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210615 mvGaliza - PGL - [Valentim R. Fagim] «O galego ILG-RAG foi concebido, desenhado e implementado para que nada mudasse, aparentando que tudo estava a mudar»


«O nacionalismo linguístico espanhol na Galiza chegou à conclusão de a questão linguística galega ter sido definitivamente fechada».

A Normalização Linguística. Uma Ilusão Necessária, é a última edição da Através, chancela editorial da AGAL. Conversamos com o autor, Mário Herrero, responsável autorial de Guerra de Grafias, Conflito de Elites, editado em 2011, obra intimamente ligada à atual.

Que vai encontrar o leitor de Guerra de Grafias neste segundo volume?

Neste mundo curioso em que vivemos, as primeiras partes das obras acabam vendo a luz depois das segundas partes. É engraçado. Mas também é índice de precariedade. Contudo, a precariedade encoraja mais o pensamento do que superabundância. Neste segundo volume, o leitor de Guerra de Grafias vai encontrar, primeiro, a fundamentação teórica e a contextualização global desse velho livro e deste novo livro. O percurso lógico é ler primeiro o novo livro, Ilusões Necessárias, e depois Guerra de Grafias. Talvez alguém tenha a vontade de fazê-lo e, assim, acho que compreenderá muito melhor o que quis dizer emGuerra de Grafias. E o que quis dizer vai muito mais além da simplicidade que é estabelecer o axioma de a ortografia agir como índice ideológico e identitário. O controlo sobre as línguas, neste caso sobre a construção formal das línguas, cria realidades, muda o mundo das pessoas, condiciona as suas vidas. Não inventa apenas significados, mas também significantes. Visões do mundo profundamente ósseas mas, para o que agora me interessa, também puramente epidérmicas. E vivemos cada vez mais num mundo epidérmico, em que a primeira olhada pode chegar a definir a verdade, a compreensão das cousas, mesmo a sua eventual evolução ou transformação. O instantâneo, a pulsão inicial, o prazer banal do início das cousas, rege o mundo de muitas pessoas. É um mundo de visões primárias que não aprofundam porque aprofundar desconforta. Porque aprofundar dá medo. Sempre deu medo. Mas agora talvez mais do que nunca porque a tecnologia nos permite viver apenas num universo de imagens. A língua torna-se imagem e o controlo sobre essa imagem, que é apenas a epiderme da língua, torna-se essencial. Posso escrever um texto em norma ILG-RAG profundamente português, no sentido estrutural e simbólico, e nada ocorre, nada é subvertido, apenas talvez em pequenos cenáculos de poetas amantes da censura e de outros tipos de hibridação mais cool. Mas se escrevo um texto em Acordo de 1990 profundamente castelhanizado, tanto no estrutural como no simbólico, entram em cena imediatamente os mecanismos da censura global. O visual imediato como definidor da realidade, da normalidade, do desejável ou do permissível. A pós-modernidade ultrapassada.

Neste sentido, parece que alguma cousa está a mexer-se (ou a ser mexida) no contexto cultural galego. Alguns começam a entrar nos círculos culturais autorizados, mesmo apesar dos seus usos gráficos. É um fenómeno a analisar, saber quais são as condições a cumprir, quais as especificidades. Mas é certo que alguma cousa está a ser mexida por algumas pessoas. A forte deterioração da situação sociolinguística do galego pode explicar, polo menos parcialmente, esta viragem política – a cultura em contextos como o galego só pode ser expressamente política – inconcebível há só uns poucos anos. Será interessante investigar o que permite entrar no campo cultural galego autorizado e o que impossibilita a entrada. Vou fazer uma simplificação um bocadinho grosseira, mas infelizmente não demasiado afastada da realidade: a cultura literária galega oficial sempre foi um clube de velhos e de bêbados censuradores, e, mais modernamente, também de senhoritas a escreverem poesia pretensamente erótica e de jovens estalinistas a elaborarem inócuas poesias e prosas que se sonham revolucionárias. Se polo menos isso mudar, se o clube deixar de ser um espetáculo tão rançoso ou falsamente desordeiro, alguma cousa terá melhorado e o ar será um pouco mais respirável. Mas mudará a capacidade de visão profunda? Ou simplesmente haverá uns poucos significantes mais permitidos desde que sejam criados por determinadas pessoas: aquelas pessoas que compartilham os códigos do autorizado no campo legítimo, mesmo utilizando um código escrito ainda não globalmente autorizado?

Enfim, indo ao miolo da questão, neste segundo livro a leitora encontrará uma interpretação ideológica global do chamado processo de “normalização linguística do galego”, na realidade um processo de institucionalização débil, parcial e fortemente controlada, de uma variedade padrão do galego-português altamente dialetalizada pelo espanhol. Convenientemente dialetalizada, acrescentemos. Direi apenas que interpreto esse processo como a criação de uma ilusão necessária, conceito que tomo de Chomsky, que serve para (tentar) ocultar uma dinâmica social forte, visível, audível e tangível: a da substituição maciça e avançada pelo espanhol das falas galego-portuguesas da Galiza. Viramos portanto o sintagma inicial e falaremos num processo de “normalização linguística do espanhol” na Galiza. Para isso, analiso tanto o discurso do nacionalismo linguístico espanhol, e as suas implementações através da planificação linguística, como o discurso (ou discursos) do nacionalismo linguístico galego, nunca implementado.

O título da obra que acaba de chegar às livrarias fala de Ilusão necessária. É a normalização linguística uma ilusão necessária similar a tantas outras emergentes da chamada transição?

Magnífica inferência. Não o analisei dessa perspetiva, mas pode e deve ser visto assim. Olha, descobrimos na segunda década do século XXI que no Estado Espanhol pós-franquista… não houve nem livre mercado! Nem capitalismo liberal tivemos! Descobrimos que tudo continuava a funcionar com esses procedimentos seculares, tão profundamente espanhóis, em que os amos da fazenda (as velhas elites económicas franquistas e as novas elites económicas pós-franquistas) controlavam o negócio através dos seus mordomos (as elites políticas franquistas e pós-franquistas), com a necessária conivência dos reprodutores de discursos e recetores de migalhas (as elites jornalísticas e intelectuais, fração fulcral do miserabilismo espanhol), em troca de dádivas, maiores ou menores, presentes ou futuras. E continuam aí. Não lamento nada dizer que a casta política espanhola é perfeita representante do povo espanhol. O fascismo venceu a guerra. E continua a vencê-la. Não há outra Espanha possível. É um Estado pré-democrático e pré-capitalista. Vamos entrar no estádio mais brutal do capitalismo neoliberal tendo passado de forma apenas tangencial polo capitalismo regulado e polas primeiras fases do capitalismo desregulado. A pancada será brutal. Está a ser brutal. E muita gente ainda a viver na ilusão, nas consignas narcóticas, essencialmente patrióticas, dos meios de comunicação, num mundo estupefaciente. Sim, a dita normalização linguística na Galiza tem agido como um eficaz estupefaciente. Como mais um estupefaciente. Com a conivência interesseira ou apenas acrítica de boa parte do nacionalismo galego.

Em que medida o “bilinguismo harmónico” cunhado polo Xunta de Fraga Iribarne está conectado com o culturalismo de Galaxia e de Ramón Piñeiro?

Pode interpretar-se como uma continuidade lógica. Ou, sendo menos visceral na expressão, é uma reelaboração lógica. E muito inteligente, como tudo o que fez Fraga Iribarne no que diz respeito à questão sociolinguística galega. No culturalismo permitido e no pensamento débil do colaboracionismo de grande parte da antiga intelectualidade galeguista com o Franquismo, Fraga Iribarne encontrou a base para cozinhar alguns fragmentos ideológicos necessários ao seu bem concebido plano. Qualquer pessoa que exerça minimamente o pensamento crítico apenas poderia envergonhar-se intelectualmente perante um jogo tão lamentável de escamoteamento da realidade. O “bilinguismo harmónico” morria simplesmente saindo à rua e ouvindo o obstinado fluir da realidade, da desigualdade linguística, da desigualdade entre falantes. Mas vivemos uma época de consignas, de fragmentos ideológicos que nem precisam da coerência fornecida pola sua integração num discurso global mais ou menos sólido. “Bilinguismo harmónico” ou “imposição” são insultos à inteligência. Mas, claro, o nacionalismo (espanhol neste caso) alicerça-se na construção de um pensamento profundamente débil em que as consignas – que são símbolos, como a bandeira ou o hino, mas construídos com palavras – devem ser divulgadas como teorias científicas irrefutáveis. O controlo do sistema educativo, a fiscalização, através do controlo político, comunicacional ou económico, a punição epidermicamente democrática da dissidência, os outros narcóticos sociais (desportos, igreja…)… O mundo nas suas mãos.

O certo é que Fraga Iribarne também não precisou de coser com pontos demasiado fortes. Pouca oposição houve, há e haverá. Um povo atemorizado polos anos do terror e por décadas de repressão, desprovido de elites críticas e com poder económico, e espanholizado durante quarenta anos de brutal formação de um espírito nacional, era um alvo demasiado fácil. Na atualidade, esse povo galegofalante mítico já nem existe. E, em geral, um fraco nacionalismo galego triste filho do estatalismo (e do estalinismo, nas suas piores expressões) sempre foi pouco inimigo para Fraga Iribarne; ou antes, mais do que inimigo, foi parceiro, por ação ou por omissão. Ainda continuam a sonhar com o sistema educativo estatal espanhol e com as leis espanholas como salvadoras do galego. Já nem sei como escrever isto com palavras diferentes.

Um outro termo que vingou, neste caso emanando das filas do nacionalismo galego, é de normalização linguística. No teu livro tratas a construção idealizada de uma normalidade medieval. Em que medida está idealizada?

O problema não é idealizar um passado mais ou menos mítico, mais ou menos sustentado sobre evidências científicas. Talvez alguém queira voltar às estruturas sociais do medievo. Eu não. Contudo, o problema é o anacronismo. Projetar sobre a realidade do presente a hipotética realidade do passado. É tão simples como isso. De que me serve a mim saber que o Cid era chamado polos muçulmanos de “cão galego”? Para desmontar mitos do nacionalismo espanhol? Pronto, de acordo. E para que mais? Fugir da triste realidade do presente lembrando esse majestoso passado de reis, nobres, bispos e servos, serve para quê? Para conhecer o presente? Não, o presente conhece-se esquecendo os mitos e analisando as estruturas, não partindo de apriorismos ideológicos. Só pode adaptar a obstinada realidade às suas necessidades aquele que tem poder efetivo, coercitivo, para fazê-lo. O nacionalismo galego nunca teve esse poder. O nacionalismo espanhol, sim. E tirou, tira e tirará proveito disso. Só cria realidades aquele que tem poder. O nacionalismo galego nunca foi inimigo para o nacionalismo espanhol. E agora estamos a ver como começa a ser devorado por um aparentemente novo nacionalismo espanhol de rosto mais amável, que se sonha progressista, que nos envolve com doces melodias de novas políticas, de marés libertadoras, de culturas abertas e universais…

Os olhos do ativismo linguístico galego costumam pousar-se na Catalunha e no País Basco. É uma boa posta de aterragem? Existem melhores aeródromos?

De tudo se aprende. O ativismo linguístico galego governou alguma vez a Galiza? Não. E não me falem do bipartido, que foi presente mítico e passado esquecível. O ativismo linguístico catalão e basco governaram ou governa a Catalunha e o País Basco? Sim. A situação do catalão e do basco é boa? Melhor do que a do galego talvez sim. Mas realmente boa? É suficiente promulgar leis para solucionar o problema linguístico (isto é, a substituição maciça e avançada do galego) como parece pensar o nacionalismo linguístico galego? Ou seria muito mais útil estruturar uma rede de escolas privadas com o galego como língua veicular? Há no mundo muitos espelhos onde se olhar, mas só olhando para nós próprios e entendendo como chegamos aonde chegamos poderemos articular uma melhor resistência à completa assimilação a uma cultura retrógrada, triste e repressiva como é a cultura oficial espanhola atual. Talvez esse aparentemente novo nacionalismo espanhol que parece surgir nos ofereça alguma cousa mais atrativa que torne menos lamentável a assimilação. Não tenho muitas esperanças, vendo como tem evoluído em poucos meses. Penso que estamos novamente perante outra ilusão, perante uma nova mentira que esse Estado moribundo, esse Estado falido desde o seu mesmo nascimento chamado Espanha, está a articular para tentar reinventar-se. Olhemos para nós, organizemo-nos, sejamos alegres e criativos, aproveitemos os altifalantes que temos na Lusofonia para que o mundo nos veja. Articulemos uma resistência, pessoal e coletiva. Esquivemos no possível a omnipresença do Estado espanhol para construirmos uma sociedade civil paralela, sem sectarismos nem dependências. Esquivemos o Estado para sermos algo diferente. É talvez isso o que está a tentar edificar o reintegracionismo nos últimos anos?

O termo diglossia é talvez um dos mais satanizados no âmbito galeguista. No entanto, é possível uma língua nacional sem diglossia?

Porque quase ninguém se preocupou de saber o que era realmente a diglossia. Aceitaram mais uma vez uma consigna e para a frente. Sempre é mais fácil construir discursos sobre consignas, mas, como dizia antes de uma ou de outra forma, há que ter poder institucional real para tornar as consignas em realidade tangível.

No sentido clássico – mas alargado, não estrito – do conceito diglossia, provavelmente não, não é possível uma língua nacional sem um determinado nível de diglossia, de uma distância estrutural evidente entre o padrão ou língua legítima, mais ou menos unitária, e as falas, expressão de multiplicidade. Isto é, sem chegarmos ao extremo do grego ou do árabe, por exemplo, mas ao nível de línguas como o francês ou o próprio português continental, sem termos de procurar casos muito mais afastados. Diglossia é “normalidade sociolinguística”. Sinal de dominação social, claro, mas também de “normalidade”, dessa “normalidade linguística” a que aspira o nacionalismo galego. Obviamente, eu não gosto dessa normalidade. Dessa ou de qualquer outra definição canónica do que é o “normal”. Mas, acho, o primeiro passo para subverter a dominação linguística é conhecer o funcionamento sociolinguístico da sociedade. E nas sociedades modernas, capitalistas, a diglossia é, como tem escrito António Gil Hernández, uma “condição de normalidade”. E as normalidades estão aí para ser subvertidas, para procurar a emancipação social sem termos de construir necessariamente novas normalidades, novos padrões de comportamento permissível. Temos aí o Celso Álvarez Cáccamo a escrever às vezes fragmentos de discurso sociolinguístico emancipatório em que fala mais e melhor destas questões, com estas ou com outras palavras. O nacionalismo linguístico galego maioritário nunca se preocupou de conhecer como funcionava realmente a sociedade galega do ponto de vista sociolinguístico. E aí está a investigação microssociolinguística do Celso Álvarez Cáccamo, do Xoán Paulo Rodríguez Yáñez, da Luzia Domínguez Seco… Lamentavelmente desperdiçada. Grandes planos, grandes conceitos, grandes consignas, grandes vacuidades, mas conhecimento dessa obstinada realidade, desse mundo de códigos mistos, de línguas interferidas, de luta entre o purismo, o populismo, o miserabilismo no nível das conversas quotidianas, de potência expressiva e revolucionária da multiplicidade linguística (no interior da língua e entre línguas), pouco, pouco, pouco… Quase nada.

Há quem afirme que a crise económica e o governo Feijoo tem desnudado o rei. Por outras palavras, a ilusão está a ser cada vez mais evidente. Concordas com esta afirmação?

Não é a crise económica (pronto, a redistribuição dos capitais e a precarização extrema da força de trabalho). Eu acho que o nacionalismo linguístico espanhol na Galiza chegou à conclusão – penso que de forma demasiado antecipada e otimista para eles – de a questão linguística galega ter sido definitivamente fechada: “el gallego ha dejado de ser un problema, la cuestión lingüística está definitivamente neutralizada”. Com isso fecham o círculo aberto por Fraga Iribarne: primeiro, roubar a língua ao nacionalismo galego como arma política e identitária, depois construir um modelo de galego padrão inócuo para a reprodução social do castelhano e implementar esse modelo de forma controlada e parcial em determinados âmbitos institucionais, controlar e punir a dissidência, bloquear qualquer tentativa de quebrar a hegemonia social do castelhano através do sistema educativo, assegurar a substituição social através do controlo do ensino, utilizar os meios de comunicação para criar a ilusão de que estava a ocorrer o contrário do que realmente ocorria, inventar dissidência inversa (o discurso da “imposição”)… Contudo, penso que têm tanta ânsia em dar por fechado o problema que se adiantaram em duas ou três décadas. Por Espanha, sempre por Espanha. Mas este nacionalismo espanhol, já sem a inteligência de Fraga Iribarne, é demasiado grosseiro. Com certeza é culpa deles que a ilusão se desvende obscenamente antes de tempo. Não sei como agirá esse aparentemente novo nacionalismo espanhol que fala publicamente num galego urbano muito mais espanholizado, também no simbólico, do que utilizamos os neofalantes que chegamos ao galego há vinte e cinco anos e que convivemos sempre com o galego, embora não o falássemos, ou, sobretudo, do que falavam os velhos caciques rurais que sabiam combinar o étnico, o local, o galego, com o nacional, o universal, o espanhol. Não é menor esta questão, porque, entre outras cousas, ainda nos afasta mais da Lusofonia. Julgo mesmo que o atual interesse do nacionalismo espanhol pola introdução do português no ensino e até pola integração da Galiza no mundo lusófono, parte dessa consideração que estabeleceram de o galego ter deixado de ser um problema político. Erram, acho. Erram, espero. Mas também abrem um vasto leque de possibilidades das quais poderemos tirar proveito, sem dúvida.

Em que medida o galego ILG-RAG é útil para que nada mude?

Como acabo de dizer, por outras palavras, o galego ILG-RAG foi concebido, desenhado e implementado para que nada mudasse, aparentando que tudo estava a mudar. Isto é, para que nada incomodasse a aprendizagem do castelhano e, consequentemente, a sua reprodução social, que é o único importante, o fulcro da política linguística espanhola na Galiza. É mais um elo da corrente, da bem lubrificada corrente. Não é altamente chamativo que una norma padrão “fácil” (puro pensamento débil) como é de facto o galego ILG-RAG nem tinha sido aprendida e utilizada realmente bem por grande parte dos seus defensores e promotores? Até nisso se nota a precariedade da situação. A consciência, às vezes nem convenientemente ocultada, de que tudo é uma ilusão. De que durará o que duram as nossas vidas. De que não nos interessa deixar nada de legado. De que só nos interessam os nossos livros, os nossos prémios, os nossos salários de professores de galego, de jornalistas da TVG, as nossas bolsas de investigação, as nossas viagens, os nossos mandarinatos pequeninhos, a nossa capacidade para punir discrepantes e censurar dissidências. Visão epidérmica e imediata da vida. Pura ilusão em que algumas vidas perderam o caminho e mais cousas. Essas são as únicas vítimas. O resto é mediocridade e mentira. Incluída boa parte da história do reintegracionismo.

Já para finalizar, é possível língua nacional sem estado?

É possível apenas como língua étnica (ou “própria”), padronizada ou não. Como objeto pré-político, apolítico ou despolitizado. Como o galego até ao nascimento do nacionalismo galego. Como língua nacional, isto é, como objeto plenamente político, pode ser talvez possível, se considerarmos epidermicamente o caso catalão. Mas se penetrarmos um pouco no que está por baixo da pele, penso que não. Não há língua nacional plena sem Estado que a assuma e que a implemente a todos os níveis. Palavra de um inimigo do Estado.


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