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280815 guatGuatemala - Prensa Latina - A Guatemala viveu um terremoto cidadão em pelo menos 16 de seus 22 departamentos, para exigir a renúncia do presidente Otto Pérez Molina, que hoje continua aferrado ao poder, mas com muito pouca capacidade para governar.


"A mim me falaram do dia 20 de outubro de 1944. A meus filhos falarão de 27 de agosto de 2015: Revolução", foi a mensagem que levou estampado em um cartaz um dos manifestantes na praça da Constituição, onde primaram as cores azul e branco, da bandeira.

"Eu não tenho presidente" e "Fora Otto", gritaram os indignados no meio do ensurdecedor barulho gerado pelos apitos, cornetas e tambores em frente ao Palácio Nacional da Cultura (símbolo do poder Executivo neste país) de manhã até de noite.

Centenas de milhares de camponeses, indígenas, acadêmicos, empresários, universitários e ativistas de direitos humanos saíram às ruas em diversos pontos com uma mesmo reivindicação: a renúncia imediata do governante, acusado de liderar uma rede de corrupção.

"Otto Pérez Molina está despedido", "Não sou ixil, mas sim sei o que fizeram: renúncia já Tito Arias" e "Castigo aos partidos corruptos", foram outros dos textos vistos entre os cidadãos.

Os manifestantes agitaram a bandeira, enquanto cantaram várias vezes o hino nacional, algo habitual nas 18 protestos consecutivos realizadas todos os sábados desde dia 25 de abril.

"Não vamos descansar até conseguir a mudança que desejamos. Sabemos que é um processo difícil, mas seguiremos nos manifestando", declarou o reitor da Universidade de San Carlos, Carlos Alvarado, quem presidiu a marcha dessa casa de altos estudos.

Os protestos também ocorreram nos territórios de Baja Verapaz, Petén, San Marcos, Quetzaltenango, Totonicapán, Sololá, Alta Verapaz, Chiquimula, Quiché, El Progreso, Escuintla, Jalapa, Sacatepéquez, Huehuetenango e Suchitepéquez.

Diversos estabelecimentos comerciais, centros de trabalho, universidades e colégios fecharam suas portas para expressar apoio à paralisação e à mudança nacional.

Os protestos pacíficos evidenciam que o descontentamento reúne centenas de milhares de cidadãos contra a gestão de Pérez Molina, quem não comparece em atos públicos desde 21 de agosto, quando foi presa a ex-vice-presidenta Roxana Baldetti, enviada a prisão preventiva e vinculada ao processo.

Desse dia até agora, quase vinte servidores públicos, incluídos ministros e vice-ministros, renunciaram a seus cargos depois de divulgados os supostos vínculos do chefe de Estado com La Línea, rede de fraude alfandegária.

A Promotoria Especial Contra a Impunidade revelou na segunda-feira, durante a primeira audiência de Baldetti, uma conversa telefônica entre o presidente e o chefe da Superintendência de Administração Tributária (SAT), Carlos Muñoz.

De acordo com a gravação de 3 de novembro de 2014, ambos se cumprimentam e se ouve Pérez Molina perguntar: "Por que não me querem mudar o de recursos humanos, qual é o problema?".

"Por que o presidente estava preocupado por alguém de recursos humanos? Porque obviamente preocupa-se por seus interesses", disse o juiz Miguel Ángel Gálvez, quem vinculou Baldetti ao processo e a enviou a prisão preventiva esta semana.

No meio da crise política, a deputada Nineth Montenegro, do Encontro por Guatemala, denunciou ontem que a comissão investigadora não se reuniu ainda para conhecer o expediente sobre o ante-juízo contra o mandatário Otto Pérez Molina.

Montenegro é a terceira porta-voz da comitiva presidida por Mario Linares do oficialista Partido Patriota, enquanto os demais integrantes são Mario Barrios e Sergio Celis (de Lider), e Glória Sánchez (também do Patriota).

Os cinco parlamentares foram selecionados na quinta-feira para analisar se existem indícios ou não para retirar a imunidade ao presidente Otto Pérez Molina, acusado de dirigir junto à ex-vice-presidenta Baldetti uma rede de desvio de milhões de dólares.

Depois de deputados dos partidos Patriota e Liberdade Democrática Renovada (Lider) abandonarem o hemiciclo, ontem não pôde ser fixada data para que a comissão investigadora exponha perante a plenária os resultados do relatório sobre este caso.

O Congresso e o presidente fazem ouvidos surdos às reivindicações populares, mas a cada dia fica mais evidente que a queda do ex-general tem seus dias contados.

Foto: ELPERIÓDICO > ELÍAS RODRÍGUEZ


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