Foto - Mobilizaçom de apoio à independência catalá em Compostela.
Um manifesto promovido pola plataforma 'Galiza com Catalunya' e com onze assinantes iniciais, manifesta a solidariedade da Galiza com o Principado da Catalunha, que nestes dias vive dias históricos em que luita pola sua independência nacional - constituíndo-se, portanto, no primeiro território dos Países Cataláns que se libertaria da opressom dos estados espanhol e francês.
O texto, assinado e difundido nesta sexta-feira dia 13 de setembro, apoia incondicionalmente o processo catalám e posiciona-se contra as ameaças que Madrid tem dado com única resposta às demandas democráticas catalás. O texto lembra que a independência "está intrinsecamente vinculada à superação das políticas ultra-liberais, das receitas de austeridade e cortes sociais que os partidos do regime espanhol aplicam contra as maiorias sociais".
O manifesto está a recolher assinaturas de pessoas, organizaçons e coletivos, que podem aderir acessando http://gzcomcat.blogspot.com.
'Galiza com Catalunya' já desenvolveu umha intensa campanha de suporte às candidaturas independentistas para a cita eleitoral de 27 de setembro passado, que terminou com a vitória do independentismo.
Reproduzimos a seguir o comunicado:
Galiza com a República catalã
Segunda-feira 9 de novembro de 2015 é uma data histórica para o povo trabalhador catalão, mas também para o resto das nações, como a Galiza, submetidas a opressão por Espanha.
O Parlament autonómico da Catalunha aprovou por maioria uma resolução que declara solenemente “o início do processo de criação dum estado catalão independente em forma de república” e abre um processo constituinte.
Esta legítima decisão é resultado da acumulação de forças populares num longo processo em que a maioria do povo trabalhador catalão chegou à conclusão de as mudanças sociais apenas serem possíveis dotando-se dum Estado próprio, soberano e democrático, sem a tutelagem de poderes externos.
A independência catalã está intrinsecamente vinculada à superação das políticas ultra-liberais, das receitas de austeridade e cortes sociais que os partidos do regime espanhol aplicam contra as maiorias sociais.
O anexo da resolução promovida pela CUP e Junts pel Sí garante alguns dos direitos fundamentais que fazem parte do programa reivindicativo dos movimentos sociais, das históricas bandeiras com que saímos à rua durante tantos anos.
O direito à vivenda, ao aborto livre e gratuito, a uma sanidade e educação públicas, à defesa das liberdades e os direitos coletivos, à erradicação da pobreza energética, a uma política aberta que possibilite o direito ao refúgio, a resolver o problema da dívida duma perspetiva social, estão claramente concretizados no documento aprovado pelo Parlament.
Perante esta decisão soberana e democrática, a engrenagem administrativa e repressiva espanhola e o seu aparelho de manipulação mediática estão a preparar nos últimos meses à “opinião pública” para justificar um golpe institucional.
A política de intimidação, ameaça e criminalização não se restringe ao âmbito retórico. Espanha vai empregar todos as ferramentas repressivas, a aplicar a constituição post-franquista do 78 para esmagar a vontade catalã de construir uma nova sociedade num país livre e soberano.
Como galegas e galegos que trabalhamos pela liberdade da nossa Pátria, sabemos melhor do que ninguém da importância de podermos decidir livremente sobre o nosso para avançar como povo e para podermos melhorar as condições de vida das classes populares galegas. Também para nós, um futuro diferente depende de agirmos como nação de forma livre e soberana. Por isso, perante esta situação, as pessoas e forças políticas e sociais abaixo assinadas:
1. Manifestamos o nosso incondicional apoio à independência da Catalunha.
2. Transmitimos os nossos parabéns ao povo catalão e às suas organizações políticas e sociais soberanistas pela decisão adotada.
3. Condenamos qualquer medida repressiva espanhola destinada a impossibilitar uma República catalã.
4. Convocamos o povo galego para condenar os planos golpistas promovidos pelos partidos do regime e para sair às ruas a condenarmos qualquer tentativa de sufocar o seu direito como povo de conquistar a liberdade.
Galiza, 13 de novembro de 2015
Assinantes iniciais:
Ernesto Cañedo
Xosé Collazo
Pedro Cortegoso
Antón Escuredo
Mariola González
Igor Lugris
Susana Montesino
Carlos Morais
Teresa Moure
Nestor Rego
Oscar Valadares
