Homem é preso pela polícia após ter atirado contra a Marcha. Foto: Deputada Luciana Santos (PCdoB)
Foram disparados ao menos quatro tiros para o alto, seguidos de rojões. Os órgãos de segurança do Estado conseguiram prender o sujeito, que alegou ter atirado porque se sentiu ameaçado pelas mulheres negras que participavam da manifestação. Ele já havia sido detido na semana passada, segundo a polícia civil, por ameaçar com arma outros manifestantes. Outras pessoas que estão acampadas pedindo intervenção militar e a derrubada de Dilma também hostilizaram a Marcha.
As manifestantes ficaram assustadas com os tiros e também com a repressão policial, que veio em seguida. Até mesmo o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) foi alvo das forças de segurança, que dispararam spray de pimenta contra ele, e teve que ser socorrido.
Na semana passada, outro “manifestante” fascista acampado na Esplanada dos Ministérios já havia sido pego portando armamento. Na ocasião, o policial militar reformado confessou à Polícia Civil ser proprietário dos objetos, menos da pistola, que seria de um amigo policial. Além da arma de fogo, ele detinha 12 sprays de pimenta, 15 abridores de coco, um soco inglês com faca, dois pares de luvas, uma corrente, um taco de madeira e um bastão de plástico.
A Marcha das Mulheres Negras reuniu cerca de 20 mil pessoas no início da tarde de hoje em Brasília, exaltando o movimento de luta contra a violência machista e racista, com cartazes, músicas e discursos, além de apresentações culturais.
O ataque fascista contra as mulheres negras revela, uma vez mais, a essência e o caráter da extrema-direita brasileira, representada do lado de fora do Congresso Nacional por “manifestantes”, armados ou não, acampados pedindo o impechment da presidenta da República e a volta da ditadura empresarial-militar. Do lado de dentro do Congresso, essa extrema-direita também tem seus representantes, como o deputado federal Jair Bolsonaro, que apoia a violência contra a mulher, a tortura, o assassinato e todo o tipo de perseguição contra o movimento popular, dos sem terra até os imigrantes latino-americanos, africanos e árabes, a quem ele chama de “escória” do mundo.