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071114 dilma evoAmérica Latina - Jornal Mudar de Vida - [Manuel Raposo] Nas eleições para a presidência do Brasil, a comunicação social portuguesa e a generalidade dos comentadores não escondeu a sua preferência pelos candidatos da oposição.


Durante toda a campanha da segunda volta, qualquer vantagem aparente de Aécio Neves (com o qual estiveram os grandes interesses do capital brasileiro e imperialista) era projectada como um sinal de vitória do candidato do PSDB contra a candidata do PT. A polémica sobre a corrupção no Estado e no poder foi igualmente usada como arma para denegrir Dilma e santificar Aécio. Nos meios imperialistas, pontificou a revista britânica The Economist que, uma semana antes da votação, preconizava "uma mudança" para o Brasil e apontava Aécio Neves como o homem capaz de atingir esse objectivo. Enganaram-se.

Apesar da margem escassa, a reeleição de Dilma Roussef ainda traz consigo uma marca social importante: Dilma captou o apoio dos mais pobres (e também das mulheres) e Aécio das classes médias e altas. Este crédito das classes populares à candidata do PT deve-se sem dúvida aos programas de intervenção social que tiraram muita gente da pobreza, sobretudo da pobreza extrema.

Praticamente silenciada foi a terceira vitória consecutiva de Evo Morales na Bolívia, em 12 de Outubro, com mais de 60% dos votos, contra 25% do seu opositor, o empresário dos cimentos Samuel Medina. Também Morales ganhou pela sua política social e pela oposição ao imperialismo EUA. Desde a sua primeira eleição, em 2006, a política de Morales reduziu a pobreza de 33% para 20%, e investiu fortemente na educação, nas vias de comunicação e nos transportes, conseguindo taxas de crescimento económico do país da ordem dos 5% ao ano.

Num e noutro caso, as políticas sociais e o investimento em obras públicas, foram financiados com o rendimento dos recursos naturais estatizados, sobretudo o petróleo e o gás. Este controlo estatal tem motivado a fúria do capital privado e do imperialismo que não poupam esforços para remover do poder estas presidências indesejáveis. Foi esse o papel desempenhado por Aécio no Brasil e Medina na Bolívia.

A aposta popular em Dilma e Morales, significando um apoio às políticas sociais seguidas, depende da sua continuidade e do seu reforço. A questão que se irá pôr, sobretudo a Dilma, é a de saber como vai prosseguir tal política em face da quebra económica de que o Brasil já sofre.

O papel decisivo nos anos que se seguem caberá, seguramente, à capacidade que os movimentos das classes populares tiverem não só de defender os ganhos adquiridos, mas também de impor novas medidas de cariz popular, progressista e anti-imperialista.

 


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