O Partido Popular encarregou-se de deixar claro desde o princípio que a retirada da reforma da lei do aborto nom ia supor umha mudança no seu ideário reacionário, sempre ao serviço da Conferência Episcopal. Foi o novo ministro de justiça, Rafael Catalá, quem recentemente informou que antes de acabar 2014 será apresentada umha bateria de medidas "em apoio à família e à mulher". Este documento incluirá umha modificaçom da legislaçom atual para que as menores de 16 anos precisem de consentimento materno/paterno para abortar, algo que já recolhia a lei de Gallardón.
A própria experiência já nos tem demonstrado que qualquer medida "para as mulheres" proposta polo Partido Popular nom suporá mais do que a reafirmaçom do sistema patriarco-burguês e umha perda de direitos disfarçada de hipocrisia. Pouco interesse tem o governo espanhol em evitar que as jovens tenham que abortar quando ainda nom tomou a sério a questom da educaçom sexual no curriculo escolar, que ficou completamente esquecida com a implantaçom da LOMCE no presente curso escolar.
Por outra parte achamos intolerável que em plena crise estrutural do capitalismo, e ao tempo que se fam cortes em sanidade, serviços sociais e educaçom, o governo do PP incremente as ajudas económicas a organizaçons antiabortistas e integristas que som cúmplices do terrorismo machista. Nas últimas semanas, as chamadas organizaçons "pro-vida" ocupam as ruas da Galiza com mensagens contra o direito das mulheres a decidir sobre o seu próprio corpo, contando nom só com o apoio ideológico do Partido Popular, mas também económico.
As mulheres organizadas em NÓS-Unidade Popular achamos importante denunciar esta e outras políticas que mermam a nossa capacidade de decisom e fomentam a imposiçom da maternidade. Aproveitamos a ocasiom para mostrar a nossa disconformidade também com a atual lei do aborto do PSOE, que condiciona a decisom das mulheres perante problemas que podem ser detetados durante a gravidez e portanto evidencia que o direito ao aborto nom é completamente livre.
O feminismo acadou umha contundente vitória no mês de setembro, mas ainda som muitos os motivos para estar na rua. O perigoso reforçamento do patriarcado e as suas selvagens consequências som cada dia mais evidentes no nosso entorno, fazendo a luita feminista mais imprescindível do que nunca.
Avante o feminismo nacional e de classe!
Direçom Nacional de NÓS-Unidade Popular
Galiza, 1 de novembro de 2014