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gpsGaliza - Diário Liberdade - 16 mulheres assinam um texto que pretende servir para relançar a iniciativa 'Galiza pola Soberania', desativada em 2014 após um ano de trabalho soberanista suprapartidário.


Foto: Imagem da Assembleia fundacional da primeira GpS (Galiza pola Soberania) em Compostela, no verao de 2013

As mulheres que fam a proposta pertencem a diferentes ámbitos do ativismo social, coincidindo na sua inequívoca aposta independentista. No texto que acabam de difundir, fam um breve resumo da trajetória da primigénia GpS, mostrando preocupaçom com a interrupçom da mesma quando mais falta fai para o desenvolvimento da consciência nacional galega.

Indo muito além do puro eleitoralismo em que costumam jogar as suas cartas as forças políticas galegas, a proposta de relançamento da GpS lembra que esse era precisamente o espírito da iniciativa soberanista: ir além do eleitoralismo e "fazer política de base, socializando a ideia de que somos umha naçom e que podemos avançar junt@s na soluçom dos nossos problemas", afirmam.

Avaliando como muito aproveitável o património produzido pola GpS durante o seu tempo de atividade, a proposta é dar-lhe continuidade e "integrar quantas pessoas quigerem colaborar, sem nengum tipo de restriçom ideológica nem de siglas neste trabalho".

O texto com que irrompem na atualidade galega é claro quanto às intençons: "construirmos algo radicalmente novo, rupturista, transformador". O objetivo é caminhar coletivamente para umha "Assembleia Nacional Galega, forte, plural e diversa, com vistas a celebrarmos um primeiro ato público na emblemática data de 6 de Dezembro. Chamamos, enfim, a constituirmos umha nova Galiza pola Soberania".

A nova GpS colocou o texto na net, junto a um formulário de adesom. Pode ser consultado aqui.

Eis a versom integral da proposta e a lista de mulheres que a lançam como "primeiras assinantes":

Construirmos Soberania

Algo mais dum ano durou em pleno funcionamento a plataforma dita Galiza pola Soberania. Era um projeto político supra-partidário, de filiação individual, que pretendia acrescentar a consciência nacional de Galiza através de atividades formativas e de lazer, de palestras e debates, de celebrações distantes da agenda estatal, que não concorria a eleições nem disputava espaços com as organizações políticas existentes. Era política de base, que rompia com os velhos modos de fazer. A GpS, a ninguém lhe escapa, nasceu de acordos pontuais entre organizações políticas, mas rapidamente conseguiu que se somassem outras –infelizmente, não todas– e travou uma batalha diária pela sua independência de funcionamento. Embora tantas cautelas, teve luzes e sombras. Entre as primeiras cumpre pôr em destaque o facto invulgar de que pessoas de diferentes mochilas políticas, com diferentes trajetórias e tradicionalmente enfrentadas partilhassem espaços comuns e tecessem cumplicidades e sinergias. Entre as sombras, sem dúvida, cumpre mencionar a sua incapacidade para sair verdadeiramente do espaço que conforma a esquerda independentista galega para atuar como uma autêntica Assembleia Nacional galega.

No momento atual, verão de 2015, o panorama mudou sensivelmente. Assistimos à aparição de novos agentes políticos, à elaboração de táticas inéditas mas, essencialmente, os motivos que deram lugar ao nascimento desse projeto político continuam vigentes. Temos um pais arrasado, sumido numa crise económica sem precedentes, com escassas razões para o otimismo: emigração maciça da juventude, ruína dos setores produtivos, queda demográfica, desastres ecológicos, submissão às diretrizes europeias que não nos beneficiam e, aliás, paira no ambiente uma sensação geral de perda de forças que conduz tantas gentes a pensar que o urgente pode solucionar-se com remendos, não indo ao essencial, ao necessário, isto é, a controlar por nós própri@s as decisões sobre o que nos afeta.

As pessoas assinantes consideramos urgente, perante um tal panorama, reativar o projeto GpS, como um espaço onde seja possível fazer política de base, socializando a ideia de que somos uma nação e que podemos avançar junt@s na solução dos nossos problemas. É certo que algumas das assembleias comarcais da GpS continuaram ativas –a do Morraço é o exemplo mais significativo– mas o projeto deve forçosamente ter um âmbito territorial amplo, deve ser ambicioso e estar coordenado. Seria possível, com efeito, mudar de nome e começar radicalmente de zero, mas provavelmente muitas das energias já conformadas desvaneceriam-se e não estamos em disposição de perder forças. O nome é válido, como são válidos tantos dos textos produzidos, tantos dos projetos que ficaram sem rematar a falta de mais um impulso. As pessoas assinantes estamos prestes a comprometer-nos com o objetivo básico de trabalhar numa plataforma supra-partidária que debata, cá e agora, os problemas deste país e a difundirmos esta ideia básica para integrar quantas pessoas quiserem colaborar, sem nenhum tipo de restrição ideológica nem de siglas neste trabalho.

As pessoas hoje assinantes somos todas mulheres. Não deve ver-se aí nenhum limite, apenas um desafio. A maioria dos projetos políticos, ainda hoje, convocam de preferência os companheiros e, só numa segunda fase e para equilibrar, corrigem-se as listas introduzindo nomes femininos. Achamos interessante que esta vez seja à inversa. Muitas de nós trabalhamos na GpS e já nos conhecíamos dantes por militâncias feministas. Para além disso, as convocatórias lilás têm amplamente demonstrado que mulheres de diferentes ideologias podem conseguir acordos. É por isso que procedemos assim. Não, em absoluto, para discriminarmos ninguém. Antes, estamos chamando os homens, como estamos convocando outras mulheres, mas é justo reconhecer que uma plataforma onde se juntam mulheres militantes de distintas organizações e não militantes, para convocar uma iniciativa que em princípio não tem a ver com os problemas de género é surpreendente. Aí estamos: em construirmos algo radicalmente novo, rupturista, transformador.

Esta iniciativa convoca, portanto, galegas e galegos, pessoas convencidas da necessidade de darmos uma resposta de país aos problemas do país. Não está dirigida por nenhuma organização e dirige-se a todas elas. Não procura construir espaços de confluência eleitoral nem possicionar-se frente aos existentes. Não vem do nada: procede dum período anterior onde se sentaram as bases para começar a trabalhar. Não tem ainda estrutura interna nem está fechada. Esta iniciativa solicita para as pessoas interessadas num tal projeto assinarem e difundirem através das redes sociais, a fim de organizar uma autêntica Assembleia Nacional Galega, forte, plural e diversa, com vistas a celebrarmos um primeiro ato público na emblemática data do 6 de Dezembro. Chamamos, enfim, a constituirmos uma nova Galiza pola Soberania.

Primeiras assinantes:

Beatriz Bieites
Beti Vazquez
Cecilia Novas Garrido
Eva Cortinhas
Helena Embade
Iria Calvelo
Lara Soto
Laura Bugalho
Lorena Alonso Pinheiro
Lucia Novas Garrido
Noélia Rodrigues
Paula Rios
Rocio Fortes
Sabela Fraga
Susana Arins
Teresa Moure


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