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050615 lutoBrasil - Brasil de Fato - [André Vieira] Panmela Castro, grafiteira carioca, utiliza artes urbanas para reivindicar os direitos das mulheres.


Nascida e criada no subúrbio carioca, Panmela Castro utiliza o grafite como ferramenta na luta pela igualdade entre homens e mulheres. Espalhadas por diversos países e assinadas por Anarkia, seu nome artístico, suas obras mostram o universo feminino numa perspectiva da não submissão ao homem, da luta contra o machismo, da liberdade para as mulheres. "Precisamos colocar elementos na arte que abram espaço para o debate de gênero", pontua a artista.

Um desses trabalhos pode ser visto na esquina da Rua do Lavradio com a Rua Visconde do Rio Branco, em frente à Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (DEAM), no centro do Rio. Em um muro de 336 m², Panmela fez em 2014 um grafite em comemoração ao 8º aniversário da Lei Maria da Penha, lei que aumentou o rigor das punições contra crimes domésticos praticados contra as mulheres.

GRAFITE CONTRA A VIOLÊNCIA

Em 2008, a artista iniciou o "Grafite contra a Violência Doméstica", projeto desenvolvido em favelas cariocas com o objetivo de chamar atenção para as agressões praticadas contra as mulheres. Já em 2010, fundou a ong Rede Nami, coletivo que utiliza as artes urbanas para dar visibilidade aos direitos das mulheres. Ações que levaram Panmela a ser escolhida em 2012 como uma das "150 mulheres que agitam o mundo" pelo site estadunidense Daily Best.

A partir do dia 7 de julho, Panmela Castro estreará sua nova exposição no Rio: "Eva". Reunindo 14 pinturas, as obras fazem parte de uma pesquisa que retrata a luta pela autoafirmação das mulheres em um mundo ainda dominado pelo machismo. Em entrevista ao Brasil de Fato, a grafiteira fala sobre o sentido político de sua arte e manda um recado às leitoras do jornal.

Brasil de Fato - O que podemos esperar da exposição "Eva"?

Panmela Castro - É uma pesquisa que eu faço sobre o mito de Eva. A exposição não fala sobre religião, ela fala sobre transgressão. Fala sobre a mulher que não obedece. E hoje em dia, do jeito que as coisas estão, nós temos que não obedecer mesmo pra tentar mudar o que está ai. Porque se as mulheres ficarem só obedecendo, de forma submissa, nós estamos ferradas. Eu fiquei obcecada por essa história da maçã, da mordida. Em todos esses séculos, a história de Eva foi usada pra dizer que a mulher não é confiável, para botar a mulher em segundo plano.

050615 livreBrasil de Fato - E como foi enfrentar o machismo dentro do mundo do grafite?

No início era fácil, porque, como eu não era tão feminista, eu não via as coisas. Eu sofria muito preconceito, mas passava despercebido. Depois que eu comecei a identificar, a entender, eu fiquei revoltada, de saco cheio dos caras. Por isso resolvi que eu mesma iria fazer minhas próprias paradas. Faço minhas exposições, chamo quem eu quero, faço o grupo das meninas, para não precisar depender dos caras. A gente faz tudo do jeito que a gente quer sem precisar do aval deles.

Brasil de Fato - Qual o recado que você manda às leitoras do Brasil de Fato?

Muito mais que encarar o preconceito e as desigualdades de frente, é preciso entender e perceber esses preconceitos. Às vezes a gente passa por diversas situações que não consegue identificar as razões daquilo acontecer. Precisamos abrir o olho para as situações e exigir os nossos direitos. A mulher é muito explorada no trabalho, tem muito assédio e às vezes a gente deixa passar as coisas.

SERVIÇO

Exposição "EVA" – Panmela Castro

7 de julho a 19 de agosto

Galeria Scenarium (Rua do Lavradio, nº 15).

Entrada grátis


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