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120115 esquemaMéxico - Primeira Linha - [Jonathan Hernández] Passárom quase dous meses daquele abominável crime que abalou toda a naçom mexicana e a muitos lugares do mundo: A matança de 6 pessoas e o desaparecimento forçado de 43 normalistas da escola normal rural Isidro Burgos de Ayotzinapa,


Guerrero. Durante estes dias temos visto que o oportunismo e a social-democracia jogam um papel muito importante na lógica da violência, fortalecendo a ultra-direita e a conformaçom de grupos paramilitares. O Estado de Guerrero tem-se caraterizado por exercer umha violência exacerbada contra a sua populaçom, sendo que é aí que atualmente se registam os maiores índices de desigualdade social, além de ser o terceiro estado mais pobre do México, por trás de Chiapas e Oaxaca, e sendo o município mais pobre do país e com o menor índice de desenvolvimento humano.

Os governos da suposta esquerda no México caraterizárom-se por protagonizarem várias das repressons mais violentas nos últimos anos, somando aos seus crimes, assassinatos, torturas, desaparecidos, vexames de todo o tipo e violaçom de direitos humanos. E o caso do governo PRDista de Guerrero, onde o hoje ex-governador Ángel Heladio Aguirre Rivero, nas eleiçons de 2011, se armou por completo do oportunismo que carateriza a política institucionalizada no México, sendo pré-candidato polo Partido Revolucionário Institucional (PRI) e posteriormente recusado por dito partido. Ao dia seguinte, renuncia ao PRI e posteriormente é apresentado como candidato do PRD à governaçom de Guerrero, dando origem a umha aliança entre os três partidos da suposta esquerda, o Partido da Revoluçom Democrática (PRD), o Partido do Trabalho (PT) bem como a Partido Convergência, aliança que foi nomeada Diálogo pola Reconstruçom do México. Aplaudírom e apoiárom a candidatura do ex-priista Ángel Aguirre, sem esquecer que recebeu grande apoio e impulso do líder de MORENA Andrés Manuel López Obrador.

Desde que o ex-governador Ángel Aguirre Rivero assumiu este cargo em abril de 2012, os assassinatos contra indivíduos, organizaçons revolucionárias, líderes sociais... fôrom umha constante em Guerrero, registando-se diversos homicídios múltiplos, salientando que esse governo assassino foi assinalado e condenado polas organizaçons revolucionárias, que há contas pendentes e que tanto Ángel Aguirre como o governo federal do presidente Enrique Peña Nieto som os causantes dos massacres no Estado, já que ambos servem e representam os interesses dos grupos burgueses e de oligarcas na entidade e o território mexicano.

Durante as últimas décadas desatou-se um maior ódio para a populaçom de Guerrero por parte do Estado com um índice de violência de tipo bárbaro, como a chacina de 17 camponeses em Águas Brancas, no município de Coyuca de Benítez, a 28 de junho de 1995, a maos da conhecida entom como Polícia Motorizada e Judicial do Estado; a matança do Charco, no fim de junho de 1998, em que o Exército atacou umha escola e morrêrom 11 pessoas; em janeiro de 2004, um comando armado, que se identificou como polícia estatal, assaltou o penal no município de Iguala e assassinou cinco presidiários; entre abril e maio fôrom encontradas 16 osamentas em fossas clandestinas no assentamento Ernesto Pineda Vega; a 12 de dezembro de 2011 dous estudantes da normal rural de Ayotzinapa fôrom assassinados por polícias federais numha manifestaçom sobre a autoestrada do sol; já durante o gerenciamento do PRIista-PRDista Aguirre, continuárom a acontecer assassinatos contra a populaçom; em setembro de 2012, seis pessoas fôrom assassinadas, com novamente o Exército a protagonizar um confronto no município de Tecpan de Galeana, na regiom da Costa Grande; nesse mesmo mês, 11 pessoas mais fôrom assassinadas noutro tiroteio quando um grupo se enfrentou a soldados no município de Tepecoacuilco; a 5 de agosto de 2013, foi encontrado o corpo do dirigente do Partido Comunista de México (PCM) na regiom de Guerrero, Raymundo Velázquez, quem foi assassinado junto a mais dous integrantes do PCM de Guerrero, Samuel Vargas Ramírez e Miguel Solano, cujos corpos fôrom encontrados com impactos de bala e marcas de tortura nas margens do rio de Coyuca de Benítez, sendo responsabilizados o governo local de Guerrero e o governo Federal; em dezembro de 2013, oito pessoas fôrom assassinadas por um grupo armado no povoado Mextitlán, município de Teloloapan; em janeiro de 2014, nove pessoas morrêrom num confronto que se deu no centro penitenciário de Guerrero.

O crime de Iguala

O tam repudiado facto do passado 26 de setembro do ano em curso, no município de Iguala, Estado de Guerrero, é um acontecimento que conseguiu mobilizar grande parte da populaçom mexicana e do mundo, um crime perpetrado e que hoje quer ser silenciado polo governo mexicano.

Isto conseguiu pôr na mira esse impune e criminoso governo por um lado e, por outro lado, dá-se um avanço na organizaçom, mobilizaçom e luita do povo mexicano, que vai em ascenso. Esses brutais acontecimentos acontecêrom em vários momentos de 26 e 27 de setembro passado, sendo assassinados integrantes da normal rural de Ayotzinapa e civis, com disparos realizados por pessoas fardadas de polícias municipais e outros vestidos de civis.

Julio César Fuentes Mondragón, estudante normalista, foi torturado, tirárom-lhe os olhos e esfolárom-lhe o rosto; 20 pessoas mais ficárom feridas, outro jovem em conseqüência dos disparos encontra-se em estado vegetativo; aconteceu um desaparecimento forçado de pessoas, a grande maioria normalistas, dos quais ao menos 20, fôrom subidas a carrinhas da polícia municipal. No sábado 4 de outubro, encontrárom-se fossas clandestinas com corpos calcinados e sinais de tortura, segundo médicos especialistas.

O procurador de Guerrero, Iñaki Blanco, afirmou que eram os corpos dos estudantes; no entanto, quase dous meses mais tarde, nom há provas concretas sobre tal declaraçom e, ao invés, fôrom encontradas mais de 50 fossas clandestinas nas redondezas e estados próximos de Guerrero, além das encontradas noutras muitas partes do território nacional.

A escola normal para mestres de Ayotzinapa localizada no município de Iguala historicamente caraterizou-se por empreender a construçom de espaços de organizaçom e luita, nom há que esquecer que polas sala de aulas desta escola passaram os colegas revolucionários Genaro Vázquez Rojas e Lucio Cabañas Barrientos, desde entom tanto o governo federal e o estatal quiseram submeter a sangue e fogo a organizaçom estudantil desta escola e sua vinculaçom com outras normais rurais e outros espaços educativos. Apesar disso a organizaçom estudantil das ainda existentes normais rurais para mestres continuam desenvolvendo métodos organizativos e baixo a lógica do terrorismo de Estado som umha ameaça para o próprio Estado, já que os estudantes geram simpatia com a populaçom e exigem ao mesmo tempo melhores condiçons de estudo, sociais e de emprego.

Há que entender que nom se trata de umha simples execuçom criminosa orquestrada pola polícia municipal. Estamos a falar de umha organizaçom de narco-paramilitares, já que existe umha relaçom entre governo, polícia e crime organizado, um facto este muito alarmante, observando-se que existe umha colombianizaçom dos métodos e formas repressivas no modo de operar do Estado mexicano.

Nom podemos esquecer que durante mais de um ano o general colombiano Oscar Naranjo Trujillo (conhecido por seus crimes contra a insurgência colombiana, contra a organizaçom urbano-popular, estudantil, sindical, camponesa, indígena e contra a populaçom colombiana de modo geral e a sua relaçom com os principais cárteles de narcotráfico e diversos grupos paramilitares, sem esquecer que é corresponsável do massacre de Sucumbíos, Equador, onde morrêrom ao menos 25 pessoas, entre combatentes e civis, entre eles, 4 estudantes mexicanos comunistas) foi assessor em matéria de segurança nacional e com isso trouxo aparente tranquilidade do crime organizado.

O caso deste crime perpetrado no município de Iguala, Guerrero o passado 26 de setembro nom é um caso isolado, somando-se aos já vários crimes em que o Estado mexicano opera contra a populaçom com suas diferentes forças repressoras, execuçons de maneira extra judicial em várias partes do México, desaparecimentos forçados, criminalizaçom, perseguiçom e encarceramento dos dirigentes sociais. Salienta ainda o ênfase na perseguiçom de dirigentes comunistas, o que fai parte do plano estratégico dos governos para seguir mantendo a qualquer preço a salvaguarda dos interesses burgueses e monopólicos a quem representam a partir do parlamento e dos seus cómodos escritórios.

Hoje podemos observar com maior clareza aquele prognóstico de K. Marx, quando afirmou que chegaria o momento em que os governantes e políticos legislariam unicamente a favor dos interesses privados.

Incremento da luita popular no México

As contradiçons da crise capitalista em território nacional mexicano manifestam-se abertamente na quotidianidade com maior número de protestos a diário, incremento do conteúdo político nas palavras de ordem e nas mobilizaçons, maior descontentamento generalizado na populaçom mexicana, no incremento das forças repressivas e no seu método de repressom. Parece fácil prognosticar, com base nas condiçons objetivas de violência por um lado e de marginalizaçom das camadas médias e da classe trabalhadora de modo geral, por outro, um próximo aumento da repressom.

O incremento da organizaçom popular obriga a construir de maneira imediata a unidade do proletariado e dos setores populares, pois só desta maneira poderá existir umha contraofensiva real aos brutais atos que se levam a cabo contra a populaçom mexicana e contra os luitadores sociais.

Hoje em dia podemos observar que os abomináveis factos acontecidos contra os normalistas desatárom umha grande onda de organizaçom, de manifestaçom, de repúdio contra o governo mexicano, conseguírom mobilizar milhons de pessoas arredor do mundo. Nom é, pois, umha situaçom casual nem isolada, as mobilizaçons tam numerosas que se verificárom. Cada dia, vê-se aumentar a luita do povo mexicano, já nom só no setor estudantil. Ao longo destes sofridos dias, começárom a se somar organizaçons camponesas, políticas, sociais, culturais, criando-se novas formas organizativas, novas organizaçons, que somam os descontentamentos gerados por várias décadas de crimes e de impunidade. Se no seu momento tinham sido silenciadas, hoje a populaçom mexicana começa a sair à luz, a perder o medo, com muitos setores dispostos a ir mais longe, a se mobilizar e fazer suas as formas de luita. Nom podemos perder o norte e pensar que este momento é o da revoluçom socialista, mas a tarefa dos revolucionários e comunistas sim é construir e avançar com a luita generalizada do povo mexicano.

Por outro lado, desde aquele fatídico dia 26 de setembro, a polícia e as forças repressivas primeiro oferecêrom um espaço onde a organizaçom revolucionária, estudantil e popular começárom a conquistar espaços organizativos, abrindo-se um espaço político que logo se soubo aproveitar, mas as últimas declaraçons tanto do presidente e dos secretários da Marinha e do Exército afirmárom que abrirám um período de repressom profunda para restabelecer a ordem, a paz e garantir o estado de direito. Isso nom é mais que a agudizaçom das contradiçons dentro do capitalismo no México, já que os burgueses vírom afetados os seus interesses em milhons de pesos os seus lucros roubados aos trabalhadores e por isso pedírom mao de ferro ao governo mexicano. Isso nom é mais que a comprovaçom de que o governo unicamente tem a prioridade de salvaguardar os interesses da classe que representa, a burguesia agonizante que se nega e se aferrará com todo para manter seu estilo de vida, apesar do sofrimento e miséria dos milhons de trabalhadores, pobres e marginalizados do México; há um sentimento de insubordinaçom e de rebeldia que se tenhem que orientar para a luita popular, esta é a tarefa imediata.

Jonathan Hernández é membro do Buró Político do Partido Comunista do México (PCM).


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