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adelino e sergio pauloBrasil - Índio Cidadão? - Membros do Grande Conselho Aty Guasu Kaiowa e Guarani manifestaram preocupação diante do agravamento do quadro de violência institucional e da intensificação de hostilidades nas áreas de retomadas dos territórios tradicionais no Mato Grosso do Sul.


 Impera o estado de alerta no Tekoha Kurusu Amba, no município de Coronel Sapucaia, em decorrência das investidas de milícias. Também há relatos de ataques nos Tekohas Pyelito Kue, Santiago Kue e Ypo'i.

Foto: Nhanderus Adelino e Sergio Paulo (direita).

Na noite da última sexta-feira (15/05), a Polícia Civil de Caarapó realizou operação no Tekoha Takuara e efetuou a prisão do nhanderu Sergio Paulo. Segundo relatos de fotos locais, o delegado Benjamin Lax (foto) comandou a incursão no território do Tekoha Takuara, com quatro viaturas – sem identificação. As lideranças indígenas alegam que não foi apresentado o mandado judicial e denunciam o descumprimento de condicionante de Termo de Ajustamento de Conduta, que determina a comunicação prévia do Ministério Público Federal e da Fundação Nacional do Índio.

As forças policiais indagaram a comunidade sobre o paradeiro do cacique Ladio Veron, que sofreu atentado há um mês, e de outras lideranças da retomada. Na negativa de respostas ao interrogatório, os agentes iniciaram a revista de barracos de lona – habitações improvisadas no território ocupado. Testemunhas afirmam que a casa do Nhanderu Sergio Paulo foi invadida e lá os policiais introduziram entorpecente. A prisão se baseou na acusação pelo suposto porte de maconha. Essa repressão policial já inibiu inclusive o uso do rapé nas comunidades, uma medicina tradicional indígena.

A violência institucional teve por alvo um rezador, que representa a máxima autoridade na organização tradicional do Povo Kaiowa e Guarani. A prisão do nhanderu agrava o processo de criminalização de lideranças da retomada do Tekoha Takuara. Sergio Paulo é filho do nhanderu Adelino Paulo, falecido em novembro de 2014. O ancião chegou ferido na aldeia e morreu diante de sua família. A comunidade desconhece o resultado da perícia da Polícia Civil ou de investigação do suposto crime.

O cacique do Tekoha Kurusu Amba, Elizeu Lopes, relatou por telefone que nos últimos dias o território da retomada sofreu novas investidas de milícias. Pistoleiros realizaram disparos de armas de fogo, sempre durante as noites, causando pânico entre crianças e anciões. Os latifundiários da região tensionam a atmosfera de conflito com essa estratégia de terrorismo psicológico, denunciada diversas vezes pelas lideranças indígenas e organizações de apoio. Em outubro de 2014, a 7G Documente realizou registro documental com depoimentos do nhanderu Sergio Paulo e do cacique Elizeu, disponíveis nos vídeos CLAMOR KAIOWA 1 – TEKOHA TAKUARA (https://youtu.be/fMYW4KEHNtQ, a partir de 7:54) e CLAMOR KAIOWA 2 – DESPEJO TEKOHA (https://youtu.be/39ju6d5WYY8).

Segundo membros do Aty Guasu, a Polícia Civil do estado promove a criminalização de lideranças da retomada, simulando o flagrante de crimes, e não investiga as ocorrências de crimes contra a vida e integridade de indígenas. O Aty Guasu Kaiowa e Guarani reunirá seu Grande Conselho nos próximos dias para se pronunciar sobre a prisão arbitrária do nhanderu Sergio Paulo e os novos ataques promovidos por latifundiários contra as comunidades de diferentes retomadas.

Texto e foto de Rodrigo Arajeju, com informações de membros do Aty Guasu.


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