Foto de Vavel España (CC by-nc-sa/2.0) - Riazor Blues, claqué do Desportivo da Corunha agredida por neonazistas do Atlético de Madrid.
Esta é a conclusão à qual chegou a polícia depois de analisar os diferentes vídeos que conseguiu recopilar -alguns gravados por testemunhas ocasionais que depois os entregaram- e que a TVE explicou há cinco dias, depois de conseguir alguns destes vídeos em exclusivo.
Mas a nova versão não saiu de alguns meios galegos, enquanto que a maioria de meios no Estado espanhol nem tão só informaram das novas revelações.
À retina maioritária fica a versão da "briga entre grupos radicais" ou de "vingança" que igualava assassinos e vítima e que eliminava qualquer referente à ameaça que supõe a violência fascista.
Só para pôr alguns exemplos, o El País descreveu os fatos como uma "briga", igual que o El Periódico, El Mundo falou de uma macro-cita -com o qual se pressupõe que as vítimas aceitavam o uso da violência,- Antena 3 focou as suspeitas em "os violentos que viajavam a Madrid" e a mesma RTVE publicou um perfil de Jimmy apresentando-o como um "radical e violento".
A versão da emboscada planificada só foi publicada de forma pontual em alguns meios e sempre destacando que era a versão dos Riazor Blues, a claqué atacada e à qual, não só se lhe negou praticamente a voz, senão que em geral foi equiparada aos seus agressores. Outro dado relevante do caso, a presença de um militar e de um guarda civil entre os detidos da banda feixista, apenas chegou a algum titular, ficando bastante diluído.
Agora, após ser desmontada completamente esta versão, praticamente nenhum meio rectificou. Entre os poucos que publicaram os novos dados, Las Provincias continua definindo os fatos como um "choque" e El País, apesar da sua ampla reportagem, não usa a palavra "briga", mas também não fala em emboscada nem cabe termo similar que permita entender que passou.
Mesmo a RTVE evitou fazer qualquer tipo de autocrítica sobre a sua primeira cobertura.