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071015 lutasBrasil - MST - [Wesley Lima] Cerca de 60 mulheres Sem Terra participaram da 5° edição o Curso de Feminismo e Marxismo, na ENFF.


Alexandra Kollontai, Rosa Luxemburgo, Nise da Silveira e Frida Kahlo. Todas são mulheres, feministas, revolucionárias e tiveram um papel histórico na luta contra o patriarcado e o capital.

As histórias e as lutas destas trabalhadoras nortearam todo o debate realizado na 5º edição do Curso de Feminismo e Marxismo, onde reuniu cerca de 60 mulheres na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema (SP), entre os dias 2 e 5 de outubro.

O curso realizou um aprofundamento teórico no campo do marxismo, com objetivo de instrumentalizar as trabalhadoras Sem Terra que já protagonizam diversas lutas em defesa da Reforma Agrária no país.

Para isso, foi projetado junto às mulheres do MST debater e construir lutas que possuem o protagonismo das trabalhadoras.

Para auxiliar a construção desta linha política de estudo, as trabalhadoras realizaram diversas mesas de discussão, rodas de conversa, assistiram filmes, peças de teatro e analisaram amplamente o avanço do agronegócio nas diferentes regiões do Brasil.

“O potencial crescimento das empresas multinacionais e o fortalecimento do imperialismo aumenta as desigualdades sociais, impactando diretamente a vida das mulheres com a precarização do trabalho, o aumento significativo da violência, o não acesso às políticas públicas e a negação de direitos”, denunciou as trabalhadoras.

Afetividade e Sexualidade

“Como o patriarcado afeta diretamente a afetividade e a sexualidade dos sujeitos?” Esta pergunta norteou um dos debates mais intensos realizados no curso, ao questionar as regras de dominação impostas pelo patriarcado entre os sexos.

Diante desta questão, as mulheres também estudaram o corpo como um instrumento de luta. “É necessário estar livre das diversas imposições de gênero que colocam o feminino num campo de submissão e inferioridade”, enfatizou as trabalhadoras.

Outra questão apontada no debate em torno desta temática são as relações da identidade de gênero e o combate a LGBTfobia.

“A heterossexualidade é uma instituição política, repleta de valores que fortalecem a lógica de dominação e percepção da família, como uma ferramenta da propriedade privada. O patriarcado também afeta a diversidade sexual, por isso precisamos debater estas questões e lutar por liberdade em todos os campos políticos”, afirmou Mariana Oliveira, da Liga Brasileira de Lésbicas e Consulta Popular.

Durante os três dias de formação, diversas místicas deram o tom ao debate ao questionar e problematizar a participação das mulheres nas lutas e os principais desafios ainda enfrentados.

A terra, as ferramentas de trabalho, a coletividade, poesia, música, voz, o corpo e as flores, sempre estavam presentes apontando os instrumentos capazes de realizar mudanças importantes neste cenário de desigualdades políticas entre os sexos.

Sem perder de vista a utopia de construir uma sociedade de iguais, baseada nos valores humanistas e socialistas.

Feminismo Camponês Popular

Uma das percepções indenitárias debatidas no curso e que traz consigo o protagonismo das trabalhadoras Sem Terra na luta contra o sistema capitalista, o imperialismo e o patriarcado é o termo político Feminismo Camponês e Popular.

De acordo com Itelvina Masioli, da direção nacional do MST, o debate do feminismo camponês e popular surgi a partir da construção política das mulheres camponesas na Cloc – Via Campesina.

“Desde o início desta grande construção na América Latina, através dos povos organizados do campo, as mulheres têm se colocado no processo de luta a partir do debate da emancipação social e política que se construirá junto à emancipação da classe trabalhadora”, disse.

“O significado desta construção política é pensar para dentro do Movimento Camponês Internacional através das realidades expressadas, rompendo o silêncio e fortalecendo a construção de um projeto político, colocando o pé na porta e avançando na construção dos movimentos campesinos”, concluiu Masioli.

Diante deste cenário de luta e construção coletivo, Kelli Mafort, também da direção nacional, disse que o principal desafio proposto pelo curso é a participação de mais mulheres no debate em torno do feminismo camponês e popular.

“Nossa proposta é que os temas aqui abordados sejam levados para as grandes regiões e os estados como prioridade política e organizativa para a formação de mais companheiras”, destacou Mafort.

Com tantos desafios apontados e novas perspectivas de lutas construídas, as trabalhadoras reafirmaram o compromisso de continuar organizando as mulheres nos assentamentos e acampamentos do MST realizando cotidianamente o enfrentamento político a toda forma de dominação do capital.


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