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121213 JUSCELINO OPERACAO condorBrasil - PCO - Com base em depoimentos, laudos e documentos, o relatório aponta a cúpula militar como uma das responsáveis pela conspiração responsável pela morte do ex-presidente, porém não propõe julgamento dos assassinos.


Segundo a história oficial, Juscelino Kubitscheck morreu devido à colisão do carro em que estava com uma carreta que vinha no sentido oposto. O acidente ocorreu na rodovia Presidente Dutra, em 22 de agosto de 1976. O relatório da Comissão da Verdade de São Paulo, no entanto, traz conclusões diferentes sobre a morte de Juscelino Kubitschek.

“Em nome da História do Brasil, da Verdade e com base em 90 indícios, evidências, provas, testemunhos, circunstâncias, contradições, controvérsias e questionamentos, todos abaixo relacionados, a Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog, em atividade na Câmara Municipal de São Paulo, DECLARA o assassinato de Juscelino Kubitschek de Oliveira, vítima de conspiração, complô e atentado político na Rodovia Presidente Dutra, em 22 de agosto de 1976, e, consequentemente, considera nula a causa mortis oficial, forjada no período da ditadura militar, segundo a qual o ex-Presidente da República perdeu a vida em consequência de acidente de trânsito, durante viagem de São Paulo para o Rio de Janeiro”, diz.

A Comissão da Verdade de São Paulo pedirá ao Congresso Nacional e ao governo que modifique “história oficial”. As conclusões são de que o acidente foi, na verdade, orquestrado para esconder o assassinato do ex-presidente pelo regime militar.

A versão defendida pela Comissão da Verdade é que o motorista do Opala onde estava JK foi baleado na cabeça. Baleado, perdeu o controle e colidiu com o caminhão. Para sustentar esta versão, há laudos no motorista e no carro e depoimentos de testemunhas do acidente.


O assassinato


Há laudos que apontam fragmentos de metal no crânio de Geraldo Ribeiro, motorista do ex-presidente. De acordo com o perito criminal, Alberto Carlos, em 1996, quando o corpo de Ribeiro foi exumado, havia uma lesão no crânio, mas ele foi impedido de fotografar.

Os laudos do carro também apontam que ele foi modificado, após ser levado pela perícia, para esconder evidências do que levou ao acidente.

O motorista do caminhão, Ademar Jahn, afirmou em seu depoimento ter visto o motorista do Opala com a cabeça caída entre o volante e a porta, o que indicaria que ele estava desacordado.

Já o motorista de um ônibus, que foi acusado de ter causado o acidente, por supostamente fechar o carro de JK, afirma que chegaram a oferecer suborno, para ele assumir a responsabilidade da colisão.

O relatório sobre a morte do ex-presidente começou a ser feito no começo do ano e já possui 90 itens que fortalecem a tese do assassinato pela Ditadura. Há ainda a suspeita de que o então presidente, João Figueiredo, o Serviço Nacional de Informação e a cúpula das Forças Armadas estariam envolvidos na conspiração.

Operação Condor

Não foi apenas JK que foi assassinado. Carlos Lacerda e João Goulart também estão na lista de figuras políticas importantes mortas pela ditadura. Os três foram figuras essenciais e fieis ao regime. Lacerda foi um dos principais propagandistas do golpe; Juscelino e Jango foram presidentes da República, ou seja, reresentavam diretamente o regime. Mas para a direita não basta derramar rios de dinheiro nas mãos das empreiteiras como fez JK, ou abrir mão do governo como fez Jango, e muito menos colocar os militares no poder para depois voltar-se contra eles como fez Carlos Lacerda.

A morte de João Goulart também é investigada pela Comissão da Verdade. Seu corpo foi recentemente exumado e agora aguardam a execução de autópsia para consolidar a causa da morte. Goulart morreu durante o exílio na cidade de Mercedes, na Argentina. De acordo com o laudo oficial, o presidente deposto pelo golpe sofreu um ataque cardíaco, mas há fortes indícios de que na realidade seus remédios teriam sido trocados.

No caso de Lacerda a situação é ainda mais assombrosa, porque homem alinhado com os militares, considerado o civil por detrás do golpe, pagou com a vida por ter se aliado com JK e Jango na Frente Ampla de 1966. Foi cassado em 1968 e morreu em abril de 1977, quatro meses depois de Jango e oito meses depois de JK.

A cada dia se torna mais inegável a relação de todas essas mortes e de outras lideranças políticas na América Latina com a tentativa de conter o caráter revolucionário da crise das ditaduras locais. Todas relacionadas com a chamada Operação Condor.

A Operação Condor foi uma aliança político-militar entre governos ditatoriais do Brasil, Argentina, Chile, Bolívia Paraguai e Uruguai, que estendia a ação dos militares numa espécie de repressão conjunta, agindo contra exilados, torturando e assassinando milhares de pessoas. Estima-se que mais 100 mil pessoas foram morta e outras 400 mil torturadas.

A conclusão da Comissão da Verdade de São Paulo sobre a morte de JK deve se repetir para outros casos. Se houve assassinato houve homicídio, crime. No entanto, a Comissão da Verdade, propõe mudar apenas uma parte da história, já que não prevê julgamento daqueles que efetivamente são os responsáveis pela morte do ex-presidente. A história vai sendo refeita. Sem corrigir os erros do passado.

 


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