Novas medidas do plano de austeridade do governo devem ser anunciadas ainda esta semana. Devem ocorrer aumento de imposto e novos cortes, tudo isto para garantir o superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto, resultado que permite o repasse ao pagamento dos juros da dívida pública aos parasitas financeiros.
Para esta nova etapa dos "ajustes" nas contas, há três propostas em discussão dentro do governo. Aloizio Mercadante (PT), chefe da Casa Civil, defende que haja um corte de R$ 60 bilhões na previsão de gastos, com o objetivo de garantir o funcionamento de parte dos programas federais. O Chicago boy Joaquim Levy, ministro da Fazenda, mais afeito aos interesses dos bancos, quer um corte no orçamento de R$ 78 bi. O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, tem uma proposta intermediária entre as duas.
Entre outros gastos, os cortes devem afetar as previsões de repasse para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida.
Estes novos cortes seriam necessários para suprir as mudanças que o Congresso Nacional aprovou nas Medidas Provisórias que alteram direitos trabalhistas. Antes das mudanças, as previsões do Planalto eram de uma economia de R$ 18 bilhões com as MPs e agora seriam de R$ 14 bi.
Entre os impostos que devem aumentar, estão as alíquotas do Imposto sobre PIS/Cofins, que incidem sobre pessoas jurídicas, com exceção das micro e pequenas empresas e Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF). A escolha destes tributos se dá principalmente por poderem ser alterados por decreto federal, sem necessidade do aval do Congresso Nacional. No começo do ano, o governo já aumentou os impostos sobre o crédito ao consumidor e combustível.
Antes de oficializar a nova etapa do plano de austeridade, o governo espera pela votação de um projeto de lei que modifica a política de desoneração da folha de pagamento dada a diversos setores produtivos. Dependendo das alterações feitas, o aperto nas contas pode ser ainda maior.
Ao contrário do que faz o governo, corte de gastos em programas sociais e aumento impostos, para garantir o repasse para os parasitas da dívida pública, se há de fato uma necessidade de corte, ele deveria ser feito justamente no pagamento da dívida.