O corpo de Marisol Martínez (29 anos, de Ameixida, Castanheiras - comarca do Barbança, Galiza - e ativista libertária) apareceu espido e queimado no fim de semana passado na localidade portuguesa de Aveiro, junto da sua documentaçom e mochila. O seu animal de estimaçom, um cam, foi encontrado (vivo) a umha considerável distáncia, na estaçom de comboios. O corpo de Marisol apareceu nas instalaçons desportivas do clube dos Galitos, relativamente afastadas do centro da cidade, e a pesquisa foi fechada em poucos dias, com participaçom exclusiva da Polícia Judiciária, e dando por totalmente válida a tese do suicídio.
Amizades de Marisol nos Países Cataláns -onde a ativista libertária morou- denunciam, através de meios de comunicaçom independentes de Barcelona, o tratamento "denigrante e nauseabundo" do caso feito pola imprensa burguesa, que desde o primeiro momento e mesmo antes dos resultados da autópsia apontou o suicído e a alegada ausência de indícios de crime para "ocultar a sua morte". "Conhecendo-a un pouco, é muito difícil acreditar que fosse um suicídio", acrescentam as amizades de Marisol.
Os jornais mais atrevidos -entre os quais, como nom, podemos encontrar o inefável Correio da Manhã português- nom duvidárom em indicar de forma imediata a morte súbita como possível causa da morte, esquecendo que isso nom explica queimaduras no corpo e, muito menos, na documentaçom.
Condiçons objetivas
Para além de consideraçons subjetivas sobre as qualides pessoais, os emails trocados a 28 de julho em tom alegre, em que Marisol dizia à sua amiga e amigo -já desde Portugal- estar "de puta nai" (sic.) e "bastante bem" de "mochilera" junto com o seu cam nom concordam com o suicídio como hipótese.
Também o escasso período de investigaçom (menos de umha semana) e o facto de a polícia espanhola comunicar à família da mulher a sua renúncia, desde o primeiro momento, a qualquer classe de pesquisa sobre os factos, ficando a investigaçom exclusivamente nas maos da Polícia Judiciária portuguesa, contribuem a sementear dúvidas sobre a diligência das atuaçons policiais. Entretanto, o amigo e a amiga de Marisol explicárom num comunicado que a família e o companheiro da jovem nom tenhem forças neste momento para exigir qualquer classe de responsabilidade e que estám a focar esforços em tentar ultrapassar a dor.
Por isso, as amizades de Marisol comunicárom as suas intençons de "organizar-nos e exigir (...) umha investigaçom como deve ser, pressionar as instituiçons de ambos os estados para cumprirem suas funçons, desenvolver campanhas para a opiniom pública e meios de comunicaçom" ou, ainda, de "contratar advogados ou iniciar umha possível investigaçom privada".
Foto: Facebook - Marisol e o seu cam, Bolo.