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sertanejanadiaBrasil - MBC - Nádia Campos retraz lugares e raízes sertanejas de uma paisagem que diz muito sobre o Brasil.


“A própria vida é um motivo de inspiração.” Essa é a resposta que a compositora e cantora Nádia Campos define sobre as suas inspirações para compor. Nascida em Belo Horizonte e criada na região metropolitana de Minas, Nádia começou na música desde muito cedo. Em meio aos vinis de seus pais, aos 6 anos de idade, após ouvir um disco do violeiro e cantador Rubinho do Vale, a menina mineira teve a primeira certeza do caminho que percorreria ao longo da sua vida.  “Ouvi o disco dele (Rubinho do Vale), liguei  e disse que queria cantar com ele. A partir daí, nunca mais parei”.

Quando Guimarães Rosa escreveu que “o sertão é dentro da gente”, ele expressou o sentimento de diversos brasileiros que se sentem pertencidos a esse ambiente. A influência das raízes sertanejas e dos saberes populares são latentes no encantamento do trabalho artístico de Nádia, mesmo nascida e crescida em cidade grande. No decorrer de sua trajetória, o caminho parece estar muito claro: a revisitação do cenário caipira, sertanejo e popular estão muito presentes em sua música.

Sobre a vida, ela lembra de poesia. “Se viver fosse só dar conta do cotidiano, das demandas práticas da vida, faltaria um tempero. A poesia busca a sutileza das coisas simples da vida e ao mesmo tempo a profundidade. A poesia não se explica, então é uma forma de expressar o que não se explica”.

“A obra de Dércio Marques é toda uma boniteza”

Nádia esteve em Pelotas, em 2014, como participante da edição do Projeto Dandô – Circuito Dércio Marques de Música. O Circuito acontece simultaneamente em várias cidades brasileiras com o objetivo de criar um intercâmbio e gerar novas plateias para a arte de diversos cantadores, violeiros e artistas em geral da música folclórica brasileira. Em homenagem ao cantador Dércio Marques – falecido em junho de 2012 – o projeto lembra a arte de um dos cantadores que mais fez pela arte nos “Brasis” que estão fora do eixo de mídia de massa.

Sobre a obra do mestre, Nádia define como uma “boniteza”, somada à sensibilidade: “reflexo do ser que ele foi e que passava nos inspirando alegrando. Dércio Marques foi um anjo na Terra. Algumas pessoas perceberam isso”, disse.

A cultura popular e a sobrevivência humana

Há, sobretudo, uma desigualdade brutal nos caminhos da arte no Brasil. Nádia faz parte do grupo dos artistas solitários, que possuem um mundo nas costas e inúmeros parceiros de fé, estrada e caminho. Nádia é só. Trilhar caminhos de entrega à música popular ancestral, se dedicar a ouvir mestres e reinventar as raízes, valorizando a essência e a história do passado, requer ir na contramão de um sistema devorador da indústria fonográfica no país.
“Se a gente for pensar em mercado, temos que saber que para este tipo de música não é mega como para outros estilos que se massificam fácil, mas ele existe e é especial. A difusão não é facilitada por grandes emissoras ou gravadoras. Não é de interesse delas. A gente sabe muito bem porquê.” Ainda assim, a compositora relata que é possível ter sobrevivência dentro desse meio. “Desde que o artista se disponha a ‘arregaçar as mangas’ e buscar, criar, ocupar espaços, lembrando que o mais importante deles que não tem finalidade econômica, mas sim o coração das pessoas”.

Uma latino-americana

Ela ainda não tem 30 anos de idade e já soma 23 anos de carreira. Durante as andanças pelos diversos brasis, Nádia também é uma apaixonada pela cultura latino-americana. Passou os anos de 2007 e 2008 conhecendo as culturas argentina e chilena, vivenciando um maior contato com os músicos Ernesto Cavour, da Bolívia, o peruano Raul Garcia Zarate, Tânia Ramos, do Paraguai, o colombiano Fernando León e Gustavo Colinas, da Venezuela.

Sua vinda ao Sul do Brasil renovou ainda mais sua proximidade com o pampa.“Gostei de sentir esta proximidade com as fronteiras dos países vizinhos e observar como a cultura permeia as fronteiras. Me chamou atenção o engajamento do povo de Pelotas”, declarou.

Se perguntada como se sente, silencia e responde que é difícil falar algo tão íntimo. É nos silêncios que talvez esteja a resposta. E é a partir desse silêncio que vem a frase daquela menina de vinte e poucos anos com saberes antepassados de tradição: “Sou arvoredo que voa livre com as asas dos ventos”.


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