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asterix e obelixGaliza - PGL - [Isabel Rei Samartim] Quando Obama, presidente dos EUA, recebeu em 2009 o prémio nobel da Paz, nem imaginávamos que em 2015 o ainda presidente autonómico Núñez Feijóo receberia um prémio pela defesa da língua portuguesa.


O mérito outorgado pelo seu amigo, o ainda presidente de Portugal Aníbal Cavaco Silva, não seria possível sem a intervenção da sociedade civil galega que aprendeu a exigir às autoridades o reconhecimento internacional da sua língua e cultura. É graças aos atores dessa demanda social que os governantes saintes aproveitam agora seus últimos meses de gestão do público para subir alguns pontos o seu escasso haver popular.

Os conservadores peninsulares sempre souberam apoiar-se nos maus momentos. Salazar deixou tranquilo Franco e, em troca, Franco deixou tranquilo Salazar. O pacto de colaboração entre as elites portuguesas e espanholas para estabelecer melhor seus interesses não é cousa nova. Nesse sentido, Núñez e Cavaco tão só seguem a tradição histórica, deixam ao lado quaisquer diferenças afastadoras e enfatiçam as semelhanças aproximadoras, neste caso, a língua portuguesa.

É que, como já foi dito, não estão os tempos para conservadorismos nem imobilismos. A direita peninsular, sempre extrema, apoia-se mutuamente para as vacas fracas que se aproximam. Porque sabe que não vai poder esconder-se do olhar inteligente da cidadania quando ela tomar por assalto as instituições e as pôr ao serviço das pessoas. Quando soubermos a quantidade de dinheiro gastado inutilmente numa normalização linguística que não avança, mas sim retrocede. Quando comprovarmos as nuvens de fumo vendidas, como a da promoção da língua portuguesa, que nunca começou. Quando abolirmos a mentira da língua estrangeira, última pedra no caminho da reintegração. Então é que veremos os senhores Núñez e Cavaco, de cruz e coroa, desfarrapados e pitorescos, como soldados romanos após a emboscada gaulesa.

Se Obama, embarcado em várias guerras, olhou o horizonte com o seu prémio da paz, por que o nosso Feijóo não haveria de cravar também sua pupila no crepúsculo da cruz, feito mártir da língua portuguesa, homem esforçado que morre por deixar na nossa terra a ponderação dos grandes, a sensatez dos bem pensantes, a entrega dos bons e generosos, o canto do cisne num bocado de língua comum!


Opinião publicada originalmente no n.º 149 do Novas da Galiza, na seção Língua Nacional.

 

 


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