Alexandre Tombini, presidente do Banco Central. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado (CC BY 2.0)
A taxa básica de juros é usada como referência para o estabelecimento das taxas de juros de créditos, empréstimos e para o rendimento de investimentos financeiros. É a partir desta taxa, da inflação e do valor do dólar que a maior parte dos investimentos dos especuladores internacionais é "remunerada" no Brasil. O cartão de crédito e o cheque especial, opções de crédito com as maiores taxas de juros, que podem chegar a 500% ao ano, devem aumentar ainda mais, dificultando o acesso pela população mais pobre e aumentando a taxa de lucro dos bancos.
O aumento dos juros conduz ao aumento da recessão econômica, com redução ainda mais drástica da produtividade da indústria e do consumo. Como consequência, as demissões em massa, férias coletivas, suspensões dos contratos de trabalho deverão ocorrer cada vez com maior frequência, atacando as condições de vida da classe trabalhadora.
Este aumento é uma sinalização do governo de que se encontra encurralado e deverá garantir ao máximo o interesse dos especuladores, dos grandes bancos. Enquanto a direita nacional representa de maneira direta os interesses do setor financeiro internacional, o PT possui maior acordo com os capitalistas nacionais, mas procura garantir os interesses do imperialismo, o que é, na prática, inconciliável.
A medida tomada pelo Copom (Comitê de Política Monetária do BC), só mostra que o governo do PT continuará a fazer de tudo para manter os interesses do imperialismo, mesmo que tais medidas sejam consideradas insuficientes e exista a exigência de uma política de força mais clara.