Foto: Metalúrgicos se reúnem no pátio da Volkswagen para manifestações no inicio da manhã de hoje (15).
Depois de concentrações nas portas da fábricas, operários da Volkswagen, Scania, Ford e Mercedes-Benz pararam o trânsito na Via Anchieta por alguns minutos, em protesto ao que consideram "o maior atentado aos direitos dos trabalhadores desde o golpe militar de 1964", como considerou Daniel Calazans, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
"Querem rasgar a CLT", protestou o presidente da CUT, Vagner Freitas. Ele, que esteve presente aos atos na Ford e na Volks, disse ainda que essa mobilização demonstra à sociedade que os trabalhadores estão unidos para evitar essa lei de ser aprovada. "Ela significa a precarização do trabalho. Não se trata de modernização como andam dizendo por aí e, sim, rebaixamento de salário e perda de direitos."
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Rafael Marques, acrescentou que "todo trabalhador terceirizado sonha em ser efetivado na empresa principal, aquela que contrata determinado serviço". Ele lembrou estudo do Dieese que demonstra que os salários de trabalhadores terceirizados são 27% menores e a jornada de trabalho é três horas maior. "É é um absurdo retroceder nas leis trabalhistas conquistadas com tanto suor", declarou.
Também no ato que reuniu metalúrgicos da Ford e parte do trabalhadores da Mercedes, que suspendeu a produção, ontem e hoje, Eric Nilson, presidente do sindicato dos bancários do ABC salientou ser hoje um dia importante para a categoria bancária, que sofre há anos com a terceirização. "Está claro que essa lei significa apenas para achatamento de salários", assinalou.
Sua categoria segue com as manifestações na tarde desta quarta-feira com planfetagens ao público e colagens em agências bancárias da Região sobre o PL.
Metalúrgico ferramenteiro da Ford, Alexandro Nistico fez questão de acompanhar e apoiar a manifestação por que, disse ele, se o projeto de lei for aprovado "só facilita a vida do patrão e quem perde com isso é o Brasil que vai ter imensidão de pessoas trabalhando como na China, onde o sistema é precário e o trabalhador não tem direito algum".
Os químicos do ABCD promoveram manifestações na Basf, de São Bernardo, na Henkel, em Diadema, e na Ouro Fino, de Ribeirão Pires.
Os petroleiros protestaram cruzando os braços na Refinaria de Capuava, em Mauá, por mais de duas horas.
Outros atos estão programados diante da sede da Federação das Indústrias do estado de São Paulo (Fiesp), na avenida Paulista, e no Largo da Batata, no Bairro de Pinheiros, na Capital.
O PL 4.330 segue em tramitação na Câmara dos Deputados para a votação de destaques da matéria.