Se bem a discriminaçom nom se reduz só a números, os últimos anos registárom na Galiza um incremento de 3,6 pontos na diferença salarial entre homens e mulheres no nosso país, segundo a secretaria de Igualdade da UGT-Galiza.
As trabalhadoras galegas veem-se discriminadas como galegas e como mulheres, já que em ambos parámetros ficam abaixo das médias masculinas e espanholas, segundo os dados do estudo da UGT, nada suspeita nem de "radicalismo soberanista" nem de "extremismo feminista".
Foi nas jornadas 'Ferramentas para combater a discriminaçom salarial' que se apresentárom as conclusons do referido estudo, que situa os serviços às empresas como o mais discriminatório para as mulheres trabalhadoras, com umha diferença de 33,9%.
No extremo oposto, a construçom regista a discriminaçom menor, com 3,5% menos de ordenado para as mulheres, seguramente pola baixa percentage (13%) de mulheres que trabalham nesse setor.
Os homens cobram por ano 22.059,7 euros, enquanto as mulheres ficam nos 16.727,15 euros. As galegas também ganham menos por hora trabalhada (11,02 euros/hora), com uma diferença de 2,34 euros em relaçom aos homens.
Mais um dado para reter: quanto maior idade, maior discriminaçom, atingindo os maiores índices na proximidade da idade de reforma, quando a diferença é de 38%.
Esta situaçom deve-se, entre outros fatores, a que os anos de cotaçom das mulheres som menos por umha discriminaçom de caráter histórico, quer no acesso ao mercado laboral, quer na interrupçom da carreira profissional devido a terem as mulheres que assumir quase em exclusiva as responsabilidades familiares.
De facto, na Galiza 94% das excedências para cuidados familiares som ainda solicitadas por mulheres, supondo também 75% das reduçons de jornadas por cuidado legal. Isso tem também as suas conseqüências nas prestaçons de desemprego ou incapacidade.
Postos de direçom e de comando intermédio som também espaços vetados às mulheres na Galiza, apesar da sua crescentemente maior formaçom técnica e profissional. As leis formalmente igualitárias aprovadas nas últimas décadas nom evitárom que a discriminaçom continue em vigor.
A precariedade, desemprego e restantes conseqüências da ofensiva do capital nos últimos anos só vinhérom incrementar a discriminaçom historicamente padecida pola mulher no capitalismo. Umha realidade ainda mais patente nos países periféricos e dependentes, como a Galiza.