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040515 mbChile - PCO - Esquerda parlamentar criticou a vagueza da proposta e quer uma Assembleia Constituinte com participação popular.


Nesta terça-feira, 28 de abril, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, anunciou que planeja uma nova Constituição para o País, para substituir a carta de 1980, legada pela ditadura militar do general Augusto Pinochet. A mudança da Constituição era uma promessa de campanha da presidente, eleita em 2013.

O anúncio foi feito pela televisão, em cadeia nacional. A proposta foi criticada pela direita, que acusa Bachelet de querer desviar o foco dos escândalos de corrupção. A esquerda parlamentar criticou a presidente por não dizer claramente como será o processo para a aprovação da nova Constituição e pedem uma Assembleia Constituinte com "ampla participação popular".

Legado de Pinochet

Como boa parte das leis e instituições do Chile "democrático" de hoje, a Constituição é uma herança da sanguinária ditadura de direita chilena. O Chile foi o laboratório em que as políticas neoliberais foram implementadas primeiro. Isso se reflete também na Constituição de 1980, que limita o papel do Estado na garantia de direitos sociais como a educação.

Ao mesmo tempo, o governo de Bachelet aumenta a repressão contra os movimentos sociais, defendendo a estrutura deixada pela ditadura no Chile, continuando o regime pinochetista. Durante os protestos dos estudantes por educação, milhares foram detidos. Protestos de indígenas também foram brutalmente esmagados pelos "carabineiros".

Em maio, a presidente nomeou um homem de confiança de Pinochet como embaixador do Chile na Austrália. James Sinclair foi encarregado, durante uma das mais pesadas ditaduras da América Latina, de destruir arquivos secretos do regime. A nomeação foi vista como uma capitulação de Bachelet por militantes de esquerda e de movimentos de direitos humanos.

O caminho é o tradicional dos governos nacionalistas. Bachelet capitulou e adota a política da direita, reprimindo a população e livrando os agentes da ditadura de qualquer punição. É similar ao que acontece no Brasil, onde o governo do PT apoia a repressão às manifestações e não deu à Comissão da Verdade o poder de punir os militares da ditadura brasileira.

Corrupção

Como acontece no Brasil, outros governos estão na mira da direita golpista ligada ao imperialismo. No Chile, havia rumores de que a presidente Michelle Bachelet renunciaria ao governo. Os boatos golpistas, espalhados pela direita, foram desmentidos pela presidente.

No dia 8 de abril, Michelle Bachelet, em uma reunião com correspondentes estrangeiros no Palácio de la Moneda, foi incisiva: "Não pensei em renunciar nem penso em fazê-lo. De modo algum".

Os rumores de sua renúncia surgiram no meio de um escândalo de corrupção envolvendo o filho da presidente. Ele é acusado de utilizar informações privilegiadas do governo para fazer negócios privados.

Como no Brasil, a direita acusa o governo de corrupção para promover o golpismo. Embora no Chile todos os setores da política burguesa, da direita à esquerda, estejam implicados em um escândalo de financiamento ilegal de campanha, envolvendo a empresa de mineração Soquimich, lá também a corrupção está sendo usada em uma política golpista para derrubar o nacionalismo burguês.

A Soquimich pertence a um ex-genro do ditador Augusto Pinochet, Julio Ponce Lerou. Ele se tornou um magnata da mineração no Chile com a política de privatizações do general Pinochet.


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