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121115 80Brasil - Vermelho - No aniversário de oito décadas do levante antifascista no Brasil, as Universidades Federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Rural do Semi-Árido (UFERSA) revisitam o episódio que contou com a primeira experiência de governo comunista, no Estado do Rio Grande do Norte.


Entre os dias 18 e 21 de novembro, as cidades de Natal e Mossoró serão palco do “Seminário 80 anos da Insurreição Comunista de 1935”.

O evento contará com a presença da professora de história aposentada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Anita Leocádia Prestes, filha de Olga Benário e Luís Carlos Prestes, líder tenentista ingresso no Partido Comunista e que comandou o levante contra o governo de Getúlio Vargas. Nascida em 1936, no campo de concentração de Barninmstrasse, Anita fará, a exemplo de uma série de cidades do Brasil e do exterior, o lançamento da biografia política de seu pai, “Luís Carlos Prestes: um comunista brasileiro”.

Com a realização de mesas e apresentações de documentários, o Seminário pretende resgatar a história dessa mobilização, parte de um movimento amplo, a Aliança Nacional Libertadora, que buscava enfrentar o fascismo crescente em território brasileiro.

A expectativa é reunir professores, estudantes, pesquisadores e a sociedade norte-rio-grandense em torno das discussões sobre as lições e consequências dos levantes populares brasileiros de 1935.

O seminário conta com o apoio do ADURN-Sindicato, UERN/PROEX, PPGCS-UFRN, Fundação Maurício Grabois, PCdoB, PCB, PSTU, CPS-Conlutas, Mandato da Vereadora Amanda Gurgel, Secretaria de Cultura – PMM Instituto Caio Prado Jr., Conselho de Cultura do RN, Amigos da Pinacoteca.

O Movimento Comunista de 1935

Embora liderada pelos comunistas, a ALN conseguiu congregar os mais diversos setores da sociedade e rapidamente tornou-se um movimento de massas. Muitos militares, católicos, socialistas, sindicalistas, estudantes e liberais, contrários ao rumo do processo político iniciado em 1930, quando Getúlio Vargas, pela força das armas, assumiu a presidência da República, aderiram ao movimento.

Com sedes espalhadas em diversas cidades do país e contando com a adesão de milhares de simpatizantes, em julho de 1935, apenas alguns meses após sua criação, a ANL foi posta na ilegalidade. Ainda que a dificuldade para mobilizar adeptos tenha aumentado, mesmo na ilegalidade a ANL continuou realizando comícios e divulgando boletins contra o governo. Em agosto, a organização intensificou os preparativos para um movimento armado com o objetivo de derrubar Vargas do poder e instalar um governo popular chefiado por Luís Carlos Prestes. Iniciado com levantes militares em várias regiões, o movimento deveria contar com o apoio do operariado, que desencadearia greves em todo o território nacional.

O primeiro levante militar foi deflagrado no dia 23 de novembro de 1935, na cidade de Natal. No dia seguinte, outra sublevação militar ocorreu em Recife. No dia 27, a revolta eclodiu no Rio de Janeiro.

Experiência em Natal

Na capital do Estado do Rio Grande do Norte, no dia 23 de novembro de 1935, o movimento comunista vivenciou pela primeira vez na história a experiência de governo, após o levante militar ocorrido no 21º Batalhão do Exército.

Foram quatro dias sob o governo revolucionário, batizado de Comitê Popular Revolucionário. O sapateiro José Praxedes foi nomeado secretário do Abastecimento; o diretor do presídio de Natal, Lauro Lago, secretário do Interior e Justiça; o funcionário do Liceu Ateneu, João Galvão, secretário da Viação; o sargento Quintino de Barros, secretário da Defesa; e o tesoureiro dos correios, José Macedo, secretário das Finanças.

O governo recém formado providenciou a formação de três colunas de combatentes. A expectativa era de que a revolução pudesse ser estendida ao restante do Estado. A primeira coluna deveria seguir em direção a Mossoró; a segunda, até a divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba; e a última, para a cidade de Goianinha. Os revolucionários conseguiram ocupar, ainda, 17 dos 41 municípios do Estado, e entregaram quando possível o poder a figuras locais ligadas a Aliança Nacional Libertadora (ANL).

Em um gesto memorável, exatos três dias passados da tomada do poder, publicou o único jornal daquele governo. A liberdade, título do periódico, explicava o programa revolucionário: amplas liberdades democráticas, reforma agrária, incentivo à industrialização, trabalho para todos, aumento dos salários dos trabalhadores rurais e urbanos, democratização do ensino e da cultura, nacionalização de bancos e empresas estrangeiras, expulsão dos “imperialistas e seus lacaios” do país e não pagamento da dívida externa.

121115 prgNo dia 27 de novembro, o movimento foi derrotado. Cerca de mil pessoas foram indiciadas nos processos que trataram do levante potiguar de 1935. Com base nesses autos, é possível desvendar a composição social da insurreição. Em Natal, 45% dos indiciados eram militares, especialmente soldados, cabos e sargentos, mas nenhum oficial do Exército; 27%, operários, sobretudo estivadores; 11%, profissionais liberais; 11%, trabalhadores urbanos de condição modesta, como alfaiates, padeiros, barbeiros, sapateiros e comerciários. No interior, 24% dos indiciados eram trabalhadores rurais; outros 24% eram profissionais liberais; 16% eram trabalhadores urbanos; e 15%, operários.

José Praxedes de Andrade, sapateiro de profissão, que veio do Rio de Janeiro, de navio, com instruções de esperar o sinal do levante, que seria dado por Prestes. Escapou das mãos da repressão e viveu 49 anos de clandestinidade sob o nome de Eduardo Pereira da Silva. Nem sua mulher tinha conhecimento da sua identidade.


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