De acordo com este diário, só a oposição de uma maioria de ministros, do chefe de Estado Maior das Forças Armadas e dos serviços de informações travam ainda a “opção militar” contra o Irão que Netanyahu, o xenófobo chefe da diplomacia Avigdor Lieberman e o ministro da Defesa, o antigo chefe trabalhista Ehud Barak, já amadureceram. Entretanto, ainda segundo o Haaretz, a força aérea israelita tem realizado treinos para uma ofensiva à distância numa base aérea da NATO no sul de Itália.
O assunto esteve na agenda da reunião do gabinete restrito na qual foi adoptada a resposta de Israel à admissão da Palestina na UNESCO mas em relação àquele ponto concreto a maioria dos oito membros são contra, como é o caso do chefe do partido ultra-ortodoxo sefardita Shass, do ministro dos Assuntos Estratégicos, do ministro das Finanças e também de Benny Begin, ministro sem pasta filho do antigo chefe do governo Menahem Begin.
Ehud Barak desmente que a decisão de atacar militarmente o Irão já tenha sido tomada, mas o Haaretz informa que esse é o objectivo dos exercícios que estão a ser realizados no sul de Itália e também em Israel. Acrescenta que as forças armadas testaram muito recentemente o sistema de propulsão de um engenho na base de Palmahim, ao sul de Telavive, que deverá ser, segundo a rádio pública, um míssil balístico que poderá transportar ogivas nucleares.
Israel desmente que possui armas atómicas, mas é do conhecimento geral na comunidade internacional que se trata da única potência militar nuclear no Médio Oriente.
A acção poderá estar dependente ainda da opinião dos outros membros do governo e do relatório que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) deverá publicar no próximo dia 8 sobre o programa nuclear iraniano, que Teerão anuncia como civil. De acordo com a notícia do Haaretz, os ataques israelitas idealizados pelo primeiro ministro, Barak e Liebarman teriam como alvo as instalações nucleares iranianas, a exemplo do que aconteceu com a ofensiva realizada contra um reactor iraquiano de fabrico francês no tempo do regime de Saddam Hussein.
O jornal israelita cita o chefe das forças armadas iranianas, general Hassan Firuzabadi, segundo o qual o Irão não ficará “sem reagir” e “os Estados Unidos sabem que qualquer ataque do regime sionista contra o Irão provocará sérios danos não apenas a este regime mas também contra os Estados Unidos”.