Foto: Mídia Ninja.
Essa sexta-feira ficará marcada na história como o dia de início da estruturação do movimento no estado, assim como anteriormente se constituiu em grandes cidades como São Paulo e Brasília. Na baixada fluminense, São Gonçalo é especialmente simbólico na luta por moradia, já que detém o segundo maior número de habitantes sem casas no estado, cerca de 10% de sua população.
Tem trabalho, não tem teto
O movimento dos sem teto foi um dos poucos grupos organizados que conseguiram parar a capital paulista depois dos grandes protestos de Junho, e ainda durante a Copa, obtiveram resultados efetivos em uma de suas principais reivindicações: a criação de novas moradias populares, frente ao enorme déficit habitacional dos grandes centros urbanos.
Sua metodologia consiste em ocupar bairros periféricos e criar, a partir da vida compartilhada e da ação direta, um sistema de mobilização popular que só neste ano já movimentou milhares de trabalhadores para temas tão distintos como a democratização da mídia e a defesa de melhorias no SUS (Sistema Único de Saúde). Tal dinâmica pode mudar a composição das ruas do Rio de Janeiro em um momento de grande polarização política no país.
Você sabe como é..
A região de São Gonçalo possui altos índices de pobreza e baixa cobertura assistencial dos serviços públicos básicos e suplementares. A política habitacional do município é precária, a exemplo do Jardim Catarina, cuja construção do conjunto habitacional CEHAB-RJ nos anos 70 enfrentou problemas de serviços públicos não efetivados. A construção erguida nas margens do Rio Guaxindiba buscava atingir moradores removidos das favelas de Niterói. Hoje, conhecido como Conjunto ou Favela 'da 40' o local sofre com a criminalidade, incursões policiais, preconceito e descaso dos órgão públicos.
Conheça e colabore com a ocupação, o endereço é Avenida Santa Luzia, esquina com a Rua Célio Pena, ao lado da antiga fábrica de plástico. Jardim Catarina, São Gonçalo – Rio de Janeiro.