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090615 mexMéxico - RBA - [Sarah Fernandes] Pais e alunos da escola normal rural da cidade mexicana se organizaram e visitaram diversas sessões eleitorais tentando convencer a população a não votar. Houve confronto com milícias armadas


Após seguidos protestos que marcaram as eleições locais e legislativas do México – incluindo a queima de cédulas e urnas –, o Instituto Nacional Eleitoral (INE) anunciou ontem (7) a anulação do pleito no povoado de Tixtla, no estado de Guerrero, onde 43 estudantes da escola normal rural de Ayotzinapa foram sequestrados por policiais municipais em setembro do ano passado. Eles continuam desaparecidos.

Desde a manhã já havia clima de tensão nas cidades próximas à escola de Ayotzinapa. Palavras de ordem pedindo justiça para o caso foram escritas em muros. Pais e alunos organizaram-se em grupos e visitaram diversas sessões eleitorais tentando convencer a população a não votar. Houve confronto com milícias rurais armadas.

No estado vizinho, Oaxaca, principal alvo de operações do governo, manifestantes ocuparam 20 postos eleitorais e também queimaram cédulas, urnas e cabines de votação. Centenas de professores realizaram uma marcha contra cortes nos investimentos em educação feito pelo governo do país.

O presidente do México, Enrique Peña Nieto, minimizou as manifestações e disse que foram atos isolados. As eleições são para ele uma prova de fogo, já que tenta manter maioria simples do seu partido, o Partido Revolucionário Institucional (PRI), na Câmara dos Deputados, apesar de uma série de escândalos recentes de corrupção.

As eleições encerram a campanha eleitoral mais violenta na história do México. Desde março, quatro candidatos e pré-candidatos aos cargos de governador, prefeito ou deputados foram assassinados, três deles em Guerrero. Os crimes não foram esclarecidos.

Na tarde de sábado (6), pelo menos dez pessoas morreram durante um ataque armado cometido na cidade de Xalapa, capital do estado de Veracruz, por um grupo de policiais contra uma facção rival. As autoridades atribuíram o conflito a uma disputa por território e não às eleições.

Vivos os queremos
Na noite do último 26 de setembro, três ônibus com estudantes de Ayotzinapa regressavam para a escola depois de uma atividade para arrecadar fundos para que os alunos participassem de uma marcha, quando efetivos da polícia municipal fecharam o caminho e iniciaram um ataque de meia hora contra os ônibus em que estavam os estudantes, todos desarmados. Os jovens do terceiro ônibus foram obrigados pelos policiais a descer e a subir em caminhonetes oficiais. Não se sabe para onde foram levados.

O governo do estado de Guerrero chegou a afirmar que os estudantes haviam sido assassinados por facções criminosas e que a polícia havia encontrado os ossos deles jogados em uma vala comum. Apoiados por uma rede de instituições sociais, os familiares conseguiram levar peritos argentinos ao local que atestaram tratar-se de ossos de porcos e vacas. Testemunhas do sequestro garantem que os alunos foram levados pela polícia municipal e não pelo crime organizado.

O episódio deu início a uma campanha internacional para que o governo liberte imediatamente os 43 estudantes com vida.


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