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130511_correios1Brasil - PCO - Dilma publica medida provisória da privatização e PT-PCdoB sequer anunciam o fato.


Na véspera do 1º de maio, o governo do PT anunciou a medida provisória que pretende privatizar a maioria dos serviços dos Correios. A medida provisória permite que a direção da empresa crie subsidiárias, ou seja, empresas privadas para contratação de terceirizados que realizarão o serviço atualmente feito, obrigatoriamente, por concursados.

É um dos maiores ataques contra uma categoria de trabalhadores em toda a história do país, feita por um governo que se considera de esquerda e que é apoiado pelos mais importantes sindicatos do país. É também um ataque frontal a uma das mais organizadas categoriais de trabalhadores do país e, como tal, um violentíssimo ataque contra a organização operária em favor dos capitalistas em seu conjunto. Nenhum governo abertamente burguês seria capaz de tal proeza.

A medida provisória também autoriza a transferência de recursos da ECT para empresas privadas, através da “participação acionária em sociedades empresárias já estabelecidas”. Isto significada simplesmente legalizar a roubalheira de dinheiro público feita atualmente através dos contratos de prestação de serviços, na medida em que o Correio vai poder fazer parte diretamente de empresas privadas, favorecendo abertamente estes capitalistas com os recursos da empresa.

A cumplicidade criminosa do sindicalismo e da esquerda oficial

Diante do anúncio feito pelo governo do PT, a direção da Fentect não emitiu um único comentário, nem as debochadas declarações oficiais, feitas por e-mail, apareceram desta vez, para evitar uma mínima divulgação do fato, com medo de qualquer mobilização contra as medidas.

O silêncio da maioria dos dirigentes da Fentect sobre a medida provisória é explicado pela farta distribuição de cargos a dirigentes sindicais que está sendo feita em nível nacional e da promessa de que os cargos de chefias da empresa serão revisados, podendo ser ocupados por novos elementos, inclusive de fora da empresa. A promessa feita em larga escala de que as chefias serão ocupadas por elementos das diretorias sindicais, se apoia, no fato de que a medida provisória admite como lei complementar na ECT, a lei 6.404, de organização das sociedades anônimas, a qual permite total liberdade na indicação dos cargos de chefia e administração.

Um balcão de negócios sindical-político-empresarial

A promessa de distribuição de cargos para sindicalistas já provocou a traição da negociação em torno à PLR, onde sindicatos que se apresentavam como oposição à direção da Fentect passaram, descaradamente, a apoiar traições abertas, votando automaticamente a PLR miserável. No Paraná, é pública a negociação para que vários diretores do sindicato – até pouco tempo de oposição - assumam cargos na empresa, seguindo o atual diretor regional, indicado recentemente, Areovaldo Figueiredo, ex-diretor do sindicato no Estado transformado em burocrata da estatal em 2003. Em Goiás, outro sindicato que até há pouco estava na oposição, acontece a mesma coisa, com um ex-presidente do sindicato, Alan Sebastião de Jesus, marido da atual tesoureira do sindicato e principal liderança da corrente sindical chamada Movimento de Resistência e Luta (MRL), que assumiu o cargo de diretor adjunto da empresa em Goiânia.

No Ceará, a secretária geral do sindicato, Maria de Lourdes Paz Felix, conhecida como Lurdinha, também até há pouco oposicionista, faz campanha pública para ganhar o cargo de diretora regional da empresa em Fortaleza, fazendo campanha de que o Governo vai privilegiar os cabos eleitorais do PT para serem chefes, enquanto a empresa é privatizada e os trabalhadores brutalmente atacados.

O secretário-geral da Fentect, conhecido como “Talibã”, aproveita a medida provisória do governo do PT, que ataca os trabalhadores, para fazer reunião com os chefes em vários lugares do país para promover a filiação dos mesmos ao PT, de olho em tentar fazer pressão, dentro do próprio partido do governo, para tentar garantir os interesses desse grupo no loteamento dos cargos.

A direção da Fentect e seus apoiadores sequer tentaram disfarçar o desinteresse com a Medida Provisória do governo Lula. Estão numa corrida desenfreada pelos cargos ou pela promessa de cargos, deixando bastante claro que não tem interesse, nem relação com o interesse da categoria. A Federação Nacional transformou-se, pura e simples, em um grande balcão de negócios, onde a pele do trabalhador é trocada por cargos para os mais rasteiros aproveitadores que o movimento sindical já viu.

Como em 2003: a democracia do PT e do PCdoB: compra de sindicalistas

Situação similar a esta foi vivida pela categoria em 2003, quando boa parte das lideranças sindicais daquele período foi varrida dos sindicatos, por força de uma grande mobilização na base da categoria. Naquele momento o governo Lula fez a primeira leva de indicações de sindicalistas a cargos de confiança, os quais foram banidos das assembleias sindicais, pois os trabalhadores não permitiam a presença de chefes, ainda mais de traidores da luta da categoria.

Uma parcela expressiva dos atuais sindicalistas do Correio conseguiu permanecer nos sindicatos, porque expressaram, mesmo que de forma moderada e dissimulada, uma oposição a esta política de traição aos trabalhadores, com o ganho de cargos de confiança para se transformarem de sindicalistas a exploradores diretos dos trabalhadores.

A nova onda de traição em massa, com inúmeros sindicalistas se transformando diretamente em responsáveis pela superexploração dos trabalhadores vai provocar uma revolta ainda maior do que em 2003 e uma renovação nas diretorias sindicais, bem como um enfraquecimento ainda maior do poder da direção da ECT sobre os trabalhadores.

A outra cara da moeda: a política de desorganização do PSTU

Outro setor da oposição, formado pelos militantes do PSTU, muito bem informado sobre o que está acontecendo na empresas, ao invés de denunciar o que governo e sindicalistas estão fazendo, decidiu arquitetar um plano próprio para tirar proveito da crise. Lançaram uma frente de seis sindicatos, dos 17 sindicatos que formavam o bloco oposicionista da qual excluíram o principal sindicato da oposição, terceiro maior do país, o Sintect-MG. O objetivo desta frente é conhecido: formar uma micro federação para arrecadar o dinheiro dos sindicatos para ela e para a Conlutas e fazer propaganda estéril de que são de oposição, quando , na realidade, a própria formação da federação é uma fuga de qualquer luta contra a ofensiva corruptora do PT e do PcdoB.

Durante toda a existência do Bloco dos 17, o PSTU, juntamente com os dirigentes do MRL, que agora se vendem para a direção da empresa por cargos, procurou paralisar qualquer iniciativa de luta.

A nova federação seria formada com seis dos menores sindicatos do país, três deles no Nordeste (PB, PE e PI), um do Norte (Amazonas) e dois dos menores sindicato do Estado de São Paulo, São José do Rio Preto e São José dos Campos. Esta federação não teria poder ou importância alguma (exceto, naturalmente, para os interesses de grupo do PSTU) e somente cumpriria a função de diminuir os sindicatos oposicionistas dentro da Federação, no momento em que avança concretamente a privatização, a corrupção e os ataques aos trabalhadores.

As bases destes sindicatos sequer foram chamadas a opinar sobre esta atitude fracionista e capituladora. Em alguns sindicatos, na medida em que se abre a discussão esta proposta começa a ser amplamente repudiada.

Por um movimento de oposição para mobilizar e organizar as bases

Está na ordem do dia uma reorganização do bloco de oposição à direção da Fentect, depois da ação conjunta do PSTU-MRL para implodir o Bloco dos 17.

Agora, depois dos recentes acontecimentos, do balcão de negócios com cargos para sindicalistas, se torna pública, para quem queira ver, as razões reais que levaram estes dois grupos a se oporem a todas as propostas de reuniões e iniciativas para manutenção do Bloco dos 17 e ações de luta contra a direção da ECT e da Fentect.

Qualquer pessoa que atue nos Correios pode ver que está em marcha a reação em massa dos trabalhadores contra esta verdadeira bandalheira nos correios. É preciso discutir amplamente uma política e uma organização para fazer frente aos planos criminosos dos ex-esquerdistas vendidos para a burguesia. Chamamos todos os trabalhadores, militantes, delegados sindicais, diretores e diretorias sindicais, todos os grupos de oposição em todos os estados a organizar imediatamente uma conferência nacional de oposição para impor ao governo dos traidores e vendidos uma enorme derrota, contra a privatização, a terceirização, as demissões e o arrocho salarial.


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