Afirmou que em Iguala, onde há quase sete meses desapareceram 43 normalistas da escola rural de Ayotzinapa não conseguiram erradicar as cumplicidades estabelecidas pelo ex-prefeito José Luis Abarca, e tampouco com o caciquismo do ex-governador Ángel Aguirre.
A alguns deis de vencer a licença que por seis meses pediu Aguirre no cargo, Ortega admitiu em entrevista ao diário La Jornada que, face às eleições de junho, há pelo menos 22 municípios vinculados com o crime organizado, nos quais corresponde aos partidos apurar sobre seus candidatos.
Referiu-se às prefeituras de Tierra Caliente e os da Montanha alta, aqueles que colindam com Michoacán, Morelos, Puebla e Oaxaca.
Expressou que o tema das chamadas narcocandidaturas não pode ser ignorado quando o estado conta com prefeituras onde os grupos criminosos "se apoderaram praticamente dos territórios de cultivo e colheita de goma de ópio, que se obtém a partir da amapola. Guerrero é o primeiro produtor de goma de ópio no mundo", advertiu.
"Seria uma irresponsabilidade (não falar da possibilidade de candidatos vinculados com o narcotráfico), porque isso é parte do drama de Guerrero e parte do que eu chamo as heranças malditas", indicou.
Referiu-se à "grande massa de camponeses, povoadores da Montanha alta e da serra, que se convertem em presa fácil do crime organizado", devido aos atrasos ancestrais, à pobreza e à marginalização.
Uma vez que os narcotraficantes os tornam dependentes, em uma forma de escravidão moderna, sequestram adolescentes para torná-los pistoleiros, sequestradores, incluindo as jovenzinhas para o tráfico de pessoas".
O presidente interino admitiu que é essa zona onde se presume o vínculo das autoridades locais com o crime organizado. São 14 municípios da Costa Grande e da Costa Chica, e os da Montanha alta. Temos que reconhecer, porque nos golpeia na cara a tragédia de Iguala, concluiu.