Publicidade
Publicidade
first
  
last
 
 
start
stop
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (0 Votos)

050316 ptBrasil - Esquerda - [Luis Leiria] Ex-presidente é interrogado pela Polícia Federal sobre suspeitas de ter recebido em torno de 30 milhões de reais de benefícios por parte das empresas de construção envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobrás.


Governo de Dilma Rousseff mais fragilizado por denúncia do ex-líder do governo no Senado.

A Operação Lava-Jato, nome dado à investigação de casos de corrupção envolvendo a empresa petrolífera estatal Petrobrás, chegou esta sexta-feira ao ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, conduzido coercivamente pela Polícia Federal para depor, cumprindo ordem do juiz Sérgio Moro, que coordena a investigação.

O depoimento durou cerca de três horas, após as quais Lula se dirigiu ao diretório do PT de São Paulo onde foi acolhido por dirigentes e militantes do partido. A Polícia fez ainda buscas na residência do ex-presidente e do seu filho Fábio Luíz Lula da Silva, conhecido como o Lulinha, no Instituto Lula e nas empresas OAS e Odebrecht.

O Ministério Público Federal afirma ter evidências de que o ex-presidente recebeu cerca de 30,7 milhões de reais (cerca de 7,5 milhões de euros), disponibilizadas a instituições como o Instituto Lula e a empresa LILS Palestras pelas cinco maiores empresas de construção civil envolvidas no gigantesco desvio de dinheiro da Petrobrás. Segundo o MPF, 47% dos recursos recebidos pela LILS Palestras, entre 2011 e 2014, e 60% dos recursos do Instituto Lula vieram destas empresas: Camargo Corrêa, Odebrecht, UTC, OAS, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez.

Além disso, os procuradores suspeitam que a OAS ainda ofereceu a Lula um apartamento de luxo na praia no Guarujá, litoral de São Paulo, e o ex-presidente teria ainda comprado dois sítios (quintas) em Atibaia em nome de outras pessoas.

Lula nega tudo

Já depois do depoimento, Lula da Silva denunciou que os Juízes da Lava-Jato “preferiram utilizar a prepotência, a arrogância, e fizeram um show, um espetáculo de pirotecnia”, garantindo que "não precisava ter mandado coerção na minha casa hoje de manhã, na casa dos meus filhos”. E acrescentou: "Se o juiz Moro, se o Ministério Público quisesse me ouvir, era só mandar um ofício".

Lula garantiu que "Não devo e não temo. Parece que o que mais vale é o show mediático. Há um complot mediático". E garantiu que "o que aconteceu hoje era o que precisava acontecer para o PT levantar a cabeça".

Pouco antes da conferência de imprensa do ex-presidente, o presidente do PT, Rui Falcão, convocara manifestações de protesto do PT em todas as cidades onde o partido tivesse diretório. Em relação às acusações, Lula afirmou: "Não tenho complexo de vira lata", observando que se transformou "no conferencista mais caro do mundo, junto com o Bill Clinton". E ainda: "Todo mundo pode ter um amigo que tenha uma casa de praia ou um sítio. Menos essa m... desse metalúrgico aqui.”

Delação do senador do PT

Desde a véspera que se acumulavam os indícios de que a investigação do “petrolão” estava a chegar a Lula e à presidente Dilma Rousseff devido a uma reportagem da revista Isto É que adiantava que o senador Delcídio do Amaral aceitou fazer uma delação premiada envolvendo Lula e Dilma no esquema de corrupção da Petrobrás. Delação premiada é um benefício legal concedido a um réu que aceite colaborar na investigação ou denunciar outras pessoas, e que ganha em troca da informação prestada, que sirva para adiantar a investigação, desde a redução da pena de 1/3 a 2/3, o cumprimento em regime semiaberto ou até o perdão judicial.

Delcídio era senador do PT e líder do governo no Senado quando foi preso por tentativa de obstruir a Justiça, ao ser revelada uma gravação telefónica em que ele conversava sobre formas de garantir o silêncio de um ex-executivo da Petrobrás, Nestor Cerveró, sobre uma suposta participação de Delcídio em irregularidades na compra de uma refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, quando o próprio Delcídio era diretor na Petrobrás. No final do mês passado, o senador, que entretanto foi suspenso do PT, terá negociado a delação premiada, na qual denunciaria interferências da presidente Dilma Rousseff para obstruir as investigações da operação Lava-Jato e que teria partido de Lula da Silva a ideia de tentar impedir que Nestor Cerveró colaborasse com a Justiça, com intuito de preservar o pecuarista José Carlos Bumlai, conhecido como amigo próximo de Lula.

Segundo a IstoÉ, o senador teria negociado uma cláusula de sigilo por seis meses, mantendo em segredo que teria feito uma delação enquanto tentava se salvar de um processo de cassação no Conselho de Ética do Senado.

Em nota divulgada após a publicação na IstoÉ, Delcídio e o seu advogado não confirmaram, mas tampouco negaram, o conteúdo da reportagem, não reconhecendo "a autenticidade dos documentos" que a acompanham.

Dilma mais fragilizada

A presidente Dilma Rousseff convocou na quinta-feira uma reunião de emergência do governo e divulgou uma nota em que criticou a fuga de informação, que afirmou ter “objetivos criminosos”, negando todo o conteúdo da denúncia e afirmando que fará uma “defesa ponto a ponto”.

Mas o processo do seu impeachment pode ganhar novo fôlego depois destes episódios. Estão marcadas novas manifestações para retirar Dilma da Presidência do Brasil no dia 13 de março.

Cunha será julgado

A operação de investigação a Lula veio ofuscar o impacto que teve a decisão do Supremo Tribunal Federal do Brasil (STF) que na quinta-feira, por unanimidade, decidiu tornar o deputado Eduardo Cunha réu de uma ação penal, acusado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro igualmente no escândalo da Petrobrás. Cunha era um dos principais pontos de apoio para fazer avançar o processo de impeachment no Parlamento.

Mas o STF ainda não analisou o pedido da Procuradoria-Geral da República para afastar Cunha do seu mandato. Por outro lado, o Conselho de Ética da Câmara, que por manobras dos aliados de Cunha tinha voltado à “estaca zero”, decidiu mais uma vez, por apenas um voto de diferença, dar seguimento ao processo do pedido de perda de mandato de Cunha.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

first
  
last
 
 
start
stop

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.