Quadrinho de Mincinho
O governo de Compostela Aberta (CA) está a fazer uso da normativa AGAL em convocatórias ao resto de partidos presentes no pleno da capital galega, nomeadamente para a negociaçom dos orçamentos para 2016. O email enviado polo chefe de gabinete às e aos porta-vozes de PP, PSOE e BNG ajunta um rascunho dos orçamentos, cuja negociaçom será dirigida da parte de CA pola vereadora de Fazenda - facto criticado por parte da oposiçom, dada a ausência do Presidente da CM - e convoca a umha "primeira reuniom", embora explica que "o alcalde fará também umha rolda de contactos com os porta-vozes dos grupos para falar deste mesmo tema". O chefe de gabinete lembra aos grupos que fica "á vossa disposiçom para qualquer esclarecemento ou ajuste". O que deveria ser um motivo de parabéns, ao usar CA umha norma com bases científicas e que nos coloca no mundo, é aproveitado pola imprensa comercial para algo muito diferente.
Um artigo assinado polo 'jornalista' Miguel Ródriguez no panfleto propagandístico da burguesia compostelana, o El Correo Gallego, lança o auto-ridiculismo mais absoluto aos rostos dos seus e suas leitoras neste sábado (9 de janeiro).
O caso nom é esta vez tam grave como o panegírico pró-fascista de fai poucos meses ou o mais afastado no tempo intento de sugerir o relacionamento do Diário Liberdade com um ataque bombista em Teu. No entanto, é quase igual de simpático:
O artigo intitulado (em perfeito espanhol) Convocatoria 'lusista' a la oposición para para hablar de presupuestos sin el alcalde 2.0* exprime com orgulho a ignoráncia lingüística do autor Miguel Rodríguez e o meio que espalha a sua 'obra'. Para melhor compreensom da ou do leitor, esclarecemos que 'el alcalde 2.0' é o termo despetivo que o panfleto burguês costuma usar ao referir-se a Martinho Noriega, presidente da Cámara Municipal compostelana após a vitória da candidatura de CA em Rajói.
Miguel Rodríguez nom deixa passar a ocasiom para demonstrar o seu mais absoluto (des)conhecimento sobre legislaçom, ao assegurar que "Raxoi incumple la ley y arrincona el gallego normativo (sic.)". Esquece Rodríguez que o email sobre o que escreve usa umha série de normas, codificadas pola AGAL, e que portanto é plenamente normativo - embora seja numha norma desconhecida para Rodríguez. Também esquece que CA nom incumple la ley, simplesmente porque nom há nengumha lei que especifique a oficialidade de umha ou outra normativa. Claro que Rodríguez nem identifica como galego o idioma do texto, falando de el idioma empleado en el comunicado como perfecto lusista. Por isso, cabe supor que o desconhecimento do autor do texto sobre o assunto de que fala esteja ao nível do seu atrevimento. Em todo caso, para CA arrinconar a norma do galego proposta pola ILG-RAG - supondo que Rodríguez ache essa como preferível - teria que fazer um uso maciço da norma AGAL, o qual infelizmente nom acontece.
Para El Correo Gallego e o 'prestigiado jornalista' o facto de que o email use a norma AGAL do galego é la sorpresa más fuerte das três que encontram no email. Atençom, porque as outras som a ausência do Presidente, Martinho Noriega, nas negociaçons e o mesmo início muito demorado dessas negociaçons. Assuntos ambos que, de partida, tenhem muito mais fundo que a escolha ortográfica do email, igual do que umha alegada falta de transparência nos contratos menores executados pola Cámara Municipal - um tema que deixa para o final do artigo.
Em qualquer caso, nom vale a pena esbanjar muito tempo no spam editorial que hoje cuspe o panfleto compostelano, de forma que só resta tirar umha conclusom positiva do acontecido: El Correo Gallego parece, enfim, interessado no idioma galego e na sua preservaçom - embora seja das suas posturas desinformadas e intolerantes. Nom importa muito se isso é por amor à língua ou por dinheiro, mas só que agora esse 'interesse' venha acompanhado de um mínimo de informaçom.
Entretanto, parece que o El Correo Gallego está decidido a levar a perfeiçom a sua já muito avançada simbiose com o Partido Popular, mesmo se isso supom fazer o ridículo como esse partido e demonstrar tanta ignoráncia (se isso é possível) como demonstram muitos dos quadros daquele partido.
* Nom nos responsabilizamos de possíveis danos psicológicos derivados da leitura do artigo