Organizado por diversos movimentos, como a Frente de Luta por Moradia (FLM), a Unificação das Lutas de Cortiços e Moradia (ULCM) e a União dos Movimentos de Moradia (UMM), o Ato em Defesa do Direito à Moradia partiu das Praças da Sé e da República pela manhã em direção ao Viaduto do Chá, sede da Prefeitura de São Paulo.
Os manifestantes reivindicavam sete pontos no âmbito da moradia: política de habitação para a cidade, aquisição e destinação de terrenos para a construção de moradia pelas entidades, projetos habitacionais no centro da cidade, retomada do programa de mutirões, urbanização de favelas e regularização fundiária, prevenção de despejos e regularização e requalificação dos conjuntos habitacionais.
Um dos motivos do protesto foi a insatisfação com as autoridades governamentais. A Prefeitura de São Paulo prometeu construir 11 mil unidades habitacionais pelo programa Minha Casa, Minha Vida, mas anunciou apenas 4 mil.
Os movimentos lutam pela integração de terrenos que viabilizem o programa. Segundo comunicado conjunto das entidades, o prefeito Fernando Haddad (PT) havia prometido desapropriar 39 imóveis no centro para programas de habitação para famílias de baixa renda, mas depois voltou atrás e está cedendo diversos imóveis para o governo do estado no programa de PPPs (Parcerias público-privadas).
"Ocorre que esse programa excluirá as famílias de baixa renda, já que, conforme afirmou o governo do estado, PPP não é programa para atender famílias de baixa renda, pessoas idosas ou outros grupos vulneráveis", afirma o comunicado. "Assim, exigimos a transferência de todos os prédios do Programa Renova Centro para o Fundo de Desenvolvimento Social (FDS)."
Polícia atende às ordens dos patrões e faz duas reintegrações de posse
Ao mesmo tempo em que milhares de pessoas protestavam pedindo mais moradias, na mesma região central as forças da repressão faziam uma reintegração de posse a pedido dos patrões.
Dezenas de famílias foram retiradas de um prédio na República a mando da LP Administradora de Bens, empresa proprietária do edifício, que enviou caminhões de mudança para adiantar a retirada dos cidadãos.
De acordo com a mídia corporativa, a desocupação foi "pacífica". Após saírem do prédio, os moradores não tinham destino para ir.
A outra reintegração ocorreu no bairro do Belém, zona leste da cidade. Não foi informado quantas famílias viviam no prédio.