar a compra do paço ao caudilho e este a recebeu como "obséquio do povo da Corunha".
Por seu turno, a esquerda independentista, associaçons de vítimas do fascismo espanhol e coletivos pola memória histórica reclamárom a sua devoluçom ao povo.
Finalmente a declaraçom como BIC foi umha tímida forma de subsanar esta injustiça histórica que, se queria ser realmente justa, deveria ter devolvido o paço ao seu legítimo comprador, o povo trabalhador galego.
A amizade da direita corunhesa com o fascismo
Nom é a primeira vez que um político do Partido Popular sai em defesa dos interesses económicos ou simbólicos dos herdeiros de reconhecidos criminosos fascistas.
Recentemente Carlos Negreira, atual autarca da Corunha, qualificou Millán Astray, fundador da "Legión" e um dos principais rostos da repressom contra democratas na Galiza, de "corunhês de pró". Aliás manifestou a sua satisfaçom pola recuperaçom do título honorífico a este militar espanhol como 'filho predileto' da Corunha, após ter sido retirada polo anterior governo municipal em cumprimento da Lei pola Memória Histórica.
Também o atual sócio de Governo de Ernesto Anido, Ramón Rodríguez Ares, franquista confesso, que governou Sada sob as siglas do PP durante quase um quarto de século, foi mais longe que o atual autarca de Sada e propujo encerrar o paço às visitas do povo "nom só em agosto, senom durante o ano todo”.
Ares, fundador do direitista e espanholista Partido Demócrata Sada Popular, que apostou por restituir os honores a Franco, argumentou que "Meirás é umha propriedade privada de umha família que gastou o seu dinheiro em amanhá-lo e o tenhem aí para desfrutar dos meses de verao”.
Para concluirmos, este relato sobre os defensores dos valores e interesses do franquismo em terras galaicas, o antigo candidato polo esperpéntico neo-Partido Galeguista na cidade da Corunha, Carlos Marcos, conhecido por reivindicar um "galeguismo" que se exprimia em espanhol e marginava o galego-português foi visto o passado sábado no seu austero iate em companhia de Carmen Franco, filha do ditador que mais galeguistas perseguiu e assassinou na história deste País.
Curiosamente este político que nunca chegou a ter mais que um punhado de votos, que presumia de ser amigo do "socialista" Paco Vázquez e que é um aférrimo defensor da castelhanizaçom do topónimo corunhês, sempre negou que o seu último partido, Unión Coruñesa, fundado em parceria com antigos membros do PP da Corunha fosse de direitas. Talvez o considere tam "socialista" como à sua íntima amiga Carmen Franco ou ao seu prezado Paco Vázquez, e no fundo supomos que razom nom lhe faltará a este esperto político-empresário.
Julio Iglesias frente às festas "demasiado gallegas"
Para além das suas declaraçons filofranquistas o autarca de Sada anunciou que vai dedicar o escasso dinheiro público do concelho em levar o cantor madrileno e vizinho de Maiami, Julio Iglesias, a Sada.
Segundo Anido ele está a "trabalhar" para que Julio Iglesias visite o municipio corunhês e deixe as súas pegadas no "enxebre" passeio da "fama" da localidade, no que qualificou como a "iniciativa estrela" da atual corporaçom municipal.
Ernesto Anido, que polo que parece teria gostado de ser autarca de Holywood em vez de sê-lo de Sada, assegura que Julio Iglesias estaria “encantado” de se somar à iniciativa local, o que segundo este político “suporia um apoio mediático de vital importáncia”. Porém, ainda nom tem data para a visita do cantante, do qual Anido, como bom "pepeiro", é fam acérrimo.
Supomos que som este tipo de iniciativas "culturais" as que acha o "galeguismo" do PP boas tanto para manter a sua cacarejada austeridade como para fomentar o emprego dos galegos e galegas. Por enquanto, centos de bandas galegas continuam vetadas a participar de festas dos concelhos da Galiza por acharem os políticos do PP que som "galegas de mais" e nom dignas de receberem o dinheiro público do povo galego. Se ainda tivessem nascido em Madri e morassem em Miami como Julito!!
Também trascendeu a importante informaçom de que Julio Iglesias convidara ao autarca ao último concerto da sua turné espanhola, em Ávila mas segundo declarou o político direitista viu-se na obrigaçom de "sacrificar-se" (sic) pola vizinhança e “declinar” o convite polo seu “desejo de permanecer em Sada durante toda a semana grande das festas”.
Anido trabalha nestes assuntos enquanto a família Franco curte o verao na antiga residência estival do ditador, depois de que que a Junta da direita espanhola decidisse fechar o paço ao povo este mês, apesar de que o paço foi declarado Bem de Interesse Cultural (BIC) e deveria abrir ao público, no mínimo, quatro dias ao mês.
Franco, Julio Iglesias e o PP... que mais podiamos pedir!!
Foto: Os eruditos políticos sadenses Rodríguez Ares e Anido sacrificárom o seu verao realizando duras gestons para trazerem Julio Iglesias a Sada.