Aristides Lima, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Limoeiro do Norte (SINTSEM) e Reginaldo Araújo, fiscal de controle urbano e ex-presidente da central sindical CSP-Conlutas, foram vítimas de uma perseguição política por parte do prefeito de Limoeiro durante mais de três meses.

Paulo Duarte decidiu mover um processo contra eles por terem encabeçado uma manifestação no dia 7 de setembro pela melhoria nos serviços públicos e pagamento dos salários atrasados dos servidores. Os motivos seriam supostos crimes de calúnia, difamação e injúria contra o prefeito por parte dos dois sindicalistas documentados em um vídeo da manifestação, e também a responsabilização de Aristides pelas várias paralisações que ocorreram no serviço público do município.

Porém, a justiça, desta vez, não agiu como um braço dos governantes e decidiu pelo arquivamento do processo. “Não se vislumbra, no aludido vídeo, o dolo de injuriar, caluniar e/ou difamar o Prefeito”, afirma a notificação da Promotoria. “Temos que as expressões utilizadas visavam dar ênfase a uma indignação, não só de uma classe de servidores, mas de toda uma comunidade que está sofrendo com os inúmeros atrasos nos pagamentos dos salários de vários de seus membros, pais de família que, depois de um mês inteiro de labuta, não puderam contar com a esperada e justa remuneração, fato que, em alguns casos, superam os quatro meses de atraso”, continua.

A defesa dos sindicalistas comemorou a vitória no processo, afirmando que, “a despeito de todo um contexto de falta de perspectiva, ceticismo, desesperança, desrespeito e impunidade que parece prevalecer em nossa sociedade” tal decisão demonstra a “importância da organização e da luta da classe trabalhadora por seus direitos, ao mesmo tempo em que nos faz vislumbrar a esperança, a força e a fé para continuar firmes nessa caminhada por um mundo melhor, na certeza de que 'Só a luta muda a vida'”.