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pintada3Galiza - Diário Liberdade - [C.C.] Em julho de 2014 apresentava-se publicamente em Vigo a Assembleia Feminista Galega (AFG) com um ato simbólico de denúncia do terrorismo machista, e desde entom a sua atividade nom deixou de crescer.


Além da organizaçom de atos próprios e da participaçom em mobilizaçons populares, as mulheres da AFG venhem organizando encontros em diferentes espaços da cidade olívica para se darem a conhecer entre o tecido associativo do País. Falamos com elas sobre as origens da Assembleia, os seus posicionamentos e propostas e, como nom, sobre açom feminista.

A primeira pergunta é obrigada: como e por que nasce a Assembleia Feminista Galega?

A Assembleia Feminista Galega (A.F.G.) começa a caminhar pola necessidade de construir na Galiza um espaço comum que acolha todas as mulheres que tenham a inquiteaçom de pôr em marcha umha organizaçom feminista assemblear.

A.F.G. é um projeto em construçom, umha organizaçom com funcionamento horizontal, de adscriçom individual, democrática e de ámbito Galego.

Queremos ser umha organizaçom onde se combinem debates e reflexons teóricas com o ativismo e a açom.

Por agora vimos funcionando só em Vigo desde julho, mas aspiramos a que AFG chegue a ser umha realidade em toda a Galiza, pois a luita feminista é hoje mais necessária do que nunca.

A AFG declara-se feminista, anticapitalista, internacionalista, antiimperialista e comprometida com a luita pola soberania da Galiza. Com estes princípios ideológicos, quais som as vossas propostas para as mulheres galegas?

Certamente somos:

Feministas: Estamos pola destruiçom do sistema patriarcal e a construçom de umha sociedade livre de exploraçons.

Assembleares: A AFG precisa de todas nós. O nosso funcionamento será assembleario e horizontal.

Nacionalistas:  Pertencemos a um povo, Galiza, que tem negados os seus direitos e isto vai marcar a nossa atividade em todos os ámbitos.

Anticapitalistas: O capitalismo é um modo de produçom contrário aos interesses das mulheres e da humanidade em geral, na qual a organizaçom patriarcal da sociedade é umha das bases que utiliza o capitalismo para se manter e reproduzir.

Internacionalistas: solidarizamo-nos e compartilhamos luitas com outros povos.

Estes som os eixos que, até agora, temos definido as mulheres que formamos parte da AFG e quando construímos as nossas linhas de atuaçom partimos da nossa realidade de mulheres galegas.

Definides o vosso funcionamento como "assemblear e horizontal". Que significa isto? Como se traduz na prática?

Na prática traduz-se em que todas assumimos responsabilidades em pé de igualdade praticando assim a horizontalidade no dia a dia. Tentamos que as decissons sejam acordadas por unanimidade.

Que objetivos vos marcades a curto prazo?

Ainda que sejamos um grupo de mulheres ativas e dispostas a denunciar e visibilizar todas aquelas atitudes que fagam falta, o feminismo precisa de todas,  queremos a  colaboraçom de cada vez mais  mulheres que se somem à nossa luita, que nos fagam chegar as suas inquietaçons para serem postas em comum, para sermos cada vez mais neste combate. Precisamos de ideias e vontade de derrocar o patriarcado.

açomfeminicidio5É por isso que a curto prazo esperamos receber apoio e colaboraçom de mais mulheres dispostas a fazer frente e combater este sistema que nos oprime. Vemo-nos com forças para assumir diferentes luitas polos diferentes aspetos do patriarcado e da sociedade.

A Assembleia Feminista Galega apresentou-se publicamente em julho de 2014 com um ato simbólico na Farola de Vigo, e desde entom vem realizando um amplo trabalho de agitaçom de rua, apoio ativo a diferentes mobilizaçons e atos de denúncia direta, como a açom reivindicativa numha farmácia viguesa que nom vende anticoncecionais. Podedes dar-nos mais dados sobre a atividade que vindes desenvolvendo?

Da AFG consideramos muito importante a visibilizaçom do que o patriarcado está a fazer na nossa sociedade, daí que tenhamos querido, desde o princípio, levar à rua açons em que denunciamos as diferentes agressons que temos que viver as mulheres a cotio. Começamos com a encenaçom na Farola de Vigo dos assassinatos de mulheres, participamos na manifestaçom contra o genocídio do povo palestiniano... mas também figemos atos de denúncia dumha farmácia que se nega a vender anticoncetivos, ponhendo umha reclamaçom posteriormente em Consumo, deixamos pegada das nossas reivindicaçons nas paredes da nossa cidade, formamos parte da manifestaçom do 25 de novembro, Dia Internacional Contra a Violência Machista, e nom quigemos findar o ano 2014 sem lembrar o Feminícidio, fazendo um ato de denúncia na rua lembrando as 8 mulheres assassinadas na Galiza e 77 no Estado espanhol, no decorrer deste ano passado.

Esse é o sentir da AFG: reagir ante qualquer notícia que tivermos dumha agressom a umha mulher e fazer umha denúncia pública e visível para, desse jeito, sensibilizarmos a sociedade sobre a barbárie do patriarcado e a necessidade de acabar com o mesmo.

A AFG foi também parte ativa nas mobilizaçons feministas em defesa do direito ao aborto, que conseguírom tombar a reforma da lei defendida por Gallardón. Como avaliades a experiência e como pensades que pode ser aproveitada?

Nós nom fazemos parte da Plataforma Galega polo Dereito ao Aborto como Assembleia, mais é certo que, de maneira individual, as mulheres da AFG participamos ativamente das luitas que se dérom da PGDA.

Consideramos que se trabalhou muito para mostrar o rejeitamento à reforma da lei do aborto que queria levar avante Gallardón e que se conseguiu parar, mas é importante continuar na luita para conquistar o direito ao aborto livre e gratuito na saúde pública.

Houvo muita resposta social contra a lei e, evidentemente, é importante aproveitar essa força humana para seguir tombando todos os ataques do patriarcado.

Alé disso, estivestes presentes na manifestaçom contra a violência machista convocada pola Marcha Mundial das Mulheres no passado 25 de novembro em Vigo, na que participarom centenas de pessoas. Que avaliaçom fazedes do 'estado de consciência feminista' da sociedade galega?

Achamos que ainda há muito trabalho a ser feito para conseguirmos que a sociedade galega se dê conta de que a luita feminista nom é umha luita secundária, e sim, antes, umha luita transversal a todas as outras luitas. Pensamos que é preciso sermos conscientes de que o sistema patriarcal é um sistema que está a afogar, a anular, a agredir e, mesmo, a assassinar, umha parte da sociedade que somos as mulheres, e só estando todas juntas e conscientizadas de quem é o nosso inimigo poderemos dar cabo dele.

Parece que nos últimos tempos está a aumentar a presença de homens em mobilizaçons e movimentos feministas. Precisamente no 25 de novembro pudemos ver umha grande quantidade de homens participando nas manifestaçons. Qual é a vossa posiçom a respeito deste tema?

Somos plenamente conscientes de que a participaçom dos homens no movimento feminista é um debate que está à ordem do dia, e nom podemos virar-lhe as costas. Da mesma maneira entendemos que nom somos nem muito menos responsáveis da falta de implicaçom real dos homens no feminismo.

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Desde o primeiro momento tivemos claro que a AFG nascia da necessidade das mulheres a autoorganizar-se, a contar com um espaço próprio para decidir como e quando levar a cabo a sua luita, livre da tutelagem e hegemonia dos homens.


Sabemos que nos espaços mistos (reunions, manifestaçons etc) os homens tendem a assumir um papel protagonista que nom lhes corresponde, muitas vezes consciente e outras inconscientemente. Estas atitudes tenhem um impacto na visibilidade das mulheres, já de por si reduzida, e acabam as mais das vezes relegadas a um segundo plano.

É importante que as mulheres reclamemos o espaço que nos corresponde, mas também é fundamental que os homens tomem a iniciativa nos seus próprios espaços masculinizados, aqueles nos que as mulheres nom temos acesso nem incidência. É assim como verdadeiramente podem colaborar com o feminismo, assumindo o benefício que tiram do patriarcado, analisando como lhes afeta e decidindo como fazer-lhe frente.

Os homens tenhem 365 dias ao ano para trabalhar e demostrar o seu compromisso com a luita feminista, tendendo pontes e colaborando com as mulheres, demonstrando verdadeiramente a sua intençom de superar o sistema patriarcal. De pouco serve a sua presença na mobilizaçom do 25 de novembro se o seu discurso no dia a dia nom é coerente.

Para além do ato de julho, recentemente organizastes em Vigo dous atos de apresentaçom, na livraria Andel e na Cova dos Ratos, sob a legenda "O feminismo precisa de todas". Como forom estas apresentaçons? Estám a ter boa acolhida?

Levamos pouco tempo em ativo, e polo tanto estamos ainda em fase de criaçom em todos os aspectos.  Pareceu-nos boa ideia achegar a nossa iniciativa aos centros sociais e espaços culturais da cidade, assim é que na nossa agenda temos algumha outra data marcada, nesta ocasiom em formato de debate sobre diversos temas que atingem às mulheres.

Nas apresentaçons demos a conhecer um pequeno manifesto no que definimos o que somos e por que nos organizamos, assim como um resumo da nossa atividade. Ficamos muito satisfeitas com o resultado, por ter a oportunidade de achegar-nos a diferentes locais e falar com diferentes mulheres, conhecer as suas inquedanças para completar o nosso discurso e também para somar forças à causa. Podemos resumir que a acolhida foi boa, e as intervençons do público conseguirom gerar debate e intercambiar opinions.

Haverá proximamente apresentaçons ou atos da AFG no resto do País?

Nos dias de hoje, a única comarca da Galiza em que saímos à rua foi Vigo, e foi aqui onde organizamos as primeiras apresentaçons, ainda que contemos com integrantes de outras comarcas. A ideia de as fazermos fora da cidade é algo que achamos que deve partir das companheiras das próprias localidades, a medida que vaia ganhando forma o projeto. No entanto, nom descartamos intervir com outras fórmulas, já que todo o que permitir darmos a conhecer a nossa iniciativa é bem-vindo.

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Fotos cedidas pola Assembleia Feminista Galega


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