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opositoresVenezuela - Resistir - [Maurice Lemoine, Le Grand Soir - 16/12/14] De Internacional Socialista (IS) a internacional putchista: A IS acaba de conceder à Vontade Popular venezuelana o estatuto de membro permanente.


Vencidos nas duas últimas eleições presidenciais por Hugo Chávez em Outubro de 2012 e, posteriormente, por Nicolas Maduro em Abril de 2013, nas regionais de Dezembro de 2012, nas municipais de Dezembro de 2013, os sectores mais radicais de oposição venezuelana, tendo por chefes de fila Leopoldo López, coordenador nacional do partido Vontade Popular [NT] , a deputada "independente" María Corina Machado e Antonio Ledezma, presidente da câmara 'social-democrata' da grande Caracas, lançaram-se em Fevereiro de 2014 numa tentativa de desestabilização do poder, apelando ao derrube de Nicolas Maduro, sob a palavra de ordem genérica "La Salida" (a saída).

Para que conste, é de recordar que Maria Corina Machado, fundadora da organização não-governamental "observação eleitoral', Sumate, financiada pela USAID (Agência Internacional dos Estados Unidos para o Desenvolvimento) assinou o decreto do breve ditador Pedro Carmona durante o golpe de Estado contra Chávez, em abril de 2002.

Por seu lado Leopoldo López, um dos fundadores em 2000 do muito à direita partido Primero Justicia , concebido também graças aos fundos e conselhos da USAID, foi igualmente dos protagonistas particularmente notados no golpe de estado, antes de ingressar na Vontade Popular , oficialmente criado como partido político em14 de Janeiro de 2011.

A extrema violência desencadeada entre Fevereiro e Agosto de 2014 causou a morte de 43 pessoas – opositores, adeptos "chavistas", membros das forças da ordem ou mesmo 'indiferentes' que se encontravam no lugar errado na hora errada – e centenas de feridos.

Liderados por um duvidoso cocktail no qual estiveram implicados membros de organizações da extrema-direita, delinquentes de direito comum e paramilitares colombianos, estas acções tiveram como consequência a detenção e prisão de Leopoldo López, aguardando julgamento e a colocação sob investigação de Maria Corina Machado.

Historicamente, a Internacional Socialista (IS) está relacionada na Venezuela, com o partido da Ação Democrática. Quando este, em 27 de Fevereiro de 1989, provocou a repressão contra a revolta popular devido à pobreza, o "Caracazo", que provocou entre 347 mortos, números oficiais e três mil vítimas – avaliação geralmente aceite – a IS pudicamente olhou para o lado.

Quando a AD tomou parte activa na tentativa de derrubar de Chávez, em Abril de 2002, a IS, tal como o senhor George W Bush, apoiou-a. Se se fizesse de advogado do diabo, pelo menos poder-se-ia argumentar que estas aberrações foram feitas "em nome de uma velha amizade".

Mas o argumento não tem fundamento. Virando as costas à esquerda latino-americana que, de todas as tendências, da Argentina ao Brasil, do Equador à Bolívia, do Uruguai à Nicarágua, denunciaram a tentativa de desestabilizar a Venezuela "Bolivariana", a Internacional Socialista sob a presidência do grego George Papandreu, prosseguiu a sua deriva antidemocrática e de ódio, acabando de conceder à Vontade Popular venezuelana, em 14 de Dezembro, o estatuto de membro permanente.

Nota dos tradutores:

[NT] A Vontade Popular é liderada por Leopoldo López Mendoza, nascido em1971 numa das famílias mais tradicionais e ricas da Venezuela, ligada aos setores alimentício e petroleiro. Na juventude, estudou economia nos EUA, na Kennedy School of Government da Universidade de Harvard.

Posteriormente, trabalhou como analista, assistente e assessor econômico na coordenação e planificação da PDVSA (Petróleos de Venezuela), de 1996 a 1999. Uma acusação de mau uso de recursos públicos na petrolífera e, depois, como presidente da municipalidade de Chacao, fez com que o político fosse inabilitado politicamente em 2008 pela justiça do país.

"Figura divisora da oposição, arrogante, vingativo e sedento de poder". As palavras usadas para classificar o opositor venezuelano Leopoldo López não vieram de membros do actual governo chavista, mas sim de um conselheiro político da Embaixada dos EUA. No documento, datado de novembro de 2009 e vazado pelo Wikileaks , Robin D. Meyer fala da desunião da direita venezuelana e sublinha as complicações provocadas por López com um intertítulo: "O problema Leopoldo".


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