O bule-bule nom cessa nas ruas e nas redes sociais. A sintonia que o ultraespanholista neoliberal Partido Popular escolheu para esta campanha eleitoral é um exercício quase perfeito de auto-ridiculismo. Um nove e meio de dez.
“Veña Galicia” é o título do perigoso elemento musical que neste momento circula sem controlo na internet e nos altifalantes dos carros de propaganda do PP. O cantor de “Los Limones” assegurou numha entrevista a um jornal burguês espanhol que foi pessoalmente Alberto N. Feijó quem encarregou à sua banda a comissom dos factos.
O auto-ridiculismo e a pouca inteligência vai aos poucos constituindo-se em ‘marca da casa’ das campanhas eleitorais do PP: Em novembro, o vídeo que apresentava a campanha de Rajoi às eleiçons espanholas incluía um mapa independentista da Galiza elaborado pola organizaçom da esquerda galega Nós-UP.
Este é o vídeo. Sugerimos umha única visualizaçom para evitar problemas de saúde e logo comentamos os pontos mais relevantes do documento:
Rima com “ícia” 26 vezes no primeiro minuto
Apesar da péssima qualidade musical da peça, a letra consegue superar (por baixo) a melodia.
Até 26 vezes em apenas um minuto (o primeiro) o hino eleitoral do PP rima com “ícia”, aproveitando o topónimo deturpado do nosso país. Todas em consoante, exceto duas, que som em assonáncia (com as palavras ‘Íria’ e ‘risa’).
Consultadas polo Diário Liberdade, fontes médicas afirmárom que perante semelhante excesso de ditongos poderá provocar indisposiçons e enjoos.
"Manda caralho, botafumeiro"
Fagamos um exercício de abstraçom.
Eleiçons presidenciais, Estados Unidos. Imaginam que a letra do Barack Obama diga “What the fuck! Liberty Statue!”?
Ou nas vindouras eleiçons catalás, podem acreditar num Artur Mas publicitando-se ao grito de “Collons! Sagrada Família!”?
Acaso Mariano Rajoi incluiu a frase “Manda huevos! Puerta de Alcalá!” na sua campanha para as eleiçons do Estado espanhol do passado novembro?
Nom.
Mas Feijó é especial, e o momento álgido da sintonia deste 21-O é a frase “Manda caralho! Botafumeiro!”. Assim. Sem contexto. Sem mais nada que acrescentar. A realidade crua.
E, já fora do humor, agradece-se que o PP transmita com a sua sintonia o que é para eles/as a cultura galega: simples folclorismo fora de lugar e própria da ignoráncia mais baixa.
Sinistras palavras
Por momentos, o patético da peça converte-se em sinistro e a brincadeira deixa de ser engraçada.
Em concreto, no minuto 1’50”, o vídeo eleitoral do PP canta “Venha ‘Galicia’ dos marinheiros. Labregos, obreiros, a dos dinheiros” (??!!). Precisamente as classes mais prejudicadas polos governos do PP e o seu neoliberalismo rançoso, versom 2.0.
Marinheiros e marinheiras sem emprego graças ao desmantelamento da outrora potente flota galega. Labregos/as que tenhem que fechar as suas exploraçons ou que vendem os seus produtos por baixo do que lhes custa produzir. Obreiras e obreiros que estám no desemprego ou podem estar amanhá sem apenas justificaçom nem indenizaçom.
O da Galiza “dos dinheiros” já é de mais, nom sendo que fale dos que Novagalicia Banco roubou através das preferentes com o beneplácito de Feijó e todos os outros governos burgueses envolvidos.
Sei o que nos figestes desvincula-se da agressom audiovisual
Reproduzimos o comunicado do grupo ridiculista SOQNF, apontado nas primeiras horas como possível autor da falcatruada:
“Nas horas graves que vive a Pátria, de Sei O Que Nos Figestes... Nos Últimos 4 Anos:
EXPOMOS:
-No passado 27 de setembro o PP celebrou um comício num recinto proclive á tortura, a praça de touros de Ponte-Vedra, que nesta ocasiom só foi praticada na sua vertente psicológica, com as intervençons do próprio Alberto Núñez Feijóo e dum tal Mariano Rajoy.
-Nesse acto foi apresentada a sintonia eleitoral deste partido, composta polo grupo Los Limones.
-O vídeo inclui inefáveis rimas consoantes partindo da palavra 'Galiza'
-A montagem audiovisual define os costumes e traços caraterísticos do povo galego com expresons como "manda caralho, botafumeiro".
Por todo isto, e ante as inumeráveis amostras de condenaçom que estamos a receber,
DECLARAMOS
-Que SOQNF nom tivo nengum tipo de responsabilidade na composiçom e gravaçom desta sintonia nem na produçom, montagem e difusom dessa peça videográfica nem na continuidade da decadente presença de Los Limones sobre os palcos.
-Que tal montagem de vídeo constitui um exercício de ridiculismo inverso que acolhemos com suma alegria, vista a confluência dos seus objetivos com os nossos próprios.”
Como vamos perder?
Momentos como este só podem alegrar o anticapitalismo galego, pois confirmam que é impossível que a ultradireita espanhola, hoje agrupada por volta do PP, triunfe se nom é pola força. Sem dúvida, essa é a conclusom se este é o máximo rendimento inteletual que podem exprimir para ganhar as vindouras eleiçons.