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270711_25julhoGaliza - Diário Liberdade - Continuando com a publicaçom de matérias relacionadas com a recente comemoraçom do Dia da Pátria, reproduzimos a seguir os discursos de Laura Bugalho, que falou no fim da manifestaçom de Causa Galiza, e de Alberte Moço Quintela, que discursou na praça de Maçarelos após a manifestaçom de NÓS-UP.


Laura Bugalho (Causa Galiza)

Arenga do Dia da Pátria

Bom dia Companheiras e Companheiros, delegações internacionais

Este DIA DA PÁTRIA, da mátria de todas e todos nós saimos com força, com ilusão de sermos mais e mais unidas e unidos, de sabermos cada uma de nós comprometidas e comprometidos com este nosso projeto CAUSA a GALIZA para não só reclamar, senão que urgir a nossa SOBERANIA NACIONAL JÁ!!!!

Nós já não podemos aguardar, o futuro não existe se o presente não é a realidade social, política e económica pela que nós lutamos. O actual marco jurídico-político assim no-lo põe de manifesto, hoje com mais carragem, hoje berramos com força inusitada: a SOLUÇÃO: AUTODETERMINAÇÃO!!!

As fauces sem complexos do fascismo atual assinalam quais são os reptos que temos que resolver.

É necessário, mesmo é urgente que continuemos a acumular forças, de somar a aquelas mulheres e homens que se sentem defraudados pelo caciquismo de antes e de agora, pelas promessas incumpridas e pelos mercachifles que se dedicam a parchear projetos políticos esgotados.

Há quem faz biopsias destes, nós já há bem tempo que figemos as autópsias. Não temos apanhada no Constitucionalismo, não se nos pode esperar em desenhos de Estatutos de Nação. Só instamos a essas Companheiras e Companheiros que saiam desse labirinto e que mão com mão despejemos as silveiras e ervas que impedem a conquista e desenvolvimento da nossa independência.

Na Galiza estamos a sofrer as falsidades dos partidos constitucionalistas, tanto da direita mais reacionária como a que autodenomina falsariamente de esquerdas. Longe de nós estiveram se as nossas guadanhas puderam!!! Estám aqui contrariamente à nossa vontade, à vontade popular que desde tempos temos manifestado.

Causa a Galiza recolhe essa vontade, a dos Mártires de Carral, a dos resultados do Não ao Estatuto da Galiza. Nós reafirmamo-nos sem medos nem complexos na história de luta do nosso Povo.

Como cantavam Fujam já podem em Madrid falar com palavras bem formosas, que nunca, nunca nos hão de pagar a nossa fome de outrora, desde Madrid o PSOE e os seus lacaios, os sindicatos españolistas UGT e CCOO reformulan o nosso presente, novamente, com reformas que nos retraen a situações de há trinta ou mais anos.

Reformas antisindicais, anti Classe Operária. Reformas feita por miseráveis, que repartem prevendas à Banca e à Patronal, Reformas das Pensões capazes de destruir o futuro individual e colectivo. Reformas que as combatemos ainda que neste actual marco jurídico-político a nossa luta seja mais complexo e hostil.

Reforma da Negociação Coletiva que tenta assassinar a nossa ação sindical. Assassinam novamente com intencionalidade e alevosia a Amador Rei e Daniel Niebla como aquele dia 10 de Março de 1972.

Urge, urge-nos sem demora, sem pausa uma forte e contundente contestação sindical, e não só sindical, também social. Urge uma série de ações e a convocatória de uma Greve Geral. Todas as pessoas e entidades comprometidas com a nossa Pátria devemos implementar esta contestação continuada no tempo.

Sairemos novamente em chave Nacional e Internacionalista. Causa Galiza reafirmámos no compromisso com as outras Nações do Estado, e combinaremos para desenhar estratégias conjuntas.

Para isto é preciso que sejamos unidas e unidos, por que como diz Martín Fierro na América do Norte Latina "Los hermanos sean unidos, esa es la ley primera, porque simo, nos devoran los de afuera". É preciso manter-nos lado a lado, somos Causa Galiza.

Assim, desta sorte, daremos cumprida resposta aos ataques que recebemos desde os Vicerreis da Espanha que são os Subdelegados de Governo, repressão sindical, repressão política que nos últimos tempos incrementa. E a bem seguro incrementará, ira , e teremos mas pedidos de condena de cárcere, de sequestro político e assim darão na nossa Pátria uma nova definição do antes sofrido em Euskal Herria.

Devemos criar sinergias, entretecer-nos toda a sociedade comprometida e valente. Façamos da praxe um caminho e reconheçamos-nos no que nos une, a sua opressão debuxa um tempo e um espaço partilhado.

Por que sim Companeiras e Companheiros, somos todas e todos Imigrantes neste Sistema Colonizador Espanhol. De contínuo se nos pidem os papéis e recebemos sanções e/ou ordens de Expulsão. Mas somos imigrantes no Capitalismo, que nos arruina e vende. Somos imigrantes no Heteropatriarcado, em tantos outros sistemas de opressção, ...e neste reconhecimento, nestas redes somos mais e somos mais fortes.

Estes dias estivemos as Mulheres Bascas e Galegas debatendo sobre os Feminismos e a Soberania Nacional. Tivemos a valiosa e maravilhosa presença das nossas irmãs e Companheiras Bascas.

Pois bem com humildade e soridade digo que o Soberanismo será feminista ou não será, e que o Feminismo será soberanista ou não será. Olhai aqui a soma de forças, de aí que o presente está prescrevendo um melhor futuro.

A realidade impom ser criativas, imaginativas e comprometidas com a mudança social, política e económica.

Companheiras e Companheiros em este 25 de Julho do 2011 reafirmemos-nos na nossa luta Independentista,

Viva Galiza Ceibe!!!

Viva CAUSA GALIZA!!!

Independência.


Alberte Moço Quintela (NÓS-UP)

Intervençom no ato político do Dia da Pátria

Vinhérom com um exército, um exército como nunca tínhamos visto. Vinhérom com o alto comando empresarial para dirigir o espólio, e com cinco divisons de capatazes e de encarregados para brandir o chicote. Traziam um vice-rei delegado do Governo para administrar justiça sumaríssima e para supervisar os esquadrons do terror fardados em azul escuro como a noite. Umha frota de petroleiros velhos e umha aviaçom carregada por completo de turistas madrilenos. Construírom castelos e torres e unírom-nas com linhas de alta tensom. Construírom muralhas colossais exatamente por onde passavam os nossos rios. Quando começou o ataque já nom houvo trégua. O pior foi para as mulheres. Fôrom violadas, espancadas e brutalmente assassinadas e eles decretárom o silêncio ou, no melhor dos casos, a estéril piedade. A artilharia mediática desmembrou as nossas consciências, os professores mercenários encarregárom-se de nos incomunicarem e analfabetizar. Para aqueles que ainda nom caíram, reservárom espaço em calabouços e masmorras.

Mas algo deveu ir mal. Algo deveu falhar nos seus planos porque fomos invadidas, fomos ocupadas, mas nunca fomos conquistadas, nunca houvo rendiçom. Aqui seguimos, dando guerra; e dando guerra seguiremos.

Companheiras e companheiros,

Nós fazemos parte dum povo negado

Nós trabalhamos para que outros se fagam ricos

Nós falamos umha língua proibida, umha língua perseguida, umha língua marginalizada

Nós pagamos multas, recebemos malheiras e somos levados a prisom

Mas, apesar de todo isto,

Nós saímos à rua e gritamos com todas as nossas forças. Gritamos que queremos ser livres

Nós nom temos medo, nom abaixamos a cabeça, erguemo-la com orgulho

Nós devolvemos os golpes

E porquê?

Porque

Nós somos galegas, nom somos espanhóis

Nós somos a esquerda independentista

Nós, companheiras e companheiros, somos a Unidade Popular, hoje é o Dia da Pátria e assim é como manifestamos o nosso compromisso com a Galiza, o nosso compromisso com a nossa independência nacional.

Na Galiza, umha em cada cinco trabalhadoras e trabalhadores está no desemprego. Na Galiza, o salário mínimo é de 640 euros e um andar de 60 metros custa 450 euros ao mês. Na Galiza, os patrons ganham cada ano 60.000 milhons de euros e só pagam em salários um terço desta quantidade. Na Galiza, umha mulher cobra 25% menos do que um homem e trabalha, na empresa e na casa, o dobro de horas. Na Galiza, o nosso idioma perde cada ano 30.000 falantes. Mas isto nom é mais que a extrapolaçom estatística dumha realidade que conhecemos bem, umha realidade que padecemos a diário as trabalhadoras e os trabalhadores galegos. Isto nom serve mais que para demonstrar com os dados que fornece o inimigo que no nosso país a miséria e legal, a exploraçom patriarcal é a norma e que a nossa identidade nacional está a ser liquidada com total impunidade.

Hoje, companheiras e companheiros, temos mais motivos do que nunca para luitar. E como luitam os movimentos revolucionários? Com a organizaçom, com a mobilizaçom, ocupando as ruas e fazendo caso omisso das ordens que dita o sistema, tomando consciência de que só temos umha saída, só temos um caminho, que é destruir esta sociedade a partir dos seus alicerces e preparar-nos para criar umha nova. É possível. Está ao nosso alcance se atuarmos unidas como povo e como classe. A história demonstra-nos que quando um povo está decidido a atingir a sua emancipaçom nom há nada capaz de pará-lo, nom há mais barreiras que as que nos coloquemos a nós mesmas. É por isso que NÓS-Unidade Popular vos convocou hoje a esta manifestaçom, por isso vos convocamos abaixo das bandeiras do feminismo, do socialismo e da independência nacional, porque temos claros os nossos horizontes estratégicos e porque temos a resoluçom firme, inquebrantável, de começar a dar passos no caminho que temos escolhido.

Companheiras e companheiros, conhecedes em primeira mao a conjuntura em que nos achamos, sabedes do contexto global de crise do sistema e das nefastas previsons que nos traz o programa precarizador da burguesia, sabedes do ressurgir da extrema-direita representada polo Partido Popular que ameaça com se estender ainda mais, sabedes da fragilidade do campo soberanista. Devemos estar à altura, companheiras e companheiros. Estar à altura é o que se nos exige agora mesmo. Porque nas situaçons de crise é onde podemos avançar, saímos de umha para nos metermos noutra pior, sim, as cousas como som, os nossos reptos som maiores a cada passo e a entrega que se nos exige também é maior. Mas aí vamos estar, nas Assembleias Comarcais, nos Centros Sociais, nos movimentos populares, nos centros de trabalho. Vamos dar duro a Espanha e aos patrons porque este movimento nosso tem futuro, entre todas e todos vamos levá-lo à victória.

Viva Galiza Ceive!

Viva Galiza Socialista!

Viva Galiza Feminista!


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