Nesse sábado, dia 1o de novembro, a direita novamente mostrou a cara em São Paulo. O chamado da manifestação que ocorreu na Avenida Paulista, era exigir o impeachmentde Dilma Rousseff (PT) e a recontagem dos votos dos eleições.
Boa parte dos manifestantes defendia abertamente a "intervenção militar" no País. Segundo os jornais da própria burguesia, os presentes na manifestação se dividiram entre duas alas: uma que defendia abertamente a intervenção militar e outra que procurava negar que a intenção da manifestação fosse um golpe. Cerca de mil pessoas participaram da manifestação, embora a imprensa capitalista tenha procurado divulgar um número bem maior: 2.500 manifestantes.
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O ato aconteceu seis dias após a eleição de Dilma Rouseff e revela um aprofundamento das movimentações golpistas no País. Para os que não querem enxergar e negam tal fato, como é caso de toda a esquerda pequeno-burguesa, o que poderia haver de mais golpista do que um ato pedindo a saída de uma presidente que acabou de ser eleita?
A manifestação contou com a presença de políticos da direita, como o filho de Jair Bolsonaro (PP-RJ), Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), recém eleito deputado federal.
Também fica claro que a polarização política no País que ficou expressa nas eleições vai aumentar no próximo período. A direita golpista, impulsionada pelo impressa capitalista vai aumentar as movimentações usando como alvo o governo petista, mas cujo alvo principal serão os ataques às massas trabalhadores via um pacote econômico de austeridade que o imperialismo prepara para o Brasil.
Para o imperialismo, que está por trás de toda a articulação golpista, o governo do PT, por mais conciliador e covarde que seja, não será o suficiente para colocar em prática todo esse plano econômico. Seria necessário um modo mais rápido e fulminante que só poderia ser feito por um governo abertamente direitista.
Nesse momento, é preciso denunciar as movimentações golpistas e não procurar escondê-las como faz a esquerda pequeno-burguesa. É preciso ainda, organizar os trabalhadores, organizações sociais, populares e estudantis, numa frente de luta contra a direita, nesse momento extremamente minoritária no País. É preciso combater a direita golpista já, enquanto ela ainda é apenas uma expressão minoritária.
Ao mesmo tempo, é preciso esclarecer que a política eleitoral do PT, de defesa da "democracia" burguesa, assim como sua política conciliadora com o imperialismo, não será capaz de defender os trabalhadores dos ataques da direita. É preciso esmagar a direita enquanto ela é ainda pequena, não com métodos "democráticos", mas na ação, sobre a base de uma intensa luta política.